Paraná possui mais de 549 mil mulheres empreendedoras, quarta maior marca do Brasil

Estudo do Sebrae aponta que crise do coronavírus interrompeu o crescimento da participação das mulheres no empreendedorismo

O Paraná possui 549.572 empreendedoras, segundo o estudo do Sebrae, “Empreendedorismo Feminino no Brasil”, que traz o perfil das empresárias brasileiras até o terceiro bimestre de 2020, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). No Paraná, elas estão no comando de 34% das empresas e quase a metade delas (49%), tem menos de 44 anos de idade.

Além de gerenciar o próprio negócio, 47% das empresárias paranaenses também são chefes de domicílio. Mesmo com o desafio de lidar com várias tarefas no dia a dia, a mesma porcentagem de mulheres dedica mais de 40 horas por semana ao negócio. No Estado, 18% delas são empregadoras, a terceira maior proporção no Brasil.

Por conta da pandemia de coronavírus, as empreendedoras em todo Brasil sofreram com os impactos da crise. Conforme o estudo, dos 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil, 33,6%, ou 8,6 milhões eram liderados por mulheres em 2020. No ano anterior, a presença feminina era maior, correspondia a 34,5% do total de empreendedores.

A gestora do Programa Sebrae Delas no Sebrae/PR, Dianalu de Almeida Caldato, explica que um dos fatores para essa retração foi a necessidade de cumprir jornada tripla, com as crianças em casa e a dedicação aos cuidados com idosos, por exemplo, o que faz parte de uma cultura que ainda sobrecarrega mais as mulheres.

“As características comportamentais das mulheres ajudaram na adaptação. Normalmente, elas se preparam mais para iniciar uma atividade, portanto, “antenadas” com as tendências e o cenário de atuação. Isso se refletiu na pandemia. Elas inovaram mais, entraram rápido para o digital e expandiram seus negócios encontrando novos caminhos”, explica Dianalu.

 

A empreendedora Danila Chaves, de Paranacity, no noroeste do Paraná, vende roupas há 12 anos. Ela já havia começado negócios pela internet, mas com a pandemia decidiu fechar de vez a loja física e permanecer somente com atendimento online. Ela usa principalmente o Instagram para vender as peças, que envia para as clientes por transportadora ou Correios.

“Eu observava as pessoas interagindo com as postagens que fazia e comecei a estudar e entender melhor as ferramentas digitais. Comecei a monetizar e, em 2020, desisti do atendimento físico. Eliminei uma série de gastos mensais e hoje vivo a minha melhor fase financeira”, comemora Danila.

Participante do Sebrae Delas, a empreendedora diz que busca atualização constante e que humanizar as redes tem sido uma estratégia eficaz. A exposição da própria imagem abriu caminho para novos desafios e agora ela também oferece mentorias para outras empreendedoras.

Foco no digital e na expansão do negócio

A ex-executiva de marketing Cleonice Teresinha Wasilkoski decidiu empreender há quatro anos, quando inaugurou, em Curitiba, uma loja de moda íntima e pijamas. Com apoio do Sebrae/PR, por meio de cursos e consultorias, estudou bastante sobre o segmento.

“Optei por abrir um negócio relacionado a algo que eu gosto muito e, ao longo do tempo, tenho me capacitado, feito parcerias com fornecedores e buscado um mix de produtos para um modelo mais rentável e produtivo”, afirma.

Além da loja de rua, que foi bastante afetada pelas medidas restritivas tomadas pelos governos na pandemia, ela inaugurou um segundo ponto em um shopping da capital paranaense em meio à crise. Para driblar a diminuição do número de clientes nas lojas físicas, a empresária criou do zero o próprio site, passou a comercializar as peças online e já tem planos de expandir os negócios.

“Quero aumentar as vendas no site e redes sociais e tenho o sonho de abrir uma marca própria de lingeries. Outro sonho é o de desenvolver um projeto de peças especiais voltadas a mulheres mutiladas e mastectomizadas, como uma forma de dar mais autoestima a elas”, conta, entusiasmada.

Desafios

Nesse momento de incertezas, com novas medidas restritivas adotadas para conter o avanço da pandemia, a consultora Sebrae/PR, Dianalu de Almeida Caldato, orienta a realização de um planejamento de curto prazo.

“As mulheres têm como habilidade se reerguer diante de grandes desafios. Vale a pena traçar estratégias de sobrevivência de curto prazo, que incluem alternativas imediatas. O período turbulento vai passar e quem sem planejou e inovou terá melhores condições de crescer na retomada”, orienta.

A 9ª Pesquisa de Impacto do coronavírus nos pequenos negócios, de novembro de 2020, já indicava que as mulheres empreendedoras foram mais prejudicadas no que diz respeito ao faturamento mensal (75% delas acusaram diminuição, contra 71% dos homens). Mas, as empreendedoras foram mais proativas no enfrentamento às dificuldades, sendo que 46% delas passaram a comercializar novos produtos/serviços, contra 41% dos empresários.

Outros dados sobre o empreendedorismo feminino:

Paraná:

• 18% das empreendedoras paranaenses são empregadoras (no Brasil, o número é de 13%);

• 67% delas têm de 1 a 5 empregados;

• 49% têm até 44 anos;

• 45% das paranaenses empreendem no setor de serviços;

• 60% das empresárias contribuem para a previdência social;

• 47% trabalham mais de 40 horas por semana no negócio;

• 23% das empreendedoras paranaenses são negras;

Brasil:

• No 3º trimestre de 2020, haviam 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil, sendo 8,6 milhões de mulheres (33,6%) e 17 milhões de homens (66,4%);

• Entre as donas de negócio no Brasil, 29% têm nível superior, 39% nível médio, 24% fundamental, 1% sem instrução e 7% não informaram;

As mulheres Donas de Negócio (comparado aos homens):

• Têm maior grau de escolaridade

• São mais jovens

• Ganham menos

• Trabalham mais sozinhas (Conta Própria)

• Trabalham menos horas no negócio

• Estão há menos tempo na atividade atual

• 49% são chefes de domicílio

• Empregam menos (menor proporção de empregadoras e menor número de empregados)

• Têm estruturas de negócio mais simples

• Contribuem mais à previdência na atividade atual

• Trabalham mais no setor de serviços (destaque: alojamento e alimentação)

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Seminário do Hospital Costantini discute o cuidado com atletas de alto rendimento

O Hospital Cardiológico Costantini promove nesta sexta-feira, 10, e no sábado, 11, o seminário “A importância da linha de cuidado no atleta de alto rendimento”, destinado a atletas, profissionais do esporte e da saúde e demais interessados no tema.

O seminário, gratuito, pode ser assistido de forma presencial ou em transmissão online, pelo canal do hospital no YouTube (@HospitalCardiologicoCostantini).

Na sexta-feira, das 19h05 às 21h45, serão discutidos temas como desafios para estruturar um projeto esportivo dentro de um clube profissional de futebol, avaliações médicas, lesões em atletas, sobrecargas em treinamentos, nutrição e reabilitação.

No sábado, das 8h05 às 12h, os temas serão a importância dos testes de campo, percepção de bem-estar, recuperação e projeto esportivo olímpico.

As palestras e discussões ocorrerão no auditório do Hospital Cardiológico Costantini, na rua Pedro Collere, 890, bairro Vila Izabel, em Curitiba. Participantes presenciais receberão certificado.

Programação completa

Sexta-feira, 10

Abertura: Dr. Costantino Costantini

19h05 às 19h25 – Quais os principais desafios para estruturar um projeto esportivo dentro de um Clube Profissional de futebol?  Prof. Lucas Drubski – Head Esportivo do Coritiba Foot Ball Club (PR).

19h25 às 19h45 – Como estruturar o departamento de saúde de um Clube Profissional de Futebol? Prof. Rodrigo Pignataro – Gerente de Formação e Desenvolvimento do Coritiba Foot Ball Club (PR)

19h45 às 20h05 – A avaliação médica pré participação deve ser o início da linha de cuidado em atletas de futebol? Como fazer? Dr. Fernando Willington – Médico do Esporte do Hospital Costantini (PR)

20h05 às 20h25 – O desafio da translação do conhecimento. Como tentar superar esta barreira dentro de projetos desportivos em grupos transdisciplinares? Prof. Rafael Michel de Macedo – Diretor de Prevenção do Hospital Costantini (PR)

20h25 às 20h45 – Discussão. Coordenação: Prof. Rafael Michel de Macedo (PR) Debatedores: Prof. Lucas Drubski (PR), Prof. Rodrigo Pignataro (PR), Dr. Fernando Willington (PR)

20h45 às 21h00: Quais as principais lesões em atletas profissionais de futebol? Dr Roberto Tauchmann– Médico do Coritiba Foot Ball Club (PR)

21h00 às 21h15: Quais marcadores fisiológicos auxiliam no controle da sobrecarga do treinamento e auxiliam na prevenção de lesões? Prof.Felipe Wallback- Coordenador de performance e saúde (PR)

21h15 às 21h30: Qual o papel da nutrição da prevenção de lesões? Nutricionista Ms. Cristiane Mara de Carvalho- Hospital Cardiológico Costantini (PR)

21h30 às 21h45: Como conduzir a transição entre a reabilitação e o treinamento? Fisioterapeuta Lucas Tadeu Espindula de Araujo- Four Fisio (PR)

Discussão: Coordenação: Prof. Rafael Michel de Macedo (PR) Debatedores: Dr. Roberto Tauchmann (PR) Fisiologista Felipe Wallback (PR) Nutricionista Ms. Cristiane Mara de Carvalho (PR) Fisioterapeuta Lucas Tadeu Espindula de Araújo – Four Fisio (PR)

Sábado, 11

08h05 às 08h25: Lesões por sobrecarga em atletas de alto rendimento. Como prevenir? Dr Paul Andre Alain Milcent- Médico Ortopedista do Hospital Cardiológico Costantini (PR)

08h25 às 08h45: A importância dos testes de campo para a prescrição e controle de cargas de treinamento em modalidades individuais e olímpicas.  Prof. Rafael Michel de Macedo – Diretor de Prevenção do Hospital Costantini (PR)

08h45 às 09h05: A percepção do bem-estar é indispensável na adequação de cargas de trabalho de atletas? Por quê? Fisiologista Giulliano Gardenghi- Hospital Encore (GO)

09h05 às 09h25: Recovery. Quando e como fazer? Fisioterapeuta Bruno Machado Maranoze – Four Fisio (PR)

09h25 às 10h: Discussão. Coordenação: Prof. Rafael Michel de Macedo (PR). Debatedores: Dr. Paul Andre Alain Milcent (PR), Fisiologista Giuliano Gardenghi (PR), Fisioterapeuta Bruno Machado Maranoze (PR)

10h00 às 10h25: Quais os principais desafios para estruturação de um projeto esportivo olímpico no Brasil? Prof. Emerson Appel- Gerente de Esportes e Relações Institucionais do Comitê Brasileiro de Clubes (SP)

10h25 às 10h50: Qual a importância da linha de cuidado no treinamento de atletas de alto rendimento de modalidades olímpicas? Dr. Fernando Willington- Médico do Hospital Cardiológico Costantini (PR)

10h50 às 11h15: Qual o papel do Head Coach dentro de um projeto desportivo olímpico? Prof. Rafael Michel de Macedo – Diretor de Prevenção do Hospital Costantini (PR)

11h15 às 12h00: Discussão. Coordenação:Prof. Rafael Michel de Macedo (PR). Debatedores: Prof. Emerson Appel (SP), Dr. Fernando Willington (PR)

Pequenos negócios geraram 81% das vagas de trabalho em 2022, no Paraná

As micro e pequenas empresas paranaenses (MPE) foram destaques em 2022, sendo responsáveis por 81,9% das vagas criadas no período, no Estado. No Brasil não foi diferente, a cada dez postos de trabalhos gerados, aproximadamente oito foram criados pelos pequenos negócios, segundo levantamento do Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

Com o resultado positivo, foram 118.149 novas vagas no Paraná entre janeiro e dezembro de 2022. Destas, 96.795 foram das MPE. Além disso, o acumulado do ano em todo o País ultrapassou 2 milhões de novos postos, das quais quase 1,6 milhão teve lugar nos pequenos negócios. 

Em números absolutos, o Paraná foi o quarto estado com mais empregos gerados por MPE, atrás de São Paulo (432.476), Minas Gerais (159.927) e Rio de Janeiro (128.061). 

“Novamente o nosso estado está entre os principais fomentadores do empreendedorismo do país e o crescimento está distribuído por todos os setores. Como nos últimos anos, o desempenho e dinamismo das MPE são decisivos para esses números positivos. Isso aliado com políticas de incentivo e desenvolvimento de parcerias mostra que estamos no caminho certo durante essa retomada”, comenta o diretor de Operações do Sebrae/PR, César Reinaldo Rissete.

Na soma dos 12 meses do ano passado, o setor paranaense com maior destaque foi o de Serviços, responsável por 52.545 empregos. Na sequência, entre as áreas com maior número de postos estão o Comércio (20.586), Indústria e Transformação (11.679) e Construção (9.960). 

Em 2021, foram abertas 172.636, sendo que as MPE foram responsáveis por 143.733. Ao comparar os últimos anos, houve queda no número total de vagas abertas, porém a participação dos pequenos negócios se manteve, sendo 83,2% em 2021 e 81,9% no ano passado.

Setores pelo Brasil 

Mesmo quando comparado com 2021 – quando as MPE tiveram um desempenho que superou os 2,17 milhões de empregos gerados, equivalente a 77% do total de vagas do período –, verifica-se que a participação dos pequenos negócios no saldo total aumentou no ano passado, chegando a 78,4%.

No Brasil, em 2022, os setores dos pequenos negócios que mais contrataram foram: Serviços (828.463), Comércio (332.626) e Construção Civil (229.755). 

A pesquisa também faz um recorte de dezembro de 2022 que, similar aos anos anteriores, apresenta mais desligamentos do que admissões, resultando em saldos negativos em todos os portes. No último mês do ano passado, o Brasil encerrou com pouco mais de 431 mil postos de trabalho – desse volume, as MPE foram responsáveis por 205 mil (47,5%). Como todos os portes apresentaram saldos negativos de contratação, o mesmo pôde ser observado na estratificação por setor de atividade. O único setor que gerou emprego foi o setor do Comércio das MPE. No Paraná, o desempenho foi similar em dezembro e todos os setores representaram queda, com saldo negativo de 35.901 postos.

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