Quem pode prescrever cannabis medicinal?

O canabidiol (CBD) é um óleo essencial derivado da cannabis que, diferente da THC, que conta com componentes psicoativos, oferece propriedades terapêuticas.Isso acontece graças a substâncias contidas em sua fórmula capazes de modular os sistemas do organismo humano, auxiliando no manejo de sintomas em diferentes doenças.

Contudo, o “como” prescrever canabidiol ainda é uma dúvida bastante frequente na medicina, mesmo após a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de mais de 15 medicamentos no país. Afinal, quem pode prescrever um tratamento com cannabis medicinal?

No Brasil, qualquer médico com inscrição ativa no Conselho Federal de Medicina (CFM) pode receitar produtos de cannabis com fins medicinais para seus pacientes, independente da especialidade, inclusive como primeira via de tratamento. Profissionais de odontologia, como dentistas e cirurgiões dentistas, também estão aptos para indicar o tratamento.

“Ainda vemos muitos pacientes chegarem na cannabis medicinal como última alternativa, já debilitados e sem acreditar no potencial de melhora. Isso acontece, principalmente, porque muitos médicos desconhecem os benefícios do canabidiol e demoram para indicar o tratamento”, aponta Marcelo Velo, COO e cofundador da Anna Medicina Endocannabinoide, startup que promove acolhimento de pacientes, treinamento com médicos e venda de produtos.

A especialista explique que o médico ou dentista pode recomendar um produto de cannabis para compra diretamente em estabelecimentos nacionais (regimentada pela RDC 327/2019) ou através de importação legalizada (regimentada pela RDC 660/2022) via autorização da Anvisa. Para a primeira opção, o profissional de saúde deverá usar os receituários azuis ou amarelos e preencher o nome completo do paciente e a concentração de CBD, já para importação deve-se utilizar um receituário branco comum, contendo nome completo do paciente, identificação do uso, descrição do produto, número de frascos, posologia, carimbo, assinatura e data.

“Após passar por uma consulta com um profissional da saúde em que a prescrição seja autorizada, ele irá avaliar o caso e ponderar se o tratamento com canabidiol é uma alternativa.  Com a receita em mãos, o paciente pode procurar a importadora para os trâmites de envio do produto do exterior para o Brasil, levando alguns dias para a entrega, ou pode optar pelos produtos disponíveis em solo nacional, como no site da Anna Express”, explica Velo.

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Especialista fala sobre uso da cannabis medicinal na Odontologia na ABO-PR

A cannabis medicinal vem sendo utilizada no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, quadros de epilepsia, autismo, dores crônicas, como a fibromialgia, ansiedade, depressão e TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Mas poucos sabem que o produto também pode ser utilizado nos tratamentos odontológicos com excelentes resultados. Será realizado no dia 04 de abril (terça-feira), às 19 horas, no anfiteatro da Associação Brasileira de Odontologia – Seção Paraná (ABO-PR), encontro sobre “Cannabis medicinal na Odontologia”, com a Cirurgiã-Dentista especializada no tema Cynthia De Carlo. 

O programa tratará da desmistificação e das possibilidades de aplicação da cannabis medicinal nas mais variadas patologias da Odontologia. A temática, pertinente na clínica odontológica nos dias atuais, será conduzida por uma profissional que se aprofundou nas pesquisas sobre a substância nos últimos anos. Compostos medicinais da Cannabis podem ser usados para tratar, por exemplo, distúrbios temporomandibulares. Segundo a Cirurgiã-Dentista, a cannabis medicinal é uma alternativa terapêutica em patologias que envolvem dor ou que necessitam de recrutamento das células de defesa para cicatrização. “Além disso, atua em lesões intra-orais e como ansiolítico para pacientes especiais e fóbicos, exercendo propriedade terapêutica também como anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante”, destaca ela.

A doutora e palestrante Cynthia De Carlo é graduada pela Unitau (Universidade de Taubaté), pós-graduada em Odontopediatria, Periodontia e Implantologia. Especializada em Cannabis Medicinal pela Unifesp e Cannopy Growth e membro da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis), atuou como profissional do CEC (Centro de Excelência Canabinoide). A odontóloga é ainda coordenadora da área Odontológica da NDMCI (Núcleo de Desenvolvimento de Medicina Cannabinoide e Integrativa). 

Palestra  “Cannabis medicinal na Odontologia”, com a Dra. Cynthia De Carlo

Data: 04 de abril, às 19 horas

Local: anfiteatro da ABO-PR – R. Dias da Rocha Filho, 625 – Alto da XV,

Entrada: gratuita para associados e R$ 50 para não-associados

 Programação:

  • 18h30 Coffee break
  • 19h Palestra

Inscrições: 41 3028-5805

Saúde e sustentabilidade: como a tecnologia pode contribuir?

*Artigo por Fabio Tiepolo

Nos ambientes corporativos a sigla ESG virou padrão. A discussão é absolutamente pertinente, mas é importante que a palavra-chave destas três letras, a tal da “sustentabilidade”, seja entendida em sua acepção mais ampla. “Desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações” ou, simplificando, “o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”, de acordo com WWF. Portanto, ser sustentável é não apenas pensar no meio ambiente, mas sim ir além. É pensar na cadeia completa. 

É claro que dá para pensar, de imediato, que a saúde tem um forte vínculo com a sustentabilidade, pois quando as condições de saúde da população são ruins, os problemas de saúde geralmente refletem o descaso ambiental e o desequilíbrio social. A saúde humana depende de recursos naturais, como ar limpo, água potável e alimentos nutritivos. Se esses recursos não forem gerenciados de maneira sustentável, a saúde das pessoas pode ser prejudicada.

Desta forma, faz total sentido que nosso foca seja em não apenas reduzir o desperdício e a poluição ou investir em energias renováveis, mas aumentar a conscientização e promover ativamente estilos de vida saudáveis, como atividade física, dietas equilibradas e outras formas de autocuidado. Só que, no caso da Docway, eu sempre gosto de trazer um elemento adicional a esta discussão, que é justamente o papel da tecnologia na equação. 

Ao permitir diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes, seja por meio de IoT, wearables mais acessíveis ou armazenamento mais inteligente de dados em nuvem, a tecnologia pode contribuir ativamente para reduzir a carga sobre os sistemas de saúde e então melhorar a qualidade de vida das pessoas diretamente, por exemplo. Além disso, ela também pode ser usada para desenvolver soluções sustentáveis para problemas de saúde, como o uso de tecnologia de ponta para a produção de medicamentos mais sustentáveis e o desenvolvimento de dispositivos médicos mais duráveis e menos descartáveis. 

Isso sem falar, obviamente, no nosso core business, a telemedicina. Só para começar, e dizendo o mínimo, atender os pacientes remotamente, sem a necessidade de deslocamento físico até uma unidade de saúde, reduz o número de veículos nas estradas e, portanto, diminui as emissões de gases de efeito estufa. Há também uma redução do uso de materiais e equipamentos médicos, além do impacto na diminuição do desperdício de recursos – reduzindo assim o consumo de recursos, como energia elétrica, água, papel e outros suprimentos. 

Importante ainda destacar o quanto a telemedicina pode ser particularmente útil em áreas remotas, onde o acesso aos serviços de saúde pode ser limitado. Prover acesso de qualidade à saúde usando a tecnologia de maneira inteligente é também pensar em suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. 

Isso é o tal do “cuidado inteligente” sobre o qual tanto falamos e do qual temos tanto orgulho. Porque um negócio sustentável definitivamente não se sustenta se não pensar em seu papel no desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo.

*Fabio Tiepolo é CEO da Docway, empresa pioneira em soluções de saúde digital e telemedicina no Brasil.

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