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Florada das cerejeiras pinta de rosa praça no Jardim das Américas

Cerejeiras da Praça Tsunessaburo Makiguti. Curitiba. 06/07/2020. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

As ruas estão rosadas no Jardim das Américas. Com a florada das cerejeiras espalhadas pelo bairro e que se concentram na Praça Tsunessaburo Makiguti, a região tem um espetáculo de cor que dura poucos dias. 

São cerca de 70 cerejeiras, também conhecidas como sakuras, que desabrocham simultaneamente. Mas o espetáculo dura pouco: a flores desabrocham e chegam ao auge em até 15 dias, dando novo colorido mesmo nos dias mais cinzas do inverno curitibano. 

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

O engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente Roberto Salgueiro explica que é nesse período, início de julho, que as sakuras têm seu ciclo completo e, este ano, pela menor incidência de sol neste período, as flores não estarão em seu potencial máximo. Assim mesmo, a floração das cerejeiras chama a atenção de quem passa pela praça. 

História e simbolismo

A Praça Tsunessaburo Makiguti completou 25 anos no último dia 14 de junho. Foi inaugurada em 1996, na primeira gestão do prefeito Rafael Greca, quando recebeu as primeiras mudas das cerejeiras.

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Assim como muitos moradores da região, essas plantas são descendentes diretas de japoneses, explica Salgueiro.

“Em 1991, Curitiba recebeu as primeiras sakuras vindas do Japão, que foram plantadas no Jardim Botânico e na Praça do Japão. Coletamos as sementes das que se desenvolveram , plantamos pela cidade e elas se tornaram muito presentes nas ruas e praças do Jardim das Américas” conta Salgueiro.

Na Praça Tsunessaburo Maakiguti, as cerejeiras compõem um cenário de homenagem perene à comunidade nipônica, que há 113 anos teve seus primeiros imigrantes chegando ao Brasil. A praça leva o nome e tem um monumento em homenagem ao filósofo japonês Tsunessaburo Makiguti, fundador da escola de valores humanistas Soka Gakkai, que conta com sedes no mundo inteiro, inclusive Curitiba. 

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Com  5.248 m² de área, o local tem áreas de convivência, parquinho, ciclovia e pista de patinação. Durante a florada das cerejeiras, atrai mais visitantes para uma versão iniciante do Hanami, o costume japonês de se deslocar para contemplar a florada das sakuras.

Efemeridade 

O hábito tem fundamento nos valores que a flor desperta: sua florada bela, porém efêmera, é uma analogia à própria vida. Por desabrocharem na primavera do Japão, antecipando colheita de arroz, também simbolizam prosperidade. 

Foto: Ricardo Marajó/SMCS

A flor também é associada ao código de conduta dos guerreiros japoneses, os samurais. Para eles, a sakura representava o lema dessa classe: viver o presente sem medo. Era comum ter imagens da flor decorando equipamentos de combate.