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“A esperança é de um final de ano muito mais livre que em 2020”, destaca infectologista da Prefeitura

O avanço da vacinação contra a covid-19 em Curitiba, que já imuniza a população em geral abaixo de 60 anos, traz a esperança de que as Festas de Final de Ano em 2021 sejam diferentes das do ano passado. A opinião é da infectologista da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Marion Burger, que deixou ressalvas de que, além da imunização em massa, as medidas de distanciamento social e uso de máscaras serão necessários até se ter um controle total da situação.

“A minha esperança é de um fim de ano mais livre do que foi em 2020, mas até lá ainda teremos uma grande jornada para a normalidade. A gente espera uma população imune e mais protegida, mas sozinha ela não é a prevenção. Devemos por um tempo ainda evitar aglomerações, deixar os ambientes arejados e usar máscaras, que são fatores para você prevenir novos picos da doença”

Na entrevista nesta quinta-feira (10) à Banda B, a infectologista destacou que a imunização dos idosos acima de 70 anos, com a Coronavac, já deixaram o recado da importância da vacinação.

“Nós temos um número muito maior com duas doses de Coronavac que a Astrazeneca. A gente não pode fazer uma análise pessoal, mas sim populacional, porque a vacina não garante 100% de imunização. O impacto da Coronavac é muito importante, não à toa tivemos uma redução excelente em internamentos e óbitos da população acima de 70 anos. Além disso, os números da cidade de Serrana, em São Paulo, mostram isso também”

Como a população mais jovem não recebeu a imunização completa ainda, este público tem sido o principal afetado, com o aumento considerável de mortes.

“Se comparar todas as mortes entre 1° de novembro e 31 de dezembro de 2020, com os que aconteceram entre 1° de março e 30 de abril, a gente vê que, apesar do número de mortes ser bem maior, você tem uma mudança na faixa etária. Havia uma preponderância muito grande de pessoas acima de 60 anos, especialmente de 70, e isso mudou”

Além disso, com a imunização e o público mais jovem sendo afetado, mudou o principal fator de risco para doença.

Mudou, não só de faixa etária, mas também há comorbidade. Especialmente a obesidade se tornou um grande fator de complicação dos pacientes mais jovens. A faixa etária de 20 a 59 anos é 70% dos casos positivos e cerca de 7% interna. Como são muitos pacientes infectados, inevitavelmente acabam morrendo mais”

O boletim de ontem da covid-19 em Curitiba, por exemplo, 25 mortes pela covid-19, com 60% dos pacientes tendo menos de 60 anos.

Informações Banda B