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Na Assembleia, médico defende zerar recusas para doação de órgãos – De olho nos deputados


O médico Juliano Gasparetto ocupou nesta segunda-feira (14) o grande expediente da sessão plenária da Assembleia Legislativa do Paraná para reforçar a importância da doação de órgãos e a necessidade de zerar as recusas para a ação. Segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), o Paraná possui a menor taxa de recusa familiar para doação do Brasil. O Estado registrou 27% de recusa durante as entrevistas familiares, enquanto a média nacional foi de 42% no ano. No Mato Grosso, por exemplo é de 78%. Para o profissional, a conscientização pode melhorar ainda mais os números do Estado.

A palestra, proposta pela deputada Márcia Huçulak (PSD), faz parte das ações do Dia Nacional da Doação de Órgão, celebrado em 27 de setembro. A data é voltada para realização de campanhas de conscientização e sensibilização sobre o assunto. “O Paraná realizou nesse primeiro semestre quase 500 transplantes. Os estado do Sul são os maiores transplantadores do Brasil. Além disso, temos um taxa de sobrevida de 95% em transplante renal, por exemplo. Mas como ultrapassarmos a marca de mil transplantes por ano?”, indagou Juliano Gasparetto.

Para ele, é necessário reforçar a importância de se tornar um doador. “Precisamos romper a barreira da doação, trabalhando com a meta zero de recusas. Por isso, a conscientização é tão importante”, completou ele, que é diretor-executivo do Complexo de Saúde do Grupo Marista, que inclui os hospitais Cajuru e Marcelino Champagnat, possui pós-doutorado pela PUC-PR e MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Já a deputada Márcia Huçulak destacou que o tema é de fundamental para a área, pois representa a oportunidade de salvar vidas. “Este é um tema muito relevante, que traz uma reflexão para a importância da doação de órgãos. Graças a esse trabalho de muitos anos, somos referência e exemplo de qualidade e eficiência nos transplantes. Agradeço a vinda para do doutor Juliano para esclarecer a relevância deste tema. Temos de falar disso para a sociedade”, disse.

Um dos principais fatores para a doação é a autorização da família em casos de pessoas com morte encefálica. Também é preciso que o doador manifeste em vida sobre seu desejo. O tema da campanha deste ano é: “Seja um doador de órgãos e conte pra todo mundo”. Quem quer ser um doador de órgãos precisa avisar a família. Ela tem autoridade para fazer respeitar o desejo do doador. A vontade do doador, expressamente registrada, também pode ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido. Um doador pode beneficiar até oito vidas com a doação de coração, válvula cardíaca, pulmão, fígado, córnea, pâncreas, rins, intestino, ossos e pele.

Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil criou o maior sistema público de transplantes do mundo, tornando-se referência mundial na área. Já o Paraná é o estado com o maior número de doações por milhão de população (pmp) no país. De janeiro a março, o Estado registrou 41,6 doações pmp, seguido por Rondônia (40,5), Santa Catarina (39,4) e Rio de Janeiro (26,9). A média nacional é de 19,1.

O Estado também possui a menor taxa de recusa familiar no país, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgão (ABTO). Houve ainda uma redução em relação ao ano passado, quando foram 122 recusas no primeiro semestre de 2023 e 103 no mesmo período de 2024. Relatório da ABTO mostra ainda que entre janeiro e junho de 2024, o Paraná registrou 648 notificações de potenciais doadores, resultando em 242 doações efetivas, o maior número de notificações registrado no Estado.



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