O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, celebrado neste sábado (22/7), é um lembrete do papel coletivo no cuidado às mulheres. Em Curitiba, a referência desse compromisso é a Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal, que trabalha todos os dias no acompanhamento de vítimas. Só neste ano, 4.382 casos foram atendidos na cidade. Em cada um deles, vidas que precisavam de proteção.
“A gente entende que cada vida é única, que cada mulher tem suas especificidades e seus problemas. Por isso, o patrulheiro que entra tem que se adaptar até ao tom de voz na hora de falar com a vítima, para trabalhar com humanização”, explica Fábio Paulus Ribeiro, um dos pioneiros na Patrulha, criada em 2014.
Exemplo de coragem
M. S. está entre as atendidas. Ela viveu um relacionamento tóxico por 5 anos e encontrou na patrulha a proteção que precisava. “Eu precisei muito deles e só posso viver mais tranquila hoje, porque tive esse apoio”, conta.
“Nunca pude contar com vizinhos. Se a patrulha me ajudou foi porque tive muita coragem para eu mesma ligar, mas não são todas que têm essa coragem, por isso eu peço: denunciem”, encoraja.
Responsabilidade de todos
Para isso, a Patrulha recomenda que o cidadão ligue para 153. O atendimento é rápido e direto.
“Por menor que seja o caso, denuncie. A viatura assusta o agressor e pode modificar toda uma realidade”, alerta a guarda municipal Gislaine Szumski.
Para prevenir o problema, escolas e empresas também podem solicitar palestras da equipe. “A gente prepara cada palestra com a linguagem do público a ser atingido”, completa Gislaine. O e-mail para enviar a solicitação é patrulhamariadapenha@curitiba.pr.gov.br .
Desde a fundação
“Quando a pessoa denuncia, ela nos ajuda a cumprir a nossa missão”, aconselha Ondina de Brito Santos que, junto de Paulus e Gislaine, participa da patrulha desde o primeiro ano, em 2014.
Foi naquele ano que a Patrulha de Curitiba nasceu, como pioneira entre as guardas municipais do Brasil. De lá para cá, o grupo já passou de 50 mil atendimentos e atende mulheres de todas as partes do município, com visitas periódicas, socorro das ocorrências e cuidado no atendimento primário das vítimas.
Ondina explica o cenário em que a patrulha surgiu. “Desde a aprovação da Lei Maria da Penha, até a formação da Patrulha, foram 8 anos de mulheres corajosas denunciando sem nenhum suporte. Esse projeto nasceu para trazer apoio e segurança a essas mulheres”, encoraja Ondina.
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