Ocupação de leitos de UTI covid-19 não passa de 80% em nenhum estado

Pela primeira vez desde outubro de 2020, nenhum estado brasileiro está com mais de 80% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 ocupados no Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi divulgada nesta quarta-feira (11) pelo Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, o país vive o melhor momento para a ocupação de leitos desde que o indicador passou a ser monitorado pelo boletim, em julho do ano passado. Na análise desta semana, eles voltam a destacar que a vacinação tem feito grande diferença para a redução dos casos graves da doença e pedem que o acesso aos imunizantes seja ampliado e acelerado.

“Merece destaque a observação de que o cenário de melhora das taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos no SUS já convive, sem prejuízos, com a redução significativa de leitos destinados à covid-19 em muitos estados e no Distrito Federal. O gerenciamento desse processo, ainda que exija monitoramento cuidadoso da pandemia, é desejável frente aos desafios postos para o sistema de saúde pelo represamento de demandas por diferentes condições de saúde no decorrer da pandemia”, recomenda o estudo.

O boletim recomenda que seja mantido o alerta quanto à possibilidade de variante Delta trazer reveses a esse quadro de melhora. Apesar do cenário favorável, o texto pondera que, “considerando que ainda são altos os níveis de transmissão do vírus, casos e óbitos, é também importante combinar a vacinação com o uso de máscaras e distanciamento físico, para manutenção e avanços nos resultados positivos na direção do controle da pandemia”.

Zona de alerta

Quando mais de 80% das vagas de UTI estão ocupadas, o boletim diz que a assistência aos casos graves de covid-19 está na zona de alerta crítico. O Brasil chegou a ter 25 unidades federativas nessa situação simultaneamente, em 15 de março, quando a pandemia estava no pior momento no país.

No boletim divulgado hoje, com dados reunidos na segunda-feira (9), 21 estados e o Distrito Federal estão fora da zona de alerta, com taxas de ocupação para covid-19 inferiores a 60%. Já na zona de alerta intermediário, com entre 60% e 80% de ocupação, estão Goiás (78%), Mato Grosso (79%), Rio de Janeiro (67%), Rondônia (64%) e Roraima (70%).

No caso dos dois estados da Região Norte, que antes estavam fora da zona de alerta, a Fiocruz avalia que a elevação da taxa se deve à redução de leitos de UTI covid-19 para adultos no SUS, “provavelmente em um processo de gerenciamento de leitos frente à queda na demanda, e não ao aumento de leitos ocupados”.

Entre as capitais, Goiânia (92%) e Rio de Janeiro (97%) estão com taxas de ocupação na zona de alerta crítico, situação que se mantém há semanas. Por outro lado, 19 capitais estão fora da zona de alerta: Rio Branco (12%), Manaus (54%), Belém (44%), Macapá (29%), Palmas (53%), Teresina (39%), Fortaleza (53%), Natal (34%), João Pessoa (19%), Recife (39%), Maceió (25%), Aracaju (43%), Salvador (38%), Belo Horizonte (57%), Vitória (36%), São Paulo (43%), Florianópolis (31%), Porto Alegre (59%) e Brasília (59%). As demais estão na zona de alerta intermediário.

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Quem pode prescrever cannabis medicinal?

O canabidiol (CBD) é um óleo essencial derivado da cannabis que, diferente da THC, que conta com componentes psicoativos, oferece propriedades terapêuticas.Isso acontece graças a substâncias contidas em sua fórmula capazes de modular os sistemas do organismo humano, auxiliando no manejo de sintomas em diferentes doenças.

Contudo, o “como” prescrever canabidiol ainda é uma dúvida bastante frequente na medicina, mesmo após a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de mais de 15 medicamentos no país. Afinal, quem pode prescrever um tratamento com cannabis medicinal?

No Brasil, qualquer médico com inscrição ativa no Conselho Federal de Medicina (CFM) pode receitar produtos de cannabis com fins medicinais para seus pacientes, independente da especialidade, inclusive como primeira via de tratamento. Profissionais de odontologia, como dentistas e cirurgiões dentistas, também estão aptos para indicar o tratamento.

“Ainda vemos muitos pacientes chegarem na cannabis medicinal como última alternativa, já debilitados e sem acreditar no potencial de melhora. Isso acontece, principalmente, porque muitos médicos desconhecem os benefícios do canabidiol e demoram para indicar o tratamento”, aponta Marcelo Velo, COO e cofundador da Anna Medicina Endocannabinoide, startup que promove acolhimento de pacientes, treinamento com médicos e venda de produtos.

A especialista explique que o médico ou dentista pode recomendar um produto de cannabis para compra diretamente em estabelecimentos nacionais (regimentada pela RDC 327/2019) ou através de importação legalizada (regimentada pela RDC 660/2022) via autorização da Anvisa. Para a primeira opção, o profissional de saúde deverá usar os receituários azuis ou amarelos e preencher o nome completo do paciente e a concentração de CBD, já para importação deve-se utilizar um receituário branco comum, contendo nome completo do paciente, identificação do uso, descrição do produto, número de frascos, posologia, carimbo, assinatura e data.

“Após passar por uma consulta com um profissional da saúde em que a prescrição seja autorizada, ele irá avaliar o caso e ponderar se o tratamento com canabidiol é uma alternativa.  Com a receita em mãos, o paciente pode procurar a importadora para os trâmites de envio do produto do exterior para o Brasil, levando alguns dias para a entrega, ou pode optar pelos produtos disponíveis em solo nacional, como no site da Anna Express”, explica Velo.

Especialista fala sobre uso da cannabis medicinal na Odontologia na ABO-PR

A cannabis medicinal vem sendo utilizada no tratamento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, quadros de epilepsia, autismo, dores crônicas, como a fibromialgia, ansiedade, depressão e TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Mas poucos sabem que o produto também pode ser utilizado nos tratamentos odontológicos com excelentes resultados. Será realizado no dia 04 de abril (terça-feira), às 19 horas, no anfiteatro da Associação Brasileira de Odontologia – Seção Paraná (ABO-PR), encontro sobre “Cannabis medicinal na Odontologia”, com a Cirurgiã-Dentista especializada no tema Cynthia De Carlo. 

O programa tratará da desmistificação e das possibilidades de aplicação da cannabis medicinal nas mais variadas patologias da Odontologia. A temática, pertinente na clínica odontológica nos dias atuais, será conduzida por uma profissional que se aprofundou nas pesquisas sobre a substância nos últimos anos. Compostos medicinais da Cannabis podem ser usados para tratar, por exemplo, distúrbios temporomandibulares. Segundo a Cirurgiã-Dentista, a cannabis medicinal é uma alternativa terapêutica em patologias que envolvem dor ou que necessitam de recrutamento das células de defesa para cicatrização. “Além disso, atua em lesões intra-orais e como ansiolítico para pacientes especiais e fóbicos, exercendo propriedade terapêutica também como anti-inflamatório, analgésico e cicatrizante”, destaca ela.

A doutora e palestrante Cynthia De Carlo é graduada pela Unitau (Universidade de Taubaté), pós-graduada em Odontopediatria, Periodontia e Implantologia. Especializada em Cannabis Medicinal pela Unifesp e Cannopy Growth e membro da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis), atuou como profissional do CEC (Centro de Excelência Canabinoide). A odontóloga é ainda coordenadora da área Odontológica da NDMCI (Núcleo de Desenvolvimento de Medicina Cannabinoide e Integrativa). 

Palestra  “Cannabis medicinal na Odontologia”, com a Dra. Cynthia De Carlo

Data: 04 de abril, às 19 horas

Local: anfiteatro da ABO-PR – R. Dias da Rocha Filho, 625 – Alto da XV,

Entrada: gratuita para associados e R$ 50 para não-associados

 Programação:

  • 18h30 Coffee break
  • 19h Palestra

Inscrições: 41 3028-5805

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