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Obesidade: dor causa círculo vicioso de limitações que prejudicam perda de peso

“Perdi três anos com as limitações causadas pela dor. Não podia ir ao parque porque não conseguia caminhar muito nem ir ao cinema, pois era incômodo ficar muito tempo sentada. Agora estou recuperando o tempo perdido”, conta a professora Anna Wisoczynski, 41 anos. O motivo da dor era uma hérnia de disco volumosa, que foi agravada por uma vida de sobrepeso. Com os quilos a mais vieram problemas de saúde como pressão alta e a piora da endometriose e hipotireoidismo. 

A professora soube da hérnia de disco no fim de 2019, depois de uma viagem. Começou tratamento com ortopedista, descobriu a necessidade da cirurgia para correção, mas a pandemia da covid-19 dificultou o tratamento, o que fez com que ela ficasse apenas com os remédios nos momentos de crise. Três anos depois, já não conseguia fazer atividades rotineiras, como arrumar a cama ou até mesmo trabalhar. Voltou a procurar um especialista e os exames mostraram que a hérnia já havia dobrado de tamanho. 

Cirurgia minimamente invasiva e reabilitação

O ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Antonio Krieger, explica que, embora a causa da hérnia de disco seja genética, o sobrepeso é um fator agravante porque aumenta a carga em cima do disco, que já tem uma predisposição para o desgaste. “Pela obesidade, a Anna não conseguia fazer uma reabilitação adequada com fisioterapia e exercícios, porque as dores causavam limitações e isso cria um círculo vicioso. Ela já não tinha qualidade de vida, perdeu o controle da urina e não conseguia ficar muito tempo em pé”, conta Krieger. 

Para remover a hérnia, a professora passou por uma cirurgia minimamente invasiva chamada vídeo-endoscopia, em que é feito apenas um único furo no paciente. “A cirurgia demorou cerca de 40 minutos, entrei com dor no centro cirúrgico e saí andando sem nenhum incômodo. No início, até achava que era devido à anestesia, mas já nos primeiros dias vi que estava sem nenhuma dor para sentar, andar e fazer pequenas atividades”, relembra a professora. “A cirurgia melhorou minha saúde física e mental. Hoje já caminho no parque, vou ao cinema e levo uma vida normal. E estou com meu currículo pronto para voltar a dar aulas, que antes não conseguia devido à dor”, afirma.