Pedacinho do nordeste na estante: 5 livros e autores para conhecer hoje mesmo

Agosto é o mês que acolhe a Semana da Cultura Nordestina, a fim de resgatar as raízes desta encantadora região do Brasil. E, dentre todas as manifestações populares, a literatura merece destaque. Ela vai além dos limites territoriais para mostrar o que há de mais rico e magnífico no nordeste brasileiro.

Para celebrar esta semana especial, montamos uma lista com livros que vão fazer o leitor se conectar com os elementos e cultura locais. Sejam histórias ambientadas no sertão, sobre os próprios nordestinos ou escritas por eles, os livros mostram a riqueza que cabe em ser e viver o Nordeste.

Confira abaixo cinco obras de autores ou enredos nordestinos que valem a pena conhecer e ter na estante.

 <https://files.pressmanager.net/clientes/64a8e8d576d3505a7823819ae1fa6eb7/imagens/2022/08/01/e8dd8b82b7dfc7a047f68701834e528b_medium.jpg> Por amor e honra: Amores do Império

Lançamento da historiadora paraibana Sheila Guedes, que representa bem a riqueza literária do nordeste. Ambientado no Brasil Imperial, o romance conta a história de Cecília, uma jovem feminista que, para fugir do pai, se alista na Cavalaria da Guarda Nacional. A protagonista é inspirada por heroínas reais, como a baiana Maria Quitéria, símbolo da independência brasileira.

(Autora: Sheila Guedes | Páginas: 344 | Preço: R$ 45 | Onde encontrar: Amazon <https://amzn.to/3yKi7lI>  e site da autora <https://www.sheilaguedes.com.br/product-page/por-amor-e-honra> )

 <https://files.pressmanager.net/clientes/64a8e8d576d3505a7823819ae1fa6eb7/imagens/2022/08/01/4b1275ecf646658859628d3fa8697d6a_medium.jpg> Eu natureza: um olhar para dentro

Nesta autobiografia, a escritora pernambucana Tchela compartilha vivências pessoais e abalos emocionais para dialogar sobre infertilidade, luto, vulnerabilidade e empoderamento feminino. Além de ser um convite para o leitor visitar o próprio íntimo, é um retrato honesto sobre experiências, boas ou ruins, que a vida pode ocasionar.

(Autora: Tchela | Páginas: 118 | Preço: 39,84 | Onde encontrar: Amazon <https://www.amazon.com.br/Eu-Natureza-Tchela/dp/6553922128/ref=tmm_pap_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=&sr=>  e Clube de Autores <https://clubedeautores.com.br/livro/eu-natureza> )

 <https://files.pressmanager.net/clientes/64a8e8d576d3505a7823819ae1fa6eb7/imagens/2022/08/01/df421272035b818b71767bdf58bb42d6_medium.jpg> Retirantes: O Legado das Sombras

A beira da morte, Joaquim e sua família deixam o Nordeste do país para enfrentar um o caminho recheado de perigos onde poucos, ou talvez nenhum, consiga sobreviver. Longe da vista desta família dois grandes grupos de sobreviventes desferem uma guerra não declarada por um dos últimos paraísos habitados pela raça humana. Mas não demora até que seus caminhos se cruzem…

(Autor: Daniel Pedrosa | Páginas: 256 | Preço: R$ 49,90 | Onde encontrar: Amazon <https://www.amazon.com.br/Retirantes-legado-sombras-Daniel-Pedrosa/dp/655561269X> )

 <https://files.pressmanager.net/clientes/64a8e8d576d3505a7823819ae1fa6eb7/imagens/2022/08/01/4325494d1d5cb543f9c703ce39464430_medium.jpg> Curva do rio

Mãe e filha migram do sertão nordestino para a cidade grande em busca do pai desaparecido, quando a menina se vê diante de um mundo desconhecido e enfrenta desafios inimagináveis. Enquanto cresce, percebe que só poderia encontrar um único caminho para se libertar do destino preconcebido, destinado aos meninos e meninas do bairro operário onde viviam.

(Autor: Roosevelt Colini | Páginas: 224 | Preço: R$ 59,90 | Onde encontrar: Amazon <https://www.amazon.com.br/Curva-do-rio-R-Colini/dp/6556252328/> )

 <https://files.pressmanager.net/clientes/64a8e8d576d3505a7823819ae1fa6eb7/imagens/2022/08/01/6f7ed3e57b4c790d7f80cbfe67f040f5_medium.jpg> Os Carcarás

Com prefácio do dramaturgo Agnaldo Silva e escrita pelo ator, humorista e roteirista pernambucano Maciel Silva, a obra faz um panorama da vida no Nordeste brasileiro. Ao retratar a jornada angustiante da própria família, o autor ambienta a narrativa no sítio em que cresceu – nada crescia e florescia naquele chão. A infertilidade do terreno é desmistificada no enredo e faz companhia às dores, alegrias, dificuldades e vitórias vividas pelos personagens.

(Autor: Maciel Silva | Páginas: 200 | Preço: R$ 44,90 | Onde encontrar: Amazon <https://www.amazon.com.br/dp/6553750238?ref=myi_title_dp> )

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Projeto de incentivo à cultura e educação amplia acesso aos livros para mais de 1.300 profissionais da construção civil

No dinâmico cenário de um canteiro de obras, uma pausa para despertar a imaginação e se deixar levar pelos encantos das histórias dos livros. A imagem, um tanto inusitada, ganha vida e forma com o projeto “Canteiro da Leitura”, do Instituto A.Yoshii, entidade sem fins lucrativos que, há 16 anos, promove e compartilha os cuidados de responsabilidade social do Grupo A.Yoshii.  

Implementado em julho de 2021, o projeto registra excelente aceitação e repercussão entre os colaboradores e, em pouco mais de um ano, atingiu a marca de dez Canteiros da Leitura implementados no Paraná, nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá e Porto Amazonas. 

Ao todo, o projeto já beneficiou 1.357 trabalhadores da construção civil que, com livre acesso às obras literárias, encontram no ambiente de trabalho um novo incentivo à leitura. Nestas bibliotecas construídas dentro dos canteiros de obra, a construtora disponibiliza mais de 150 exemplares entre livros, revistas e histórias em quadrinhos, que podem ser lidos nos intervalos de trabalho ou em casa, engajando a leitura em família.

“Temos acompanhado o fluxo de empréstimos dos livros e estamos muito satisfeitos com o resultado do projeto. Muitos funcionários levam exemplares para casa e essa é a essência do projeto: impactar positivamente os colaboradores e a comunidade. Quanto mais pessoas desfrutarem dessa iniciativa, melhor”, celebra o presidente do Instituto A.Yoshii, Aparecido Siqueira.

Os títulos disponibilizados integram o acervo do Instituto e são voltados para as realidades profissional e pessoal dos colaboradores, como biografias, literatura brasileira, infantil e internacional, autoajuda, gestão, entre outros. 

Biblioterapia: benefícios para o cérebro e desenvolvimento social

Uma pesquisa da Universidade de Sussex, da Inglaterra, revelou que seis minutos diários de leitura aliviam o estresse e as tensões, além de melhorar o funcionamento do cérebro, desenvolver o senso crítico, estimular a imaginação, ampliar o conhecimento e enriquecer o vocabulário e a escrita. 

Emily Regina Alves dos Santos trabalha em uma obra de Maringá e relata que, logo nos primeiros dias de implantação do projeto, 25 livros já haviam sido emprestados. Ela, que atua na limpeza geral, diz que os livros infantis garantem bons momentos de lazer e relaxamento. “Ajuda a distrair e a esquecer um pouco das tarefas do dia a dia porque a gente passa a focar só no livro. As histórias infantis são as minhas preferidas”, conta.

Já Bryan Lucas Ribeiro Gaya, que trabalha no almoxarifado, prefere os livros de ficção e as biografias. “Quem olha uma obra do lado de fora não imagina que tem um espaço como esse, que nos permite mergulhar em tantas histórias e adquirir novos conhecimentos”, diz.      

Atualmente, o Canteiro da Leitura está presente em quatro obras em Londrina e duas em Maringá. De acordo com Siqueira, para a implantação do projeto a obra precisa estar em uma fase mais avançada. “Ao ser concluída, desmontamos o espaço e o levamos para uma nova obra. A intenção é estender o projeto para as outras praças de atuação do Grupo A.Yoshii”, diz. 

Bibliotecas feitas a partir de resíduos da construção civil

Além do compromisso com Cultura e Educação, principais pilares do Instituto A.Yoshii, Siqueira destaca o viés sustentável do projeto. “É uma iniciativa pautada tanto no incentivo à leitura e acesso ao conhecimento como no compromisso com o meio ambiente. Grande parte do mobiliário disponível nesses espaços de leitura é desenvolvido pelas equipes de obra, a partir de resíduos da construção civil que seriam descartados”, afirma.   

Neste mês de novembro, o Instituto A.Yoshii foi certificado com o Selo Sesi ODS 2022, na categoria Inovação com o projeto Canteiro da Leitura. A cada ano, o Sesi-PR destaca  os trabalhos realizados no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Sobre o Instituto A.Yoshii

Fundada em 2006, a entidade sem fins lucrativos promove ações solidárias ligadas à educação, meio ambiente e cultura, em busca de resultados com impacto social positivo. Ao longo dos 15 anos de atuação, o Instituto A.Yoshii promoveu diversas iniciativas voltadas a mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade econômica-social, minimização de impactos no meio ambiente e democratização do acesso à cultura e educação. Em 2020, o Instituto foi reconhecido pelo quinto ano consecutivo com o Selo Sesi ODS, como uma das principais organizações que trabalham em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Mais informações: https://www.institutoayoshii.org.br

Sobre o Grupo A.Yoshii

Fundado há mais de 55 anos, o Grupo A.Yoshii já construiu mais de 2 milhões de m² do Sul ao Nordeste do Brasil, entre obras industriais, edifícios corporativos e residenciais, escolas, universidades, teatros e centros esportivos. É composto pela A.Yoshii Engenharia, com sólida atuação em construções de edifícios residenciais e comerciais de alto padrão em Londrina, Maringá, Curitiba e Campinas; pela Yticon Construção e Incorporação, que realiza empreendimentos econômicos, localizados em regiões de potencial valorização em municípios do Paraná; e pelo Instituto A.Yoshii, voltado para a inserção social e democratização cultural. Além disso, atua em Obras Corporativas, atendendo grandes corporações em suas plantas industriais, nos mais variados segmentos da economia, como papel e celulose, alimentício, químico, agronegócio, energia, assim como usinas sucroalcooleiras, centros logísticos, plantas automobilísticas, entre outros. Mais informações: www.ayoshii.com.br.

“Olhos de pixel”: autor paranaense ganha Prêmio Jabuti com Curitiba futurista e engajamento social

Fundamentalismo religioso. Governo autoritário. Violência como linguagem estatal. Discurso do ódio como retórica social. LGBTQIA+fobia. Pode parecer o Brasil de 2022, mas são alguns dos elementos que contornam o debate e a crítica proposta pelo escritor paranaense Lucas Mota em Olhos de pixel (e-book, Plutão Livros), vencedor do Prêmio Jabuti, a mais importante premiação literário do país, na categoria Melhor Romance de Entretenimento. Misturando a análise atenta do presente à estética da ficção científica, o autor construiu um livro inteligente singular – que segue os passos de Philip K. Dick,  Ursula K. Le Guin e Isaac Asimov –, mas tem um universo bastante próprio e original.

            Ambientado em uma Curitiba futurística, Olhos de pixel é um reflexo das inquietações de Mota. São a sua leitura e interpretação de mundo e, ao mesmo tempo, uma maneira de exorcizar as questões mais urgentes. Não à toa, o escritor mergulha em sua própria intimidade para propor uma discussão de altíssimo nível, sem abrir mão de uma literatura acessível e instigante, capaz de levar o leitor pelas mãos da primeira à última página. “Eu fui criado no meio religioso, me considero cristão até hoje, mesmo não tendo qualquer relação com igrejas ou instituições religiosas, por isso senti que eu tinha alguma coisa pra dizer sobre aquilo que incomodava”, explica o escritor. “Ao lado disso teve a parte de criar um cenário futurista, que foi mais divertida, mais leve. Criar universos ficcionais é sempre uma experiência agradável pra mim, me divirto muito fazendo”

            Na trama, uma espécie de cyberpunk dos trópicos, a heroína queer Nina Santtelles, uma mercenária habitante do underground, luta para se reconectar física e espiritualmente com seu filho, e assim conseguir uma passagem só de ida para a colônia espacial Chang’e – um éden de neon –, entretanto, tudo muda quando acaba presa pela polícia. Nesse xadrez político e social, Nina precisa comprar a liberdade se aliando à polícia, e ajudando nas buscas por um hacker, inimigo da maior igreja-corporação do país. O dilema começa quando o hacker faz à protagonista a mesma oferta – a viagem para Chang’e –, porém, sem que Nina vá contra seus ideais.

Romance de entretenimento

            Quando o Jabuti criou a categoria de Romance de Entretenimento, há alguns anos, houve quem a viu como um contraponto ao Romance Literário, entretanto, segundo Lucas Mota, a literatura está além das nomenclaturas e classificações. Olhos de pixel, como boa parte das obras de ficção científica, principalmente as clássicas, orbita entre a cultura pop e o engajamento social e, portanto, tentar colocar o livro em uma caixinha que o defina por completo pode se tornar apenas uma estratégia reducionista.

            Isso, no entanto, não é algo que preocupe ou incomode o escritor. “O mercado literário funciona como qualquer outro mercado, o objetivo são os números de vendas, a sustentabilidade financeira da coisa. A literatura simplesmente não se importa com isso, o interesse é o texto, as palavras, os gêneros literários, seja em um estilo tradicional e consolidado ou em algo completamente experimental e inusitado”, comenta Mota. “Alguns profissionais do mercado percebem isso e tentam alinhar os interesses do mercado com os da literatura. Às vezes conseguem.”

            O certo é que, independentemente de qualquer classificação, o Prêmio Jabuti é uma chancela importante para a divulgação de escritores de diferentes gêneros literários, sobretudo para aqueles que, como Lucas Mota, trilham um caminho independente ou não integram os grupos de grande editoras. Acima de tudo, é uma oportunidade de chegar a novos leitores. “O prêmio me trouxe uma avalanche de novos leitores. Eu sabia que algo desse tipo poderia acontecer, mas o resultado tem superado muito as minhas expectativas”, analisa Lucas.

Voz original

            O Jabuti de Olhos de pixel é a consolidação de um projeto literário coeso. Desde a sua estreia com Todos os mentirosos (2016), Lucas Mota se firma como uma voz original e sólida. Seja no romance Boas meninas não fazem perguntas (2018) ou nos contos da série SoundtrackDesintegrado (2018), O Destino de Ayra (2018), A Terra dos homens-tigre (2019) e Algoritmia  (2020) – a literatura do escritor paranaense se mostra em um diálogo constante entre o clássico e o novo modo de fazer ficção científica.

            Profícuo, Mota já tem na manga novidade. “Eu já tenho alguns outros textos inéditos esperando apenas uma oportunidade para chegar aos leitores. Não posso dizer exatamente em que ordem eles serão lançados ainda, mas podem esperar material novo de ficção científica, fantasia, realismo mágico e algumas surpresas”, revela.

Sobre o livro

Olhos de pixel

Lucas Mota

Plutão Livros | 296 p.

Compre aqui: https://amzn.to/3FtSLex

Sobre o autor

            Lucas Mota nasceu em Umuarama, no Paraná, e vive em Curitiba. É escritor, vencedor do Jabuti 2022 com Olhos de pixel (Plutão Livros, 2021). Também escreveu Boas meninas não fazem perguntas (financiamento coletivo, 2018) e Todos os mentirosos (Amazon, 2016). É autor dos contos Desintegrado (2018), O Destino de Ayra (2018), A Terra dos homens-tigre (2019) e Algoritmia  (2020), todos publicados na Amazon. Lucas Mota produz o podcast Suposta leitura.

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