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Deputado Luis Corti vai (PSB) a Brasília apresentar demandas dos produtores de leite – De olho nos deputados


O deputado estadual Luis Corti (PSB) vai a Brasília na próxima semana tratar da grave crise que afeta a cadeia produtiva de leite. Nesta sexta-feira (1º), Corti se reuniu com lideranças e produtores rurais do Sudoeste para ouvir as demandas da categoria e alinhar as estratégias necessárias para o enfrentamento do problema. As dificuldades enfrentadas pelos produtores de leite vêm sendo acompanhada pelo parlamentar, que já encaminhou ao Governo Federal a solicitação da implementação de medidas emergenciais de apoio ao setor.

“Temos uma agenda no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços com o nosso vice-presidente, Geraldo Alckmin, para tratarmos dessa questão do leite. Algumas ações pontuais foram anunciadas, mas que não foram suficientes para resolver o problema. Nossos produtores sofrem diariamente com a desvalorização do produto nacional e a concorrência desleal no mercado que está sendo invadido pelo produto importado. É preciso agir rápido e de maneira efetiva para garantir ao produtor condições de manter sua atividade”, ressalta o deputado.

Na luta por uma política de valorização da cadeia produtiva do leite nacional, Corti defende a volta da taxação para a importação de leite, em especial o leite em pó, a fixação de cotas para as importações no Mercosul, a proibição da reidratação do leite em pó e maior fiscalização das questões sanitárias do produto vindo de fora. “São medidas essenciais para que possamos dar fôlego ao nosso produtor e reequilibrar a cadeia produtiva. O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil. O Sudoeste tem a maior bacia leiteira do estado. O leite tem um peso enorme na economia dos nossos municípios, por isso precisamos unir esforços em defesa do leite, dos nossos produtores e dos nossos municípios”, enfatiza Corti.

Mobilização

Lideranças políticas e produtores rurais se reuniram nesta sexta-feira na mobilização regional “Crise do Leite” promovida pela Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e pela Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste do Paraná (Acamsop), em Francisco Beltrão.

Segundo o presidente da Associação Proleite, Sidiclei Risso, muitos produtores estão abandonando a atividade e os que resistem operam no vermelho. “Hoje, nós estamos trabalhando com, pelo menos, R$ 0,50 abaixo do custo da produção, o que tem inviabilizado muita propriedade. Segundo os dados da Embrapa Gado de Leite no Brasil encerra-se uma propriedade a cada 11 minutos. Então, muita gente está deixando a propriedade. Muitas pessoas estão deixando sua atividade principal, deixando a propriedade que foi da família por várias gerações por não estar conseguindo mais fazer essa produção de leite”.

Um dos motivos da baixa no preço do litro do leite é o aumento da oferta do produto no mercado, que está 5% maior na comparação com o primeiro semestre de 2022, e também o aumento da importação do leite que já representa 12% do total do produto consumido no país.  

“Nós buscamos através dessa grande mobilização a sensibilidade dos governos para que o preço possa ser mais justo e a produção adequada para que o nosso produtor posa exercer o seu ofício com regularidade e continuar fomentando de maneira muito incisiva a nossa economia”, afirma o presidente da Amsop, prefeito Anderson Barreto.

Mercado

O setor enfrenta uma deflação de 2,83% resultado da importação da produção excedente da Argentina e do Uruguai. O leite em pó argentino custa US$ 3,88/Kg e o uruguaio US$ 3,81/Kg, enquanto o brasileiro é vendido por US$ 6,12/Kg. O queijo muçarela brasileiro é 27% mais caro que o dos vizinhos.

No primeiro semestre, a Argentina respondeu por 53% de todo o volume de lácteos importado pelo Brasil e o Uruguai por 41%. De janeiro a junho, as importações triplicaram em relação ao mesmo período de 2022, atingindo 1,09 bilhão de litros em equivalente leite (medida usada para comparar diferentes produtos lácteos em relação ao volume de leite envolvido em sua produção).

As cadeiras produtivas dos países do Mercosul também têm diferenças estruturais. Na Argentina as fazendas são especializadas e altamente produtivas, com uma produção média de 2.938 litros de leite por dia. Enquanto no Brasil, a maior parte das propriedades produz, em média, 50 litros de leite por dia, de acordo com dados do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa.



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