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Projeto que torna grafite cultura a ser protegida é aprovado por comissão no Paraná

Foto: Dálie Felberg/Alep

Um projeto de lei que pretende tornar o grafite uma cultura a ser protegida foi aprovado, nesta segunda-feira (8), pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A proposta visa valorizar a cultura e os próprios artistas envolvidos neste meio.

De autoria do deputado Boca Aberta Jr. (PROS), o projeto pretende também reconhecer o grafite como patrimônio histórico. Em entrevista à Banda B, o parlamentar explicou a proposta e destacou a necessidade de diferenciar o grafite da pichação.

“Queremos valorizar toda a classe artística do grafite. O projeto reconhece essa expressão, diferentemente da pichação, que é crime e vandalismo. A proposta proíbe, por exemplo, manifestações de cunho criminoso, sexual e racista”, pontuou o deputado.

Dentre as justificavas expostas pelo parlamentar, há o reconhecimento da existência de preconceitos em torno do grafite. Além disso, ele afirma que a lei – caso seja sancionada – incentivará este movimento artístico no Paraná.

Boca Aberta afirmou que a expectativa é de que o projeto seja sancionado pelo governador Ratinho Jr. (PSD) ainda neste ano, já que a matéria também já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

“A proposta já passou por todas as comissões pertinentes da Casa e o próximo passo é a votação no plenário, que deve ocorrer ainda neste mês. A sanção deve acontecer ainda neste ano”, disse.

Os Gêmeos

Boca Aberta Jr. relembrou a recente polêmica que envolveu os artistas Gustavo e Otávio Pandolf, que são mundialmente conhecidos como “Os Gêmeos”, e o bisneto do famoso arquiteto Oscar Niemeyer, Paulo Sérgio Niemeyer.

Para o deputado, as obras de Os Gêmeos “vieram para somar ao projeto”.

Em agosto, o bisneto do arquiteto criticou uma obra dos grafiteiros feita na fachada do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. Paulo Sérgio comparou os grafites de Os Gêmeos com pichações.

Em um texto publicado em uma rede social, o bisneto do famoso arquiteto atacou os artistas e se referiu às manifestações como de “mau gosto”, “horrível” e que “agride aos olhos e a alma”.

“Nunca fui a favor da pixação, mas também não recrimino quando ela tem proposta e agrega de alguma forma ao espaço urbano. Entendo que mentes críticas e criativas, com a habilidade de desenhar e criar belos painéis e murais, devem ser incentivadas e ter seu espaço, quando ele é consensual com a sociedade e a própria cidade”, escreveu o bisneto de Niemeyer.

Informações Banda B