Marco Legal do Saneamento: especialista comenta a derrubada dos decretos sancionados por Lula 

No início do mês de abril, o Governo Federal editou dois decretos que alteraram o novo Marco Legal do Saneamento Básico, representado pela Lei 14026, de 2020, que determina as regras para concessão e exploração dos serviços de coleta de esgoto e tratamento de água no país. Porém, algumas das alterações sancionadas pelo Presidente Lula foram derrubadas no último dia 03 de maio, após a Câmara do Deputados aprovar, por 295 votos a 136, um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que susta parte dos decretos relacionados ao saneamento em território brasileiro. Agora, o PDL será analisado pelo Senado Federal, com votação que deverá acontecer até o final de maio. 

Para Thiago Valiati, advogado do escritório Razuk Barreto Valiati ,especialista e doutor em direito administrativo, a movimentação feita pelo Congresso Federal por meio da PDL reestabelece a possibilidade de maiores investimentos, estímulo da competição com a entrada do setor privado e fim do monopólio das empresas estatais de saneamento, principais tópicos da reforma implementada em 2020. “Entre as principais mudanças dos decretos apresentados pelo Governo Federal, que foram derrubadas pela Câmara, estava a possibilidade de que empresas estatais pudessem operar em uma micro região ou região metropolitana sem a realização de licitação, contrariando a ideia de concorrência e diminuindo a competição pelo mercado”, comenta Valiati. 

O outro artigo sustado pelo projeto aprovado pela Câmara dos Deputados previa uma menor cobrança com relação à capacidade econômica de empresas públicas, permitindo, por exemplo, que estatais incluíssem no processo de comprovação da capacidade econômico-financeira operações que hoje estão irregulares. “Sem a necessidade de uma nova licitação para a contratação de prestadores de serviços, que era o que garantia o marco do saneamento, muitas estatais eram beneficiadas, mesmo com as operações atuando sem comprovação de sua capacidade financeira. Isso desregularia completamente o ideal de competitividade da reforma que foi instituída com o marco legal”, comenta.

Para Valiati, o debate sobre o tema, que agora será analisado pelo Senado, é extremamente válido. Segundo números do Sistema Nacional de Informações, 84,2% da população brasileira tem acesso à água potável, enquanto quase 56% contam com serviço de coleta de esgoto. “O objetivo do debate é a garantia de uma maior segurança jurídica para o setor de saneamento, que analisou de maneira muito positiva as regras aprovadas em 2020, mas que foram flexibilizadas recentemente pelos decretos do Governo Federal. O Projeto de Decreto Legislativo aprovado pela Câmara dos Deputados, se for mantido pelo Senado, tende a ser um fator crucial para o equilíbrio competitivo entre estatais e iniciativa privada ao tratarmos de saneamento básico no Brasil”, completa Thiago Valiati.

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Brasil tem 156,4 milhões aptos a votar nas eleições de outubro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou hoje (15) o número de eleitores aptos a votar no pleito de outubro deste ano. De acordo com o TSE, 156,4 milhões de pessoas poderão comparecer às urnas no dia 2 de outubro para escolher presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores, além de senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

Em caso de segundo turno para a disputa presidencial e para governos estaduais, a eleição será em 30 de outubro.

As informações do cadastro eleitoral mostram que a maior parte do eleitorado é formada por mulheres — são 82,3 milhões de eleitoras, número equivalente a 52,65% do total. Os homens são 74 milhões e correspondem a 47,33%.

Com 22,16% do total de eleitores, o estado de São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Conforme estatística do TSE, a cada cinco eleitores brasileiros, um está no estado. 

Minas Gerais tem o segundo maior colégio eleitoral, com 10,41% do total, seguido pelo Rio de Janeiro, com 8,2%).

O número de jovens entre 16 e 17 anos que poderão votar aumentou, passando de 1,4 milhão no pleito de 2018, para 2,1 milhões no neste ano.

O eleitorado acima de 70 anos também aumentou, passando de 12 milhões para 14 milhões entre as duas eleições.

Também houve mudança no nível de escolaridade da maioria do eleitorado. Neste ano, 41,1 milhões (26,31% do total) declararam ter ensino médio completo. Nas eleições gerais anteriores, realizadas em 2014 e 2018, a maioria era composta por pessoas com ensino fundamental incompleto.

O eleitorado brasileiro cresceu 6,21% em relação ao pleito de 2018, quando o total de pessoas aptas a votar foi de 147,3 milhões.

Veja a matéria no site da Agência Brasil

Luiz de Orleans e Bragança morre em São Paulo aos 84 anos

Luiz de Orleans e Bragança morreu hoje (15), em São Paulo, aos 84 anos. Ele é descendente da família real que governou o Brasil sob o sistema monárquico até 1889, quando foi proclamada a República. Bragança era filho de Pedro Henrique de Orleans e Bragança e Maria da Baviera e nasceu em 6 de junho de 1938, em Mandelieu-la-Napoule, na França.

Desde a morte de seu pai, em 1981, passou a chefiar a Casa Imperial do Brasil, organização não governamental que defende o retorno à monarquia. Para o grupo, ele é o “legítimo sucessor dinástico de seus maiores, os imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II e a Princesa Dona Isabel”, conforme nota que comunica sua morte.

A Casa Imperial do Brasil será chefiada agora pelo irmão de Luiz, Bertrand de Orleans e Bragança. A entidade defende a “restauração da Monarquia nas linhas gerais da Constituição de 25 de março de 1824, feitas naturalmente as necessárias adaptações à atual realidade brasileira”.

O velório de Luiz de Orleans e Bragança será na sede do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, na Rua Maranhão, no bairro Higienópolis, nos dias 16 e 17 de julho. O sepultamento será no dia 18 no Cemitério da Consolação, às 13h.

Veja a matéria no site da Agência Brasil

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