De 3% a 5% da população paranaense não tomou vacina contra a Covid-19

Mesmo com a redução expressiva no número de novas internações e mortes pela Covid-19, de 3% a 5% da população do Paraná optou por não se vacinar contra a Covid-19. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa concedida pelo secretário estadual da Saúde, Beto Preto, nesta segunda-feira (13). A fala aconteceu durante o recebimento de 303.030 imunizantes da Pfizer/BioNTech.

Diante do número, Beto Preto fez um apelo para que todos tomem a vacina. “Quero mais uma vez chamar os paranaenses, para que tomem sua vacina. Agora muitas pessoas podem ter se conscientizado da importância de se imunizar e participem das repescagens dos municípios, porque é fundamental. Vamos ter cepas e variantes mais duras, com evolução mais dura da doença e essas pessoas serão alvos fáceis”, disse.

As 303.030 vacinas contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech que chegaram ao Paraná nesta segunda-feira (13) são destinados integralmente à aplicação de primeiras doses (D1). Segundo Beto Preto, a Secretaria de Estado da Saúde espera com elas encerrar a aplicação da primeira dose em adultos até o fim de setembro.

O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde no Paraná (Cosems/PR) e prefeito de Mangueirinha, Ivoliciano Leonarchik, também destacou a importância de um número grande de vacinados. “Muitas pessoas estão procurando a repescagem, pessoas que tinham certa dúvida ou medo, mas que na reta final estão buscando a imunização e vamos respeitar”, comentou.

Variante Delta

Durante a coletiva, Beto Preto também confirmou que a variante delta caminha para ser a prevalente no Paraná. “Nós estamos continuando com orientações não farmacológicas e, ao mesmo tempo, insistindo nas vacinas, porque ela está fazendo a diferença. Nós falávamos há 90 dias com nossas UTIs cheias, hoje batemos um número mais tranquilo, mas que não é aceitável ainda. Não queremos perder ninguém pela doença”, concluiu.

Informações Banda B

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Perda de memória e dificuldade para andar: covid longa impacta qualidade de vida de idosos e produtividade de jovens, mostra pesquisa

Passados mais de dois anos do início da pandemia, os sistemas de saúde do mundo todo enfrentam um novo desafio. Como lidar com a queda da qualidade de vida e de produtividade dos sobreviventes das infecções graves da covid-19? São, em média, oito sintomas que prevalecem mesmo recebendo alta. A gravidade dessas sequelas está diretamente relacionada à idade dos pacientes e o quanto foi grave a fase aguda da doença. Essas são algumas das observações trazidas por um estudo recente sobre covid longa realizado no ambulatório montado pelo Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), em parceria com a PUCPR.

Mais uma vez, os idosos se mostram o elo mais vulnerável nesse cenário. Com até 340 vezes mais chances de morrer devido à covid-19, o impacto de um novo vírus em populações mais velhas pode ir além de um risco mais alto de agravamento de sintomas, hospitalização ou mortalidade. Na pandemia, o sofrimento dos idosos começou com a descoberta da doença, piorou com a intensificação das medidas de distanciamento social e permaneceu mesmo quando o vírus começou a recuar. 

De acordo com o estudo, quanto maior a idade, menor a saturação de oxigênio mesmo em repouso. Logo que se recuperaram de um quadro grave da covid-19, 86% dos pacientes idosos revelam ter falta de ar e mais de 50% têm dores e cansaço nos membros inferiores. Os sintomas semelhantes aos vivenciados com o avançar da idade – mas acelerados pela doença – podem levar a uma baixa procura por apoio e acompanhamento médico. Da pesquisa do hospital que recebe pacientes encaminhados por outros hospitais e instituições públicas, participaram 112 pessoas com algum tipo de problema decorrente da doença, mesmo após a recuperação. Nesse grupo, 68,8% têm menos de 60 anos e 31,3% têm 60 anos ou mais. Os resultados do estudo são baseados na primeira consulta dos pacientes, realizada, em média, um mês depois da alta hospitalar. 

Além das sequelas respiratórias

Quando os sintomas persistem três meses depois da infecção inicial, a pessoa está com covid longa ou síndrome pós-covid. Podem ser problemas diretamente relacionados aos sistemas respiratório e cardiovascular ou ainda queixas mais abrangentes, como dores no corpo, perda de cabelo, problemas auditivos, insônia, alteração dermatológica e perda de memória. Todos estão interligados ao coronavírus e podem começar a surgir meses depois da cura da doença. Mais de dois anos do início da pandemia, a medicina ainda estuda os efeitos de curto e longo prazo da covid-19 no organismo.

“Foi no segundo semestre de 2020, a partir do acompanhamento de pacientes internados e graves por covid-19, que entendemos: aqueles que sobreviveriam iam precisar de um cuidado integral depois da alta”. O relato da coordenadora da pesquisa, Cristina Baena, explica a motivação para dar início ao ambulatório. “Logo vimos que, mesmo curadas da doença, essas pessoas apresentavam sintomas que iam muito além de sequelas respiratórias. O prejuízo neurológico, por exemplo, é recorrente, e se traduz em casos de depressão e perda de memória”, explica.

Enquanto a maioria dos indivíduos se recupera por completo, infelizmente, um grupo vai apresentar incômodos ou problemas persistentes, capazes de afetar a produtividade e a qualidade de vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 10% a 20% das pessoas que tiveram covid-19 terão sintomas que não vão desaparecer por semanas ou até meses. Para compreender como a doença afeta pacientes, o ambulatório pós-covid de Curitiba conta com uma equipe multiprofissional de pneumologista, fisioterapeuta respiratório e funcional, psicólogo, neuropsicólogo e cardiologista.

Raio-x da pesquisa

Quanto mais manifestações da doença durante a infecção, mais sintomas seguem presentes na sequência do término dela. De acordo com os dados obtidos e analisados pelo ambulatório com atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), 82,1% apresentam perda de peso, 76,8% falta de ar, 49,1% fadiga, 49,1% fadiga de membros inferiores, 44,6% dores em membros inferiores, 41,1% insônia, 41,1% hipertensão pela primeira medida ambulatorial e 39,3% tosse. Entre os que sentem falta de ar, um em cada cinco pacientes relata o incômodo após andar menos de 100 metros e 12% dizem não sair mais de casa por esse motivo.

Ao relacionar o número de sintomas na fase aguda e na recuperação da covid-19, pacientes que foram intubados, por exemplo, apresentam um número significativamente maior de sintomas na fase pós-covid. Ainda, no que se refere às comorbidades, 48,2% tiveram internamento prévio à covid-19 devido a outros problemas de saúde, 39,3% têm hipertensão arterial e 30,4% dos pacientes atendidos pelo ambulatório apresentam obesidade grau um. Entre o grupo de pessoas que tiveram infecção aguda pela covid-19, 72,3% passaram por internamento na UTI, 73,2% precisaram de oxigenação suplementar e 21,4% foram intubados.

Impacto também para os mais jovens e na rede privada

Assim como foi com a covid-19, o impacto da covid longa é sentido em todas as faixas etárias e rede de saúde como um todo. O advogado Guilherme Kovalski, de 37 anos, ficou 200 dias internado no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), devido a uma trombose pulmonar, uma das complicações mais comuns e graves da infecção. Foram 101 dias só na unidade de terapia intensiva. Quando recebeu alta hospitalar precisou continuar com trabalho intenso de fisioterapia e fonoaudiologia. Hoje, mais de um ano depois, ainda continua com dificuldade para se locomover. “A covid é uma doença muito traiçoeira. Ainda preciso do apoio de uma bengala para andar, mas consegui recuperar bem a parte respiratória”, conta. 

Já o professor de química Robert Gessner, de 32 anos, precisou de menos tempo de internação hospitalar, mas foi submetido a ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea), tratamento que funciona como pulmão artificial e considerado pelos médicos como “último suspiro”. De sequela, ficou com uma paralisia no pé esquerdo, que felizmente não o impede de andar e trabalhar, mas o fez repensar sua rotina. “Tenho síndrome de Guillan Barré, que limita meus movimentos, mas consigo perceber uma pequena melhora a cada dia”, relata. 

“Nesse contexto em que grande parte da população está vacinada, acontecem fenômenos interessantes. A covid-19 não acabou, continuamos com alta de casos, porém, a enorme proporção de casos é leve. Mas ainda há pessoas que desenvolvem um quadro mais grave, que são aquelas que em geral não completaram a sua vacinação, com a terceira dose da vacina”, analisa a pesquisadora Cristina Baena. “Outro ponto importante é que as taxas de incidência de infecção por covid-19 permanecem bastante semelhantes entre todas as faixas etárias adultas em todo o mundo”, complementa.

O problema exige protocolos terapêuticos específicos e demanda uma reorganização do sistema de saúde. O fato é que ainda não há como prever, com um grau de confiança razoável, se alguém irá ou não desenvolver a síndrome pós-covid. Inclusive, porque ela pode ser sorrateira, e só se manifestar semanas após o fim da infecção inicial. São comuns os relatos de vítimas que se consideravam curadas da covid longa, mas voltaram a ter problemas depois que tentaram se exercitar, por exemplo.

Saúde amplia vacinação contra meningite e HPV; entenda o que muda

Saúde amplia vacinação contra meningite e HPV; entenda o que muda. Foto: Pedro Ribas/SMCS

Seguindo determinação do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba vai ampliar para mais crianças e adolescentes a vacinação contra meningite e HPV.

A SMS passa a ofertar a vacina meningocócica ACWY temporariamente para adolescentes de 13 e 14 anos completos ainda não vacinados. Até então, o imunizante estava disponível no Calendário Nacional de Vacinação apenas àqueles com 11 e 12 anos completos.

Além disso, o Ministério da Saúde determinou a ampliação permanente da vacinação contra HPV para meninos de 9 e 10 anos. Antes, o imunizante era aplicado somente nos garotos de 11 a 14 anos.

Para as meninas, nada mudou: a vacina contra HPV continua a ser aplicada nas que têm de 9 a 14 anos.

Onde ir

Essas vacinas podem ser recebidas, de segunda a sexta-feira, em 106 unidades de saúde. Os endereços e horários estão no site Imuniza Já Curitiba.

“Vacina é prevenção, é cuidado, é amor. Quem ama, vacina”, diz a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

“Convocamos todos que se enquadram na nova ampliação para irem aos postos se vacinar e melhorarmos, ainda mais, a nossa proteção coletiva contra doenças que podem ser evitadas ou minimizadas”, diz a secretária.

Vacina ACWY

A ampliação da vacina meningocócica ACWY tem como objetivo reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe. A faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de 1 ano de idade (já contempladas pelo PNI com a vacinação contra meningite), no entanto, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença.

Pesquisas apontam que as vacinas meningocócicas demonstram uma resposta imune mais robusta nos adolescentes, com persistência de anticorpos protetores por um prolongado período. Essas evidências embasaram o PNI a incluir no Calendário Nacional de Imunizações a administração de doses de reforço com as vacinas meningocócicas conjugadas na adolescência.

Vacina HPV

No caso do HPV, a ampliação incluiu meninos de 9 e 10 anos. Com isso, a vacinação passa a ser para qualquer pessoa de 9 a 14 anos de idade, independentemente do sexo.

A vacinação contra o HPV em adolescentes é utilizada por mais de 100 países. Vários deles já possuem estudos de impacto dessa estratégia com resultados positivos na prevenção e redução das doenças ocasionadas pelo vírus, como câncer do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis e orofaringe.

A vacina que protege contra o papilomavírus humano (HPV) foi incorporada de forma escalonada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2014. É estimado que o Brasil tenha de 9 a 10 milhões de infectados pelo papilomavírus humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. Cerca de 105 milhões de pessoas são positivas para o HPV 16 ou 18 no mundo.

Veja a matéria no site da Prefeitura de Curitiba

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