Instituto Incanto faz imersão em favelas na Colômbia para implementar projeto Favela 3D em Curitiba

“Uma viagem para o futuro”. É desta forma que Camila Casagrande, fundadora e presidente do Instituto Incanto, descreve a imersão de que participou em janeiro, na cidade de Medellín, na Colômbia. A viagem, que teve seis dias de duração, faz parte do projeto Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida), iniciativa da Rede Gerando Falcões, e que reuniu outras lideranças sociais brasileiras, a fim de acompanhar cases de sucesso de transformação social em diferentes frentes de desenvolvimento aplicadas na cidade colombiana. 

Com um olhar estratégico para trazer para o Brasil, o objetivo da imersão foi reunir conhecimentos para aplicar no projeto Favela 3D, cujo objetivo é erradicar a pobreza e reestruturar as favelas para promover uma transformação completa, focada na melhoria da qualidade de vida de seus moradores. O Incanto, primeira iniciativa paranaense a ser acelerada pela Rede Gerando Falcões, está operacionalizando o Favela 3D de forma pioneira na região sul do Brasil. 

“Dentre os aprendizados, destaco a importância do papel do governo e das ações conectadas entre o estado e a população em todas as regiões da cidade e não somente nas periferias, integrando urbanamente os territórios mais vulneráveis ao centro. Também destaco a memória da cidade, tão fragilizada e se refazendo como resistência devido aos conflitos do passado por conta do narcotráfico”, destaca Camila. 

Outros pontos que também chamaram a atenção da presidente do Instituto Incanto foram a colocação do morador no centro da preocupação, oportunidades e acessos para os mais pobres, qualidade dos equipamentos públicos e a Comuna 13 – considerada nos anos 80 e 90 como a comunidade mais perigosa de Medellín e do mundo, pela guerra entre cartéis e pelo domínio da venda de drogas, destacando Pablo Escobar. Atualmente, a comunidade é um um dos destinos mais populares para turistas estrangeiros que querem conhecer uma cultura que resistiu a décadas de violência. 

“Ela (Comuna 13) validou essa viagem como um grande aprendizado! Uma favela em que ainda tem pobreza, mas tem dignidade. Em vez de armas, lojas. Ao invés de lama, calçadas e corrimão. Ao invés de barrancos, escadas rolantes. Ao invés de montanhas de lixo, parques e praças e, ao invés de esgoto aberto, saneamento básico. Lá, as políticas públicas chegam. Não dá pra solucionar realocando de lugar uma favela tão gigante. Mas dá pra trazer mais acesso e dignidade, para que o povo prospere e consiga se empoderar, ao saber que tem um lugar digno para morar”, comenta.

Além da Comuna 13, Camila também visitou as Comunas 1 e 2 e destaca que essas comunidades “são um objeto incrível de estudos. Aprofundamos a atenção nos conjuntos habitacionais criados dentro da favela, circulamos por ela para conhecer os espaços de lazer e vimos de perto como a convivência é um dos pilares desse movimento coletivo. A convivência em Medellín é a principal arma contra a violência”, complementa. 

Saiba mais sobre o Projeto Favela 3D

Com o objetivo de transformar as favelas, símbolos de pobreza e isolamento social, o projeto Favela 3D (Digna, Digital e Desenvolvida), uma iniciativa nacional da ONG Gerando Falcões, já atua em quatro favelas brasileiras de forma piloto, buscando levar educação, saneamento básico, saúde, empregabilidade, geração de renda, esporte e lazer. 

As favelas que já fazem parte do projeto são: Favela Vergel do Lago, em Maceió (AL), Favela Marte, em São José do Rio Preto (interior de São Paulo), Morro da Providência, no Rio de Janeiro (RJ), e Boca do Sapo, em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

Unindo governo, empresários e sociedade civil da localidade, o Favela 3D busca levar programas que construam moradias com placas de energia solar, praças com Wi-Fi, espaços de cultura e lazer, estruturas de capacitação profissional, atendimento de saúde e outras intervenções urbanas. Mais informações, acesse www.gerandofalcoes.com/favela3d/

Para saber mais sobre os próximos passos do Projeto Favela 3D em Curitiba, acompanhe pelo instagram do Instituto Incanto. 

Sobre o Instituto Incanto 

Desde 2017, o Instituto Incanto impactou a vida de mais de 500 crianças e adolescentes, em vulnerabilidade social, por meio da arte e da cultura com ferramentas de humanização e desenvolvimento, com aulas de dança, teatro, música, circo, artes visuais, cultura e tecnologia. Antes, em 2008, o Instituto já nascia por meio do Grupo de Dança Senses, do qual a fundadora do Incanto, Camila Casagrande, era coreógrafa. Muitos dos alunos deste grupo se tornaram multiplicadores e hoje são voluntários do Instituto. Com a participação dos voluntários, o Instituto Incanto gerencia voluntários professores para executarem as aulas regulares no Centro Cultural e também em outras organizações e associações parceiras em Curitiba e Região Metropolitana. O Incanto foi a primeira iniciativa paranaense a ser acelerada pela Rede Gerando Falcões e conta com o apoio de empresas como Grupo Boticário, Fundação Behring, RH Nossa e Grupo Barigui. Além disso, o Instituto possui diversos projetos que estão em vias de captação de recursos pela Lei Rouanet e necessita permanentemente de doações. Mais informações, acesse www.institutoincanto.org.br.

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Legal design não é só um documento bonitinho

Pense em um restaurante muito bonito em que você já tenha ido. Um lugar super “instagramável”. Ao entrar no estabelecimento, você provavelmente se sentiu confortável, bem recebido e, obviamente, teve uma vontade imensa de tirar uma foto. Além disso, claro, já falou para todos os seus amigos sobre, fazendo o nome do restaurante ir mais longe. Isso tudo tem uma origem: marketing estratégico alinhado à experiência do usuário (UX).

O propósito final é trazer uma experiência que agrade ao público e, de quebra, ser divulgado pelo meio mais difundido: as redes sociais. Percebeu que, no final das contas, não era só um restaurante bonitinho?

No legal design funciona mais ou menos assim. Não se trata apenas de um documento bonitinho. Para começar, o design em si tem o propósito de criar um projeto esteticamente agradável e útil. Nada é sem objetivo nessa área. Tudo tem uma funcionalidade.

Então, ao levar o design para o Direito, estamos implementando a funcionalidade nos documentos que são utilizados nessa área. Essa aplicação surgiu de uma necessidade bem específica: personalizar e tornar os documentos mais claros, inteligíveis e práticos sob um olhar leigo – principalmente na área consultiva, voltada à elaboração de documentos jurídicos para empresas e seus clientes.

Ao elaborar um contrato, por exemplo, para um estabelecimento que presta serviços, o documento precisa ser claro para não gerar dúvidas ou desentendimentos. Isso é importante, pois esse contrato será lido por um possível cliente que pode não ser da área jurídica.

Dessa forma, há uma democratização do entendimento jurídico por meio da redução do juridiquês e da aplicação de elementos visuais, como os ícones, que exemplificam o que está sendo dito.

A inovação por meio do legal design também traz modernidade e personalidade para a empresa. Por isso, alinhar essa estratégia à experiência do usuário e à identidade visual, é juntar funcionalidade e estética em um só lugar. Ou seja, não se trata apenas de um “documento bonitinho”. Em verdade, passa a ser um documento útil, agradável aos olhos e acessível até para quem não entende nada do Direito.

É preciso expandir os horizontes e olhares para o lado do cliente, entendendo suas necessidades e a sua linguagem. Dessa forma, o advogado, que cria o documento, não vai apenas se restringir às partes que o contrataram, mas terá o seu serviço divulgado por ter feito um trabalho que demonstra atenção e preocupação com o cliente e com a forma como satisfazê-lo, focando em sua experiência.

(*) Advogada contratualista, especialista em Legal Design, criadora da Formação Completa em Legal Design e Visual Law – Metodologia LDFD, pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho e pós-graduanda na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Site: https://gibrahim.com.br/bio/

Mercado de alimentos veganos dobrará até 2028, prevê pesquisa

Segundo uma pesquisa realizada pela SkyQuest, o mercado global de alimentos veganos deve ultrapassar 34 bilhões de dólares até 2028 por conta da conscientização de consumidores sobre o sofrimento e as condições de bem-estar de animais na indústria pecuária. Considerando que o mercado vegano valia 15,6 bilhões de dólares em 2021, as previsões para 2028 representam um aumento de 9,3% da taxa de crescimento anual composta.

“O mercado de alimentos veganos tem tido um crescimento significativo nos últimos anos. Cada vez mais, os consumidores têm optado por opções vegetais, motivados por uma variedade de fatores, incluindo as preocupações sobre a saúde, o meio ambiente e o bem-estar animal. É muito animador ver novos produtos e inovações que facilitam a adoção de um estilo de vida vegano”, diz Taís Toledo, diretora de políticas alimentares da Sinergia Animal, uma organização internacional de proteção animal que trabalha para promover a alimentação vegetal em países do Sul Global.

Como a maioria da população mundial é intolerante à lactose, alternativas vegetais aos laticínios representam um grande fator desse crescimento. Só nesse seguimento, está previsto um aumento de 10,4% até 2028. 

“Os produtos à base de de plantas oferecem opções com menos gordura saturada e colesterol. E mais importante, são livres de crueldade. Além disso, o leite de vaca tem impactos ambientais muito maiores do que suas alternativas vegetais”, explica Toledo. 

Na América do Sul, o crescimento do mercado de alimentos veganos deve ser ainda maior, com um aumento de 11,45% previsto até 2028. Além de ser uma tendência global, esse crescimento na região é resultado de décadas de trabalho de ativistas e organizações como a Sinergia Animal.

“No Brasil, nossa comunidade de ativistas está empenhada em promover a alimentação vegetal e um futuro melhor para os animais, conscientizando o público, dialogando e negociando com diferentes instituições, e expandindo o acesso à informação sobre o nosso sistema de alimentação”, diz Toledo. 

Para conhecer mais o programa de voluntariado da Sinergia Animal, acesse www.sinergiaanimalbrasil.org/ativistas

Sobre a Sinergia Animal:

A Sinergia Animal é uma organização internacional que trabalha em países do Sul Global para diminuir o sofrimento dos animais na indústria alimentícia e promover uma alimentação mais compassiva. A ONG é reconhecida como uma das mais eficientes do mundo pela renomada instituição Animal Charity Evaluators (ACE)

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