Ministro Marcos Pontes diz que Brasil será grande produtor de vacinas

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou na última sexta-feira (3) durante a abertura da 18ª Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília, que o Brasil passará por uma mudança significativa perante o mundo no desenvolvimento de novas tecnologias.

Segundo o ministro, uma série de novos avanços têm sido fomentados por diversas frentes do ministério – desde pesquisas com células-tronco a desenvolvimento aeroespacial. Marcos Pontes afirmou ainda que acredita que eventos como a SNCT 2021 fomentam a curiosidade e o desejo de aprendizado em áreas complexas.

Em entrevista após o discurso, Marcos Pontes falou sobre os rumos da ciência brasileira e o desenvolvimento de vacinas de maneira autônoma.

Segundo o ministro, o Brasil deixará de ser importador de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para se destacar como produtor e exportador de vacinas para todo o mundo. “Isso já está acontecendo. São projetos em curso em todas as áreas. Tudo isso porque a ciência é transversal.”

18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – Valter Campanato/Agência Brasil

Pontes afirmou ainda que os planos para tornar o Brasil um polo de exportações de imunizantes não abrangem apenas a covid-19, mas todas as chamadas doenças tropicais negligenciadas, como dengue, febre amarela, zika e chikungunya.

“Esse ministério tem a característica de transformar e trazer para a realidade as coisas práticas, de transformar as inovações em práticas e levar para as pessoas. São muitos desafios”, afirmou.

Durante a cerimônia, Marcos Pontes relembrou a assinatura do Plano Nacional de Tecnologias Assistivas, realizada pela manhã no Palácio do Planalto e que viabiliza uma série de investimentos em iniciativas de acessibilidade, tanto públicos quanto privados.

Pontes celebrou, ainda, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que é comemorado hoje e que foi tema de eventos em todo o governo federal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Técnicas pioneiras têm garantido qualidade de vida a pacientes cardiopatas com doenças genéticas

Pouco antes da pandemia da covid-19, Rudi Raupp Maia, que trabalha com logística, tinha 31 anos e estava focado no trabalho, em crescer profissionalmente. Começou a sentir um pouco de cansaço e dificuldade respiratória, mas achou que era apenas por falta de atividade física e pelo cigarro, já que tinha largado o mau hábito há pouco tempo. Por insistência da esposa, fez um check-up e o eletrocardiograma chamou a atenção do cardiologista. Exames complementares detectaram um problema genético conhecido como cardiomiopatia hipertrófica assimétrica, quando o coração cresce de forma desordenada, ficando maior que o normal. 

Na época em que descobriu o problema, começou a fazer tratamento com remédios de uso contínuo, mas a situação se agravou e as limitações diárias ficaram muito grandes. Para levantar da cama, ele precisava ficar dois minutos parado para recuperar o equilíbrio. Limpar a casa era algo impensável. Por isso, além da medicação, ele passou por um procedimento cirúrgico em que foi implantado um desfibrilador, que é utilizado em pacientes com risco de morte súbita. A tarefa dele é interromper a arritmia assim que detectada. A situação estava tão complicada que seu trabalho já estava totalmente prejudicado. 

“O problema do Rudi era bastante grave e estava limitando muito as suas atividades diárias. A ideia inicial era realizar uma alcoolização do ramo septal de forma percutânea”, explica o cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, Rômulo Torres, que passou a buscar alternativas de tratamento que garantem maior qualidade de vida para o paciente. Nessa técnica, é injetado álcool estéril absoluto no ramo septal da coronária, provocando um infarto na região problemática do coração. Embora a técnica seja bastante utilizada, traz alguns riscos, já que o material é tóxico, podendo causar complicações imediatas dentro da artéria coronária e até mesmo ser absorvido.

“Mas pouco antes de agendarmos o procedimento, conheci uma nova técnica, pioneira no Brasil, denominada embolização septal com ônix. Ela traz menos riscos ao paciente, porque o procedimento utiliza uma cola especial que provoca uma oclusão do ramo septal de forma mais controlada. O material não é tóxico, nem absorvido pelo corpo, então, os riscos para o paciente são menores e a recuperação mais rápida”, frisa o cardiologista. “A parte que estava maior do coração virou uma cicatriz e reduziu o tamanho e sua espessura, fazendo com que o sangue transite de forma mais adequada dentro do coração, facilitando o trabalho cardíaco”, complementa.

Vida nova Como a cardiomiopatia hipertrófica assimétrica não tem cura, mesmo com os procedimentos, o acompanhamento do paciente é constante. Mas a qualidade de vida de Rudi, que hoje está com 35 anos, já melhorou consideravelmente. “Faz pouco mais de um mês que fiz o procedimento,e  logo depois, já senti uma melhora e, em pouco tempo, as pessoas que convivem comigo também perceberam isso. Hoje, consigo passear com meus cachorros e limpar minha casa, o que há pouco tempo era inimaginável”, conta

Médico aponta 5 tendências para a saúde digital em 2023 

Pela primeira vez em mais de 60 anos o crescimento populacional da China foi negativo, o que já acontece na Europa há tempos. A consequência é clara: à medida que a população envelhece, mais o sistema de saúde é sobrecarregado. Contudo, mesmo com a clara necessidade de mais profissionais de saúde atuantes, cada vez menos trabalhadores parecem se interessar pela área médica

“Dois fatores têm afastado muitos profissionais da saúde da área médica, são eles: o déficit de remuneração e o aumento de casos de Burnout, visto que a categoria foi muito exigida nesses últimos anos de pandemia”, comenta o Dr. Eduardo Cordioli, médico e Head de Inovação da Docway, empresa de saúde digital que oferta soluções completas de telemedicina.

Para contornar esse e outros problemas, a saúde digital vem se consagrando como uma alternativa eficiente e acessível, trazendo mudanças significativas para o sistema em 2023. Segundo Cordioli, as maiores tendências são: equidade, computação de dados, inteligência artificial, sustentabilidade e inovação.

“Uma das barreiras que temos hoje é a grande disparidade nas condições de saúde globais. Por exemplo, se uma empresa multinacional emprega funcionários de diversas regiões do país, obviamente eles terão disparidade no acesso à saúde, o que é injusto. Mas quando falamos de saúde digital o fundamento principal é a equidade, desde o acesso até o desfecho”, explica.

Já através do avanço do 5G e do poder computacional, Cordioli aponta que é possível transitar dados de um paciente em diferentes cenários sem a necessidade do retrabalho, tornando o mercado da saúde mais resiliente. “Cada vez mais teremos computadores capazes de realizar cálculos avançados com menos custo e em menor tempo, permitindo modelos de cuidados alternativos, como a medicina preventiva e participativa, em que o autocuidado é facilitado pela inteligência artificial”, diz.

O médico ressalta ainda que a saúde digital é verde, pois consome menos carbono. “Se uma pessoa precisa ir ao médico e pode fazer parte da jornada em casa, ela diminuiu a emissão de gases poluentes para o meio ambiente, causando menos fricção ao sistema. Neste ponto, é possível ainda transformar as linhas de serviço de grandes operadores e empresas de saúde em crédito de carbono, a fim de garantir uma recuperação desse investimento”, sugere.

Por fim, mas não menos importante, Cordioli comenta que a saúde digital está usando de forma cada vez mais assertiva a tecnologia da informação. “O desenvolvendo de ferramentas que apoiam a medicina feita à distância é essencial para dar mais acesso, tornar o contato mais ágil e melhorar a experiência do usuário, garantindo uma maior adesão ao sistema de saúde. Afinal, quanto mais cuidado o paciente receber, menos doenças ele vai ter”, complementa.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com