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Porque “O Que Nos Mantém Vivos?” é a peça imperdível do Festival de Curitiba

Se me pedirem para indicar uma única peça entre as mais de 300 que fazem parte da programação do 32º Festival de Curitiba minha indicação é “O que nos Mantém Vivos” que tem duas sessões na Mostra Lucia Camargo nos dias 2 e 3 de abril, às 20h30, no Teatro da Reitoria. Os ingressos estão disponíveis por meio do site do festival ou na bilheteria oficial no Park Shopping Barigüi. Os motivos pelos quais não se deve perder a peça estão abaixo:

1) Renato Borghi está no palco: Dois dias depois de completar 87 anos, o ator Renato Borghi sobe ao palco com sua companhia Teatro Promíscuo para o “ato-espetáculo musical” no qual tem trabalhado nos últimos 51 anos para celebrar seus 65 anos de carreira. Quando Borghi conheceu José Celso Martinez Corrêa ainda nos bancos da faculdade de direito, os dois criaram o Teatro Oficina e os rumos do teatro brasileiro mudaram. Com mais de 50 montagens na carreira e algumas das mais importantes da história do teatro nacional, dezenas de prêmios, uma homenagem especial na última edição do Prêmio Shell, a presença dele é o grande luxo da edição 32 do Festival de Curitiba. “É um ator icônico do teatro brasileiro, e eu acho que todo estudante, estudante de teatro, tem que ver essa peça”, afirma o curador Patrick Pessoa.

2) O texto é de Brecht e está vivo: Quando se pensa em dramaturgia contemporânea, não há como ignorar Bertolt Brecht (1898-1956). O alemão é o autor contemporâneo mais influente e mais transformador. A partir dele, surgiu uma nova maneira de fazer teatro, com linguagem acessível e uma plateia mais participativa em textos ao mesmo tempo com apelo popular e capacidade crítica da realidade. O texto de “O Que Nos Mantém Vivos” é uma seleção dos melhores momentos do dramaturgo que, apesar de ter escrito na primeira metade do século 20, permanecem violentamente atuais, da maneira como foram colados por Borghi e pelo grupo Teatro Promíscuo.

3) Peça conversa com 50 anos de história do Brasil: A peça que vem a Curitiba é uma evolução de “O que mantém um homem vivo?”, peça que Borghi e Esther Góes montaram em 1973, durante o período mais violento da ditadura militar. Quase dez anos depois, às vésperas da redemocratização, eles a remontaram. Em 2019, Borghi, Élcio Nogueira Seixas e a companhia Teatro Promíscuo decidiram recriar a peça tendo em vista a realidade política e histórica do país naqueles dias. “É muito interessante para nós agora, como contemporâneos. Diante das novas ameaças de autoritarismo, possamos nos defrontar com essa pergunta reformulada para o nosso tempo”, avalia a curadora Daniele Sampaio.

4) É teatro para quem ama teatro: Teatro não é a única, mas é a melhor resposta para a pergunta no título do espetáculo. O espetáculo do Teatro Promíscuo é uma declaração de amor. A peça não tem a curta duração de um episódio de uma série como muitas outras. O texto não busca o riso e a emoção fáceis, pelo contrário. O elenco nem tem o atrativo de atores conhecidos do cinema e da televisão, mas atores puro-sangue dos palcos. “O Que Nos Mantém Vivos” é teatro na veia, uma peça para quem tem sensibilidade às muitas camadas e possibilidades de uma obra no palco. Como resumiu o diretor Rogério Tarifa, a peça é “um abraço, um afago, o oxigênio … um grito contra o desacato, a comida, a vacina, a ciência, a busca, o nascimento, a troca, o encontro, a amizade, a cura, o outro, a outra ou o que cada pessoa pensa ao ouvir a pergunta que dá título à obra.” A Mostra Lucia Camargo é apresentada por Banco do Brasil, Sanepar e Tradener – Comercialização de Energia, com patrocínio de EBANX, Banco CNH Industrial e New Holland, ClearCorrect, Copel – Pura Energia, Brose, UNINTER e GRASP.

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