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Especialista internacional incentiva Curitiba a ser, ao mesmo tempo, cidade e comunidade inteligente


Curitiba tem recebido, nos últimos anos, reconhecimentos e premiações internacionais por iniciativas que a transformam em “smart city” e “inteligent community”. Se, na tradução para o português dos dois termos, o município é cada vez mais uma “cidade inteligente”, a palestra principal do Paiol Digital do Vale do Pinhão desta terça-feira (29/8), discutiu porque é necessário distinguir as duas expressões para abraçar, conscientemente, ambas.

O convidado internacional da noite no Teatro Paiol foi o especialista norte-americano em smart cities e auditor do Intelligent Community Forum (ICF – Fórum das Comunidades Inteligentes), Doug McCollough. Ele começou sua fala instigando a plateia a pensar na distinção entre os termos “smart city” e “inteligente community”, pavimentando o caminho para falar sobre a importância de cidades e comunidades adotarem iniciativas inovadoras com apoio das novas tecnologias e integrando seus agentes transformadores.

“Vou descrever algumas diferenças entre os termos. Depois desta noite, vocês podem voltar a usar as palavras de forma intercambiável. Encorajo vocês a abraçarem ambas: ser uma ‘smart city’, que melhora vidas ao automatizar serviços, analisando dados e padrões, e uma ‘intelligent community’, conectando recursos e resultados de diferentes entidades em uma série evolutiva de ações permanentes envolvendo toda comunidade. Como uma das 7 principais comunidades inteligentes do mundo, Curitiba está conseguindo isso”, destacou McCollough.

Sua presença no evento promovido pelo ecossistema de inovação de Curitiba, o Vale do Pinhão, encerrou dois dias de visita técnica à cidade: como auditor do ICF, McCollough explorou as intervenções urbanas e ações inovadoras da capital paranaense, eleita uma das sete comunidades mais inteligentes do mundo pelo ICF, com a missão de avaliar a cidade na fase final, da disputa do título de Comunidade Mais Inteligente do Mundo em 2023. 

Cidade e Comunidade

Para ele, o termo “city” (cidade) restringe as localidades a seus limites geopolíticos, enquanto uma “community” é uma entidade mais flexível: um bairro, uma região, um estado em que, mais que “cidadãos”, seus habitantes são “membros” participantes.

Para definir “smart”, a sugestão do especialista foi pensar em algoritmos: uma cidade “smart” recolhe e analisa dados, automatiza sistemas e cria soluções tecnológicas escaláveis.

O contexto de “intelligent”, seguiu McCollough, é a evolução além de dados e sensores, buscando atingir as necessidades comunitárias – estas, complexas, integradas, entrelaçadas e que somente a ação governamental não consegue resolver. Ao analisar suas necessidades, a comunidade evolui, associando ações de diferentes áreas para uma solução. Por exemplo, usa a banda larga aliada à mobilidade da força de trabalho, alcançando progressos em outros setores, como a equidade econômica.

McCollough ressaltou, ainda, a importância da conexão da tríplice hélice da inovação – governo, empresas e universidades – nas comunidades. A manutenção dessa conexão é o grande desafio de qualquer comunidade que pretenda se tornar inteligente.

Em busca do Top 1 

Pelo terceiro ano consecutivo, Curitiba foi eleita uma das sete comunidades mais inteligentes do mundo e única cidade da América Latina no ranking do ICF. Agora, concorre concorrendo ao título de “a mais inteligente” em 2023 com outras seis comunidades internacionais:  Binh Duong Smart City (Vietnã), Coral Gables e Hilliard (EUA), Greater Geelong e Sunshine Coast (Austrália) e Durham Region (Canadá).

Durante o Paiol Digital, o auditor do IFC destacou que Curitiba se tornou uma comunidade Top 7 em pouco tempo e este resultado é visto por empresas, universidades, mídia e grupos industriais em todo o mundo.

Compondo a plateia, o vice-prefeito e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel, destacou a alegria do reconhecimento do ICF pelo trabalho realizado na capital paranaense.

“Temos muito orgulho de estar entre as comunidades mais inteligentes do mundo. Curitiba tem soluções criativas por toda a cidade para mostrar ao mundo. Com todo respeito às demais concorrentes, da Austrália, Ásia, América do Norte, temos capacidade para levar mais este prêmio”, destacou Pimentel.

O presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Dario Paixão, lembrou que a capital paranaense foi premiada em todo o mundo. Além do reconhecimento das América do Norte (o ICF tem sede no Cadaná), Curitiba foi finalista em premiações de smart cities na Europa (com World Smart City Awards), e na Ásia, finalista do Seoul Smart City Prize, na Coreia do Sul.

A final do prêmio Comunidade Mais Inteligente do Mundo do ICF será em outubro, durante o evento ICF Global Summit 2023, na cidade de Nova Iorque (EUA).

Referência em 5G

O Paiol Digital também teve a palestra do diretor de Relações Institucionais da TIM, Cleber Affanio, que contou como Curitiba se tornou referência nacional para a instalação da rede de internet no 5G e hoje é a cidade com maior uso no Brasil dessa nova tecnologia.

“Curitiba mostrou que é uma cidade inteligente ao se antecipar: três anos antes de o 5G entrar no Brasil, o prefeito Rafael Greca sancionou o decreto que atualizou a legislação para a instalação das novas antenas e pavimentou as condições de a cidade receber essa nova tecnologia.”

Com isso, a população da capital paranaense foi a primeira a fazer o uso dessa nova banda para transmissão de dados, que é mais veloz, com resposta imediata na comunicação dos aparelhos com a rede e que permite multiconexões, o que vai revolucionar a vida das pessoas.

Sucesso das bikes 

A noite também teve a fala da diretora de Relações Externas da Tembici, Juliana Minorello, que fez um balanço do primeiro mês de operação das bicicletas mecânicas e elétricas compartilhadas, na parceria da empresa com a Prefeitura.

“A Tembici está em 14 cidades, com 240 milhões de usuários. Mas foi em Curitiba que tivemos nosso melhor primeiro mês de operação, com 80 mil deslocamentos”, contou.

Espaço para experimentações

A gestora da agritech Ambiente Livre, Carolina Rosas, contou como a empresa atua, dentro da Fazenda Urbana do Cajuru, com a proposta do Compostroca e como a startup curitibana entrou no projeto Curitiba Smart Neighborhoods, escolhido no Climate Smart Cities Challenge (Desafio Climático das Cidades Inteligentes), pela ONU-Habitat e Viable Cities, para a elaboração de um projeto de zero emissão de CO2 e de promoção do desenvolvimento socioambiental na capital paranaense.

“Uma cidade inteligente dá opções à população. Desde ter mais banda larga, de diferentes modais de transporte e também como dispor seus resíduos”, disse.

O público do Paiol Digital também contou com a apresentação musical do instrumentista Mauro Conti. A coordenadora técnica da Agência Curitiba, Alessandra Reis, foi a mediadora das palestras.

Também estiveram no Paiol o vereador Mauro Bobato, o secretário municipal de Administração Pública, Alexandre Jarschel; o presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), Mauricio Pimentel; e a ex-presidente da Agência Curitiba Cris Alessi.

O Paiol Digital é uma realização da Agência Curitiba, em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC).



Leia a matéria no site da Prefeitura de Curitiba