Primeiro bairro público inteligente do Brasil sairá do papel ainda neste ano

O lançamento oficial da iniciativa ocorreu nesta manhã de terça-feira (28), no Centro Executivo da Itaipu, em Foz do Iguaçu.

Ainda neste ano, a Vila A, em Foz do Iguaçu, inicia um processo de transformação que deve, além de proporcionar melhorias em áreas como segurança pública e mobilidade aos moradores, atrair empresas de base tecnológica para o município. Pelo Programa Vila A Inteligente, lançado nesta terça-feira (28), o bairro será um ambiente de testes e validações de tecnologias na área de Cidades Inteligentes, que começam a ser implementadas nos próximos meses.

A iniciativa é promovida por uma parceria entre a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, e integra as ações do Programa Acelera Foz, com o objetivo de diversificar a economia de Foz do Iguaçu e torná-la um polo de inovação e empreendedorismo. Inicialmente, serão instaladas dez tecnologias, com um investimento de mais de R$ 10 milhões (sendo R$ 6 milhões da ABDI e R$ 4 milhões da Itaipu).

“É a realização de um sonho, que é transformar a Vila e, por indução, toda Foz do Iguaçu, em uma área de projetos inteligentes, em que podemos integrar uma série de iniciativas que estão em curso, em áreas como infraestrutura, segurança pública e sustentabilidade, visando, principalmente, a qualidade de vida e o bem-estar do cidadão”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, durante a solenidade de lançamento do projeto, no Centro Executivo da Itaipu Binacional, localizado na Vila A (o bairro, inclusive, foi uma das três vilas criadas pela Itaipu para abrigar os trabalhadores e suas famílias na época da construção da usina).

Ele destacou os diversos investimentos que empresa vem realizando em Foz, como a reforma do Aeroporto Internacional, duplicação da Rodovia das Cataratas e construção da Ponte da Integração, além de outras melhorias na própria Vila A, como a revitalização do Gramadão, ciclovia e novo mercado municipal.

 

Tecnologias

O projeto Vila A Inteligente tem duração prevista de 36 meses e, na primeira fase, serão instaladas soluções em quatro áreas temáticas. A primeira, de Segurança Pública, envolve luminárias inteligentes com monitoramento de pessoas por reconhecimento facial e monitoramento de veículos por reconhecimento de placas. Na área de Mobilidade, o bairro vai contar com semáforos, pontos de ônibus e estacionamentos inteligentes.

Já na área Ambiental, serão implementadas tecnologias para o monitoramento climático e ambiental da Vila A. A quarta área, de Integração com a Comunidade, abrange a disponibilização de rede wi-fi pública e o desenvolvimento de um aplicativo com funções como botão de pânico, acompanhamento da rota dos caminhões de coleta seletiva e informações sobre o transporte coletivo.

O presidente da ABDI, Igor Calvet, destacou que esteve em Foz no último mês de dezembro para o lançamento do Fronteira Tech, projeto que envolve tecnologias ligadas à Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial, para incrementar a segurança pública na área da Ponte da Amizade e Aduana da Receita Federal. “Agora retornamos para este novo projeto que consolida um momento importante para Foz do Iguaçu, para a atração de empresas e o desenvolvimento de novas tecnologias”, disse.

 

Sandbox

Para viabilizar a implementação da iniciativa, a Prefeitura de Foz do Iguaçu publicou no dia 25 de junho de 2020 o Decreto nº 28.444, instituindo o “Programa SandBox”, que regulamenta no município a instituição de ambientes experimentais de inovação científica, tecnológica e empreendedora, sob o formato de bancos de testes regulatórios.

“O município não poderia deixar de apoiar essa iniciativa tão importante para o futuro e para o processo de recuperação econômica que tanto desejamos para Foz do Iguaçu”, garantiu o vice-prefeito do município, Nilton Bobato, representando o prefeito Chico Brasileiro na solenidade de lançamento do projeto.

O termo SandBox é utilizado na área de tecnologia da informação e corresponde a um ambiente isolado, específico para testes de uma aplicação, o que oferece às empresas inovadoras a possibilidade de operação, em condições e prazos determinados.

A expectativa do Vila A Inteligente é que a instauração desse ambiente impulsione a geração de novos negócios; a atração de mais de 20 novas empresas e startups e quatro empresas âncoras (de médio e grande porte); e a criação de centenas de empregos diretos e indiretos. A intenção é que o modelo possa ser replicado para outros bairros de Foz do Iguaçu e em outras cidades do Brasil.

 

Laboratório Vivo

O Parque Tecnológico Itaipu e a ABDI vêm trabalhando em parceria no tema de Cidades Inteligentes desde 2018, quando foi instalado no PTI o Laboratório Vivo de Cidades Inteligentes, como um espaço de validação de tecnologias que funcionam como uma vitrine para auxiliar a tomada de decisões de gestores públicos em relação aos benefícios das soluções. O Centro de Controle de Comando e Controle (CCO) do Laboratório do PTI, onde são administradas todas as informações geradas pelas tecnologias, será integrado ao CCO da Vila A.

“Esta é uma oportunidade muito relevante”, afirmou o diretor superintendente do PTI, general Eduardo Castanheira Garrido Alves. “Já vínhamos desenvolvendo algumas tecnologias de Cidades Inteligentes dentro do PTI e agora é o momento de testá-las em um ambiente urbano com todas as peculiaridades do seu dia a dia. É também uma iniciativa alinhada com as orientações do governo federal, de atuar na geração de emprego e renda, e deixar um legado para a população”, concluiu.

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Com 24 milhões de árvores plantadas, Itaipu ajuda Paraná a ser exemplo de sustentabilidade

Vinte e quatro milhões de árvores já foram plantadas pela Itaipu Binacional na margem brasileira da usina. O marco foi alcançado nesta sexta-feira (3), em um evento realizado no Centro de Recepção de Visitantes (CRV) da instituição com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior. A árvore (um Ipê-amarelo) foi plantada no Bosque dos Visitantes, próximo ao auditório da empresa, pela engenheira florestal da Itaipu Binacional Veridiana Araújo Alves Pereira.

“Esse é um dia emblemático para a Itaipu e para o Paraná porque reforça o compromisso que a usina tem com a fauna, a flora e a sustentabilidade. Esse cuidado com o meio ambiente tem nos ajudado a se consolidar como o Estado mais sustentável do Brasil. A Itaipu há bastante tempo tem essa preocupação, e compartilha essa vocação com todo o Paraná, nos ajudando a consolidar essa preocupação e sendo uma referência para todo o planeta”, afirmou o governador.

“A Itaipu Binacional é a maior referência do mundo em geração de energia e sustentabilidade”, acrescentou.

Governador Carlos Massa Ratinho Junior acompanha o plantio da 24ª milionésima árvore pela Itaipu Binacional – Foz do Iguaçu, 03/12/2021

A solenidade do plantio teve como objetivo enaltecer as ações voltadas ao cuidado do meio ambiente promovidas pela Itaipu, que remontam ao início da empresa e vão além da usina hidrelétrica em si – um marco de sustentabilidade pelo seu potencial de produção de energia renovável.

Em 1979, a Itaipu criou áreas ambientais protegidas (refúgios biológicos) e implementou floresta ciliar em torno de seu reservatório. Desde então, esse cuidado já foi amplamente reconhecido. Segundo estudo publicado em 2017 pela Fundação SOS Mata Atlântica, a instituição é a principal responsável por regenerar áreas florestais no Paraná: quase 30% de recuperação do bioma nos últimos 30 anos.

Além disso, em 2019 as áreas protegidas da Itaipu foram reconhecidas como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – um marco dentro do programa “Homem e Biosfera”, mantido pela da Organização das Nações Unidas (ONU).

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general João Francisco Ferreira, explicou que esse trabalho de restauração de ecossistemas se consolidou como o maior programa de reflorestamento já feito por uma hidrelétrica no Brasil e, possivelmente, em todo o mundo.

“Esta vocação com a sustentabilidade e cuidados com o meio ambiente começou antes de Itaipu gerar seus primeiros quilowatts. Começamos a cuidar do meio ambiente em 1979, e somente em 1984 nossas turbinas começaram a girar. E isto é permanente, não se encerra nos limites da Itaipu: vai muito além, para nossos municípios lindeiros, com a cooperação de diversos órgãos ligados ao meio ambiente”, afirmou o diretor-geral.

“Hoje temos um motivo grande de alegria por termos simbolicamente plantado e essa árvore, que nos dá um novo ânimo para seguir em frente na cooperação para a sustentabilidade em nosso entorno”, acrescentou.

BENEFÍCIOS – Entre os principais benefícios alcançados pela área preservada estão a segurança hídrica da usina, o controle de erosão marginal ao longo do reservatório, o sequestro de carbono pela biomassa e a formação de um corredor de biodiversidade que liga importantes unidades de conservação do bioma Mata Atlântica.

Além disso, as vantagens se estendem para a própria sociedade local. A preservação da mata faz com que os moradores locais possam usufruir de praias artificiais, praticar pesca profissional e esportiva, captar água para consumo e irrigação, entre outros.

“A Itaipu é um exemplo para o Brasil e para o mundo. A consciência que a Itaipu tem com a sustentabilidade existe há mais de 50 anos, e desde então ela compartilha essa preocupação, sendo um exemplo para todos”, ressaltou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. 

“Nada melhor do que comemorar 24 milhões de árvores plantadas por uma usina que gera energia renovável e protege a natureza, uma política que já acontece no Brasil. Itaipu é um bom exemplo dos melhores projetos realizados no País”, complementou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. 

HISTÓRICO – As áreas protegidas foram desenvolvidas em quatro etapas ao longo dos últimos quarenta anos. A primeira, de 1979 a 1981, concentrou uma força-tarefa de plantio de árvores em uma área chamada de “Cortina Florestal”. A região contemplada englobava a divisa entre a propriedade de Itaipu e as áreas lindeiras. Na etapa seguinte, entre 1983 e 1986, as ações de restauração do sistema agroflorestal passaram a contar também com os agricultores lindeiros.

A terceira fase, de 1987 a 1991, promoveu o enriquecimento da vegetação plantada anteriormente. Para isso, empresas especializadas contratadas pela Itaipu realizaram o plantio de novas áreas, expandindo o parque. Por fim, a quarta e última etapa do trabalho teve início em 1996 e continua até hoje. Seu objetivo é restaurar as áreas existentes através de convênios de cooperação técnico-financeira com municípios lindeiros e com empresas especializadas. 

HOMENAGENS – Durante o evento, moradores e trabalhadores da região foram homenageados pelo seu trabalho em prol do meio ambiente – cada um representando uma etapa do programa de reflorestamento. O primeiro laureado foi Antonio Brolezi, morador de São Miguel do Iguaçu. Nos últimos quarenta anos, ele contribuiu com o plantio de 28 mil mudas para recuperação ambiental.

Representando a parceria realizada pela Itaipu com as empresas especializadas que atuaram no enriquecimento da vegetação, o funcionário aposentado da usina Robinson Matte recebeu a homenagem por seu trabalho na ponte com o setor privado. Ele atuou nas cidades de Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Guaíra, Mercedes, Marechal Cândido Rondon e Pato Bragado.

Também foram destacados o trabalho de Jorge Borges dos Santos, que trabalha na divisão de áreas protegidas desde 1996, e Jandir Schug, que atua no reflorestamento e manejo da faixa de proteção do reservatório por parte da empresa Engenharia e Manejo Florestal (Emafi).

Governador Carlos Massa Ratinho Junior acompanha o plantio da 24ª milionésima árvore pela Itaipu Binacional – Foz do Iguaçu, 03/12/2021

Consórcio finaliza concretagem das duas torres principais da Ponte da Integração

Conclusão marca o fim da fase de concretagem de grandes volumes da obra, que tem recursos da Itaipu Binacional. Índice de execução da nova ponte já está em 73%

O consórcio responsável pela construção da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, que ligará Foz do Iguaçu (PR) a Presidente Franco (Alto Paraná), vai concluir nesta sexta-feira (26) a concretagem do mastro principal na margem paraguaia, que terá 184 metros de altura, da fundação ao topo. No lado brasileiro, o mastro principal já está pronto, com 190 metros, equivalente a um prédio de 63 andares. Com isso, as obras da nova ponte alcançam mais de 73% de execução e investimentos de aproximadamente R$ 170 milhões, conforme o último boletim técnico divulgado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR). Os recursos são da margem brasileira de Itaipu Binacional.

Os dois mastros principais, que têm formato de “Y” invertido, são as maiores estruturas de sustentação da Ponte da Integração, compostas também por apoios intermediários. A conclusão desta etapa marca o fim da fase de concretagem de grandes volumes da obra. No total, serão usados na construção 38 mil metros cúbico de concreto.

“A partir de agora, os volumes de concreto serão menores e a obra vai ganhar um ritmo mais contínuo, passa a ser um processo de quebra-cabeça”, explicou a engenheira civil Pamela Mocelini, supervisora de execução.

Na última quarta-feira (24), na margem brasileira, foi posicionada a quinta aduela metálica no vão-livre da ponte. Cada segmento (que vai compor a base da futura pista de rolamento) tem 11,9 metros de comprimento, 20 metros de largura e de 50 a 60 toneladas de peso. No lado paraguaio, já foram instaladas três aduelas.

Após a instalação do segmento, ainda é feito o processo de solda das emendas (uma aduela a outra), instalação das lajes pré-moldadas, concretagem de interligação das emendas e, para finalizar o estaiamento da unidade.

Crédito: Rubens Fraulini | Itaipu Binacional

Somente depois da execução dessas etapas é que uma nova aduela é posicionada no vão-livre. Esse processo ocorre simultaneamente nas margens brasileira e paraguaia. Quando a ponte estiver concluída, serão 36 aduelas (18 do lado brasileiro e 18 do lado paraguaio) e uma aduela de fechamento (central).

Como vai ser

A Ponte da Integração, construída sobre o Rio Paraná, terá 760 metros de extensão e vão-livre de 470 metros, o maior da América do Sul. A obra é uma iniciativa do governo federal, com gestão do governo do Estado Paraná e execução do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR) e recursos da Itaipu Binacional. No total, serão investidos R$ 323 milhões no projeto. A previsão é que a obra esteja pronta até setembro de 2022.

Perimetral

Neste mês de novembro, as obras da Perimetral Leste alcançaram 5,08% de execução, com investimentos de aproximadamente R$ 5,28 milhões. A perimetral terá 15 quilômetros de extensão e vai ligar a Ponte da Integração e a nova aduana argentina às rodovias BR-469 (Rodovia das Cataratas) e BR-277 (saída para Cascavel e Curitiba),

No período, de acordo com boletim técnico do DER-PR, foram instaladas 76 estacas-raiz (de um total de 88) no viaduto da Avenida General Meira e outras 78 (de um total de 90) no viaduto da BR-469. Também avançaram as obras no viaduto da Ponte Tancredo Neves e começaram os serviços de terraplanagem na nova aduana argentina, com o lançamento, espalhamento e compactação de camadas.

Investimentos de Itaipu

A Ponte da Integração e a Perimetral Leste integram o rol de obras estruturantes financiadas na região Oeste do Paraná pela margem brasileira da Itaipu – que incluem a duplicação da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu (já concluída), a duplicação da Rodovia das Cataratas (em fase de licitação), a revitalização do sistema de transmissão de Furnas, entre outras. A soma dos investimentos da empresa na região chega a R$ 2,5 bilhões.

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