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Psicólogos para cachorros: eles existem? Como funciona seu trabalho? Descubra agora

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Confinamentos, afastamento social, adaptações às novas rotinas de trabalho ou outras necessidades de processos de adaptação, tudo pode causar certos chacoalhões em nossa saúde emocional. 

Separação, solidão, frustrações, enfim, existem inúmeros motivos que nos causam abalos psicológicos. A ansiedade e depressão, por exemplo, afetaram 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19 no Brasil e na Espanha, segundo a pesquisa realizada pela fundação Fiocruz. 

Mas será que problemas como esse afetam apenas a nós, seres humanos? 

Bom, não é bem assim… Estudos comprovam que a estrutura cerebral de alguns animais (nossos pets) é muito parecida com a nossa, e por isso eles também têm emoções.

Em alguns casos, elas são tão intensas a ponto deles precisarem de tratamento psicológico, mas como isso funciona? Seu pet precisa? É o que vamos explicar daqui em diante! 

Nossos pets têm problemas emocionais?

Claramente não é a notícia que gostaríamos de dar, mas sim, eles têm. Desde a depressão até a ansiedade, são problemas emocionais que também acometem os pets. 

Em entrevista, o consultor comercial Farlley Vieira relatou que uma de suas irmãs perdeu um cachorrinho para a depressão. O cão recusava a comer, até que perdeu tanto peso e pêlos que não resistiu. 

A causa principal foi a separação dele e de um dos seus tutores, o que é apenas um dos motivos para nossos amiguinhos desencadearem quadros de problemas emocionais. 

Quais são as causas dos problemas emocionais? 

Sobre isso, segundo o veterinário João Ephraim Ferreira, se o dono é uma pessoa ansiosa, por exemplo, o animal tende a ser. E o mesmo acontece com tutores agressivos e assim por diante. 

Além dessas razões, os transtornos podem ocorrer por conta das características da raça. Se o pet é de uma raça naturalmente mais exploradora e agitada e ficar confinado dentro de um espaço pequeno, ele tem grandes chances de desenvolver estresse e/ou depressão. 

A falta de espaço, afeto, atenção, passeios, cuidados básicos (higiene e comida), solidão, separação e traumas causados por sustos ou acidentes são as principais causas desses problemas, ainda de acordo com Ephraim. 

Como perceber se o seu cão está passando por transtornos emocionais? 

Mais do que observar se o seu amiguinho passou ou passa por alguma dessas situações, o observe e fique alerta a esses sinais: 

  • perda de apetite;
  • apatia, falta de movimentação;
  • comportamentos destrutivos;
  • tentativas de escapar ou de se esconder;
  • está sempre nervoso, com medo ou assustado;
  • se incomoda ou sente-se ameaçado com facilidade;
  • reage de forma exacerbada aos estímulos mais simples;
  • não aceita mais brincadeiras ou passeios que costumava realizar; 
  • não se sente mais instigado por nada, não explora mais o ambiente; 
  • late demais sem motivo aparente;
  • agressividade com todos, desde tutores até desconhecidos. 

De forma geral, os donos costumam notar as mudanças comportamentais e de temperamento de seus bichanos e a maioria tem uma razão. 

Então eles têm emoções? 

Com certeza, mas isso já deu para perceber isso, não é mesmo? Até porque, os motivos que os levam à depressão e à ansiedade são muito parecidos com os nossos. 

Então, se engana quem pensa que eles não sentem ou não entendem nada, pois é justamente o contrário. Eles sentem, mas como não falam, o emocional paga por todos os seus problemas. 

Se não sentissem, não saberíamos quando eles estão felizes, com medo, estressados ou tristonhos. E só quem tem um pet sabe como é possível desvendar todos esses sentimentos.

Mas assim como os nossos, os deles também são complexos, por isso não se engane com uma abanada de rabo “qualquer”. 

Um cão ou um gatinho podem ter segundos de prazer e alegria e depois voltar a um estado de desânimo e estresse, por isso, monitorá-lo é fundamental. 

De acordo com a Declaração de Cambridge sobre a Consciência em animais humanos e não-humanos, desde mamíferos até aves e animais marinhos possuem circuitos e estruturas neurológicas que geram consciência.

Assim, eles são capazes de sentir felicidade, prazer, medo, solidão e outros sentimentos tanto positivos quanto negativos. 

Sentimentos x emoções 

Vale lembrar que eles têm emoções, mas ainda não podemos chamá-las de sentimentos. Para a psicologia tradicional, as emoções são reações de instinto puro, o que fazemos sem pensar e não conseguimos dominá-las facilmente. Desse modo, prevalecem mais do que a nossa mente. 

Nesse caso, as emoções são respostas neuroquímicas, mas os sentimentos são reflexões sobre elas, o que é algo exclusivo dos seres humanos. Então, eles sentem, mas não são capazes de refletir sobre o que estão sentindo. 

Mas como vimos, alimentar boas emoções e fazer de tudo para que eles vivam emocional e psicologicamente sãos e confortáveis, é nossa missão como donos. 

Existem psicólogos para cachorros? Quando eles são necessários? 

Hoje em dia, existem várias especialidades na medicina veterinária e a psicologia para cachorros é uma delas. 

Esses profissionais estudam a conduta e o comportamento animal, mas com a finalidade de compreendê-los e tornar a mente e emocional deles mais saudáveis. 

Eles são capazes de realizar a consulta, dar o diagnóstico e indicar o tratamento necessário para sanar todos os eventuais problemas psicológicos. 

Durante as sessões, é possível até mesmo identificar a causa dos problemas, e que infelizmente, muitas vezes têm a ver com a conduta do próprio tutor e da vivência do cão dentro do seu lar. 

Quando as sessões são necessárias? 

Assim como as terapias são muito necessárias para a qualidade de vida dos seres humanos, com os pets não é diferente. Por isso, nunca deve ser tratada como bobagem ou futilidade. 

Depressão e ansiedade são coisas sérias para qualquer um, e com certeza você não deixaria o bichano que tanto ama enfrentar isso tudo sozinho, certo? 

Por isso, caso notar mudanças de comportamento no seu cão, principalmente relacionadas à apatia, agressividade, medo, perda de apetite ou os sintomas que já citamos neste texto, não exite em procurar um profissional. 

Como funciona a terapia para cachorro?

O psicólogo veterinário examina o cachorro e faz perguntas ao dono sobre a rotina dele e os comportamentos que o levou a buscar ajuda. Assim, toda situação é examinada pelo especialista. 

Antes de levar o seu pet a esse tipo de profissional, saiba que pode sim rolar alguns puxões de orelha, mas é preciso levá-los na esportiva, além de seriedade. Nesses casos, eles apenas querem o que é melhor para o seu cão, assim como você! 

Segundo a adestradora e especialista comportamental de cães Cláudia Pizzolato, avaliando o caso da casa, da rotina e do próprio cachorro, o psicólogo irá explicar o que acontece e os motivos dos desvios comportamentais. 

Depois, ele recomenda novos hábitos aos tutores, que tem a ver tanto com a relação entre dono e cão como com as medidas a serem tomadas no ambiente em que vivem. 

Segundo esses profissionais, quem está fazendo algo de errado é sempre o dono e com as mudanças indicadas, eles parecem mudar da água para o vinho. 

Como os pets costumam se comportar de forma diferente dentro e fora de casa, se possível, essa consulta deve ser realizada onde eles moram. Senão, os tutores devem fazer um tipo de “documentário” e gravar a rotina e principalmente os comportamentos incomuns. 

Percebeu que o seu cãozinho está passando por alguma situação de transtorno psicológico, pois ultimamente não está o mesmo?

Procure uma clínica veterinária e o ajude a passar por essa até voltar a ser o mesmo serelepe de sempre!