Cinco tendências do mercado automotivo para 2023

Dois anos de pandemia, disparada do dólar, aumento no preço dos combustíveis e falta de componentes para a fabricação mundial de veículos. O mercado automotivo vem sofrendo com queda de vendas e problemas na cadeia de produção desde o início de 2020. Por outro lado, as mudanças que aconteceram nesse segmento nos últimos dois anos foram maiores e mais rápidas que todas as registradas na década anterior. De acordo com o vice-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Luís Antônio Sebben, o mercado se transformou rapidamente devido, principalmente, à mudança brusca no comportamento do consumidor durante e pós-pandemia. “O cliente passou por uma transformação digital brusca que não teve volta, mesmo com o fim do lockdown“, aponta.

Ele explica que, em 2021 e 2022, as motos foram as grandes responsáveis por segurar o mercado em pé, com a queda no número de empregos formais e o aumento da procura por veículos de delivery (motocicletas). Isso aconteceu porque faltaram componentes para a produção dos zero-quilômetro. Mesmo com os juros de financiamento de seminovos em queda, tornando a compra mais atrativa para o consumidor, esse segmento ainda não conseguiu voltar a crescer. Para 2023, Sebben prevê um aumento tímido da indústria automobilística brasileira como um todo, algo em torno de 3% a 5%. “Dependemos muito do novo governo. Se a política econômica for bem conduzida, esperamos um número ainda melhor”, revela.

De acordo com o professor de Engenharia Mecânica da Universidade Positivo, Tulio Paim Horta, um aumento na procura por novos veículos também é esperado para os próximos meses. “Tivemos, já no final do ano, filas de espera por automóveis novos. Acredito que, no Brasil, carros econômicos e que possam de alguma forma agregar valor, como no caso dos carros para Uber ou com caçamba, irão liderar as vendas”.

Segundo pesquisa do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), organização técnico-profissional mundial dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, o setor automotivo e de transporte será um dos três mais impactados pela tecnologia em 2023. “Ainda que seja difícil prever o comportamento do mercado no futuro, este ano tem potencial para uma melhoria mais rápida na produção, nas vendas e uma normalização mais rápida nos preços”, ressalta Sebben. 

As megatendências mundiais conhecidas como ACES (sigla em inglês que significa Autonomia, Conectividade, Eletrificação e Compartilhamento) terão um impacto periférico no setor – e não uma profunda transformação, como mostra um estudo do International Car Distribution Programe (ICDP), que realiza pesquisas sobre distribuição automotiva na Europa, China e Brasil. Segundo especialistas, cinco tendências devem acelerar a recuperação brasileira no segmento. São elas:

Retomada dos importados

Horta lembra que muitos dos carros usados hoje no país vêm de outros países da América do Sul e outros, de outras partes do planeta. Por sua vez, Sebben aposta na recuperação das vendas de veículos importados, que em 2022 tiveram grande queda, principalmente em função do aumento do câmbio e de um rescaldo da falta de componentes eletrônicos. 

Tecnologia e conectividade

Segundo especialistas da Dealersites, empresa que lidera a digitalização do mercado automotivo, a tecnologia redefinirá a experiência de dirigir, por meio de veículos mais seguros, customizados e inteligentes, criando verdadeiros computadores sobre rodas. “Podemos esperar ainda mais tecnologia, transparência de informações e conectividade para 2023, com carros elétricos, híbridos e por assinatura ganhando espaço”, afirma Cesar Cantarella, CEO da Dealersites.

Quando se fala em descarbonização, o Brasil ainda caminha a passos lentos, mas tem potencial para acelerar. “Um cenário possível é que, com estímulo vindo principalmente do setor privado, agências de fomento e pequenos incentivos do Estado, em 2035 é possível que 30% da frota no país já sejam de veículos elétricos”, avalia Horta. Ele projeta, ainda, outros dois cenários. Em um deles, políticas públicas mais claras e funcionais incentivam a pesquisa nas universidades públicas e privadas para, por consequência, aumentar a produção e desenvolver a infraestrutura local. Assim, até 40% da frota poderiam ser elétricos. Por fim, o terceiro cenário parte de um produto nacional estratégico: o etanol. “Em termos de volume, esse cenário teria também 30% da frota nacional composta por veículos elétricos. Para isso, precisaríamos de valores menores para o investimento em infraestrutura. Podemos aproveitar as grandes pesquisas que já estão em andamento com relação ao combustível e combiná-las com a intensificação de novos investimentos a fim de promover uma descarbonização representativa”, acrescenta.

Menos estoque e mais experiência para o consumidor

Se antes as concessionárias precisavam dispor de vários modelos de veículos, hoje, os vendedores vêem na internet uma forma de driblar a concorrência. Para o CEO da Dealersites, Cesar Cantarella, migrar a jornada do cliente para o digital vai trazer facilidades e incremento na experiência do comprador. “Com o catálogo on-line, o consumidor não precisa mais bater perna e pode comprar seu próximo carro de qualquer lugar. Mas a jornada totalmente digital deve amadurecer nos próximos anos antes de passar a ser a principal forma de se comprar um automóvel”, complementa.

A pandemia e o avanço dos serviços digitais mudaram a forma de vender carros. Com uma transformação que abre novos caminhos para a mobilidade urbana, as concessionárias vão precisar inovar o modelo de negócios. “O mercado está se adaptando, na busca por trazer mais opções de produtos e condições que se adequem a cada perfil de cliente. Por isso, a tendência é que as ofertas sejam mais assertivas e estejam acompanhadas do valor final pago na concessionária. Por outro lado, implementar as novidades pode ser uma tarefa muito complexa e, por isso, é importante contar com a ajuda de parceiros especialistas em cada assunto”, explica Cesar.

Para o gerente comercial da Cia. de Automóveis Slaviero, tradicional concessionária Ford em Curitiba, Rogério Lechinski, as revendas caminham para instalações menores, mais modernas e atualizadas e o papel do vendedor se tornou ainda mais importante. “Veremos muita venda direta e personalizada. A tendência é que o cliente vá menos à concessionária – e quando for, já vai decidido pelo que quer. Por isso, vai se destacar o vendedor que tiver mais habilidades e agilidade no meio digital, oferecendo maior comodidade ao cliente”, aponta. Ainda segundo Lechinski, as concessionárias terão papel decisivo no momento da experiência do test drive e da entrega das chaves.

Processos burocráticos mais rápidos

Com o avanço da tecnologia, os processos burocráticos em cartórios, como registros de veículos, estão cada vez mais rápidos. “A tecnologia venceu a burocracia; o próximo ano será determinante para as mudanças no processo de digitalização. Dessa forma, as pessoas podem economizar tempo e dinheiro”, afirma o diretor comercial da Tecnobank, Cristiano Dantas. 

Locação por hora: custo unificado pelo tempo de uso, processo digital e liberdade 

De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), o Brasil tem a sexta maior frota de veículos do mundo, ficando atrás dos EUA, China, Japão, Rússia e Alemanha. A busca por soluções de mobilidade urbana passa pela locomoção intermodal, que utiliza vários meios de transporte, mas também pela conscientização a respeito de como os veículos particulares influenciam o cenário urbano e a qualidade de vida das pessoas como um todo. Nesse sentido, uma iniciativa inovadora que já está presente em diversas capitais brasileiras é a locação por hora. O V1, braço da Vix Logística, um dos maiores players do setor no país, é um serviço inédito de aluguel de veículos 100% digital por diversos períodos, inclusive meia-diária (12h) – algo raro dentre as locadoras tradicionais. Nestes casos, o processo de locação é muito simples: após o download do app e cadastro inteiramente on-line, o cliente já pode selecionar a modalidade de aluguel e o período de contratação. Após o cadastramento de um cartão de crédito válido, o aluguel é efetuado. Em seguida, basta encontrar o veículo no ponto de coleta selecionado, escanear o QRCode localizado no parabrisa e abrir a porta do carro via bluetooth direto do celular. “As estações são abertas 24h e o interessado loca o automóvel em três minutos. Os principais motivos para as locações mais curtas, como a meia-diária, é a utilização de um veículo para mobilidade eventual, como uma reunião, uma viagem ou trabalho. Percebemos que os consumidores não querem ficar à mercê dos serviços de motoristas particulares ou arcar com os custos fixos de possuir um automóvel. No modelo de locação por hora, a pessoa paga apenas pelo tempo de uso e realiza todo o processo digitalmente pelo aplicativo. É uma alternativa à mobilidade”, explica o gerente de marketing do V1, Vinicius Carneiro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

A “Pejotização” da relação trabalhista

A questão da “pejotização” da relação de trabalho tem sido objeto de muitas polêmicas, bem como de autuações fiscais. Este fenômeno consiste justamente em criar empresas individuais para os empregados, objetivando substituir o contrato de trabalho e evitar a carga tributária relativa às contribuições previdenciárias e outros encargos trabalhistas (13º salário, INSS, Férias, Horas Extras). Ou seja, substitui-se a verdadeira relação de emprego para obter uma redução de custos.


É fato que a chamada “Reforma Trabalhista”, proveniente de alterações na Lei 6..019/1974 pela Lei 13.467/2017, proporcionou aos empresários uma aparente legalização da terceirização da mão de obra para desempenhar a atividade-fim da empresa. As alterações trazidas pela Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista) flexibilizaram a proibição legal contra a “Pejotização”, mas passou-se a exigir algumas obrigações, como a constituição de sociedade com valor de capital social mínimo em relação ao número de empregados, bem como a impossibilidade da prestação de serviço para o mesmo empregador durante o prazo de 18 (dezoito) meses, contados a partir da data da demissão, objetivando, assim, que um empregado não venha a ser demitido apenas para que, na sequência, continue a prestar o mesmo serviço, agora em nome de uma pessoa jurídica.


Apesar da referida “Reforma Trabalhista”, a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho têm frequentemente entendido que, independentemente da constituição de sociedade para a prestação dos serviços, existe um desvirtuamento da pessoa jurídica se o trabalho for realizado de forma pessoal, habitual, onerosa, com subordinação e por pessoa física – elementos da relação de emprego.


A pessoalidade é caracterizada pela exclusividade daquele que presta o serviço, ou seja, apenas aquela pessoa é quem pode prestar o serviço à contratante, sem possibilidade de ser substituída por outra – situação diferente da contratação de uma pessoa jurídica, que presta o serviço por qualquer profissional de seu quadro de empregados.


A habitualidade ou não eventualidade exige que a prestação do serviço seja frequente e rotineira. Ainda que não haja a prestação em todos os dias, mas, por exemplo, se ela ocorrer três vezes por semana, já há um indício de vínculo empregatício. Neste ponto específico, vale lembrar que, para os empregados domésticos, segundo a Lei Complementar n. 150/2015, para existir vínculo é necessário que o trabalho seja realizado mais do que duas vezes por semana.


Outro requisito para que, segundo o entendimento da Justiça do Trabalho e do MPT, se reconheça a existência de relação de emprego apesar da utilização da pessoa jurídica como suposta prestadora, consiste na subordinação ao empregador, ou seja, o empregado cumpre ordens, observa horários, utiliza materiais de segurança do trabalho, bem como executa outras obrigações determinadas pelo empregador.


A onerosidade, por sua vez, quer dizer que o trabalho é realizado mediante uma remuneração, e não de forma gratuita.
Sendo verificada e existência desses elementos, existirá uma relação de trabalho, independentemente de, formalmente, o serviço ser prestado por uma pessoa jurídica.
Portanto, a prática da “pejotização” é permitida, desde que seja realizada de forma correta e não se confunda com a relação de emprego. O empresário que busca a criação de uma pessoa jurídica como artifício para camuflar uma relação de emprego está sujeito a autuações fiscais, com multas que podem chegar a patamares bem relevantes. Sem falar em uma eventual representação fiscal para fins penais e todas as consequências do reconhecimento da relação de emprego.


* Rafael Conrad Zaidowicz é contador e advogado, respectivamente, da Zaidowicz Contabilidade Empresarial Ltda e Zaidowicz & Soares advogados.

Serviço:

Zaidowicz Contabilidade Empresarial

Av. Sete de Setembro, 4751 – conj 1 – Água Verde

(41) 2104-8686

https://www.zaidowicz.com.br

Facebook e Instagram: @zaidowicz

Fotos: Agência Vulgata.

Não deixe de curtir a folia por falta de dinheiro

Dizem que o ano só começa depois do Carnaval. E em 2023, de acordo com Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a folia deverá injetar  R$ 8,18 bilhões em receitas. Um resultado 26,9% acima do obtido no ano passado, que vai dar uma movimentada na economia. 

Mas não podemos deixar que o espírito carnavalesco atrapalhe nossas finanças. Ainda mais que no início do ano acumulamos alguns gastos como festas de final de ano, pagamentos de tributos como IPTU e IPVA, além do retorno escolar das crianças, com matrícula e compra de material. 

Por isso, capricha na economia doméstica. Opte por fantasias mais em conta, que podem ser reaproveitadas do ano anterior, e dê preferência a festas gratuitas de rua. Aliado a isso, para não começar o ano no vermelho ou perder a folia, você pode contar com as vantagens de cartões de benefício consignado, como o Credcesta, que oferecem juros abaixo dos praticados pelo mercado. 

Na busca por equilibrar toda essa enxurrada de atividades, acabamos encontrando algumas alternativas para economizar. Confira algumas dicas:

Vá a pé

Dê preferência por festas mais próximas de casa e que você possa ir a pé. Além de economizar na gasolina ou uber, não corre o risco de dirigir alcoolizado. 

Prefira os carnavais de rua

Os blocos de carnaval são cheios de energia, música e o melhor de tudo: são gratuitos. Mesmo que haja a cobrança de alguma taxa nos que têm camiseta, o valor desta opção será inferior ao de festas fechadas. 

Faça a sua fantasia

Use e abuse da sua criatividade para encarar a folia. E, nesse caso, além de inovar de uma maneira mais barata, você pode aproveitar as fantasias do ano anterior e reciclar. 

Leve comida de casa 

Para não ficar refém do comércio de rua, leve de casa alguns itens que alimentam e dão saciedade por mais tempo, como barras de cereal e amendoins. Como são embalagens pequenas, podem ser levadas na bolsa, em uma pochete, ou até mesmo no bolso. 

Cartão de Benefício Consignado – Credcesta

Os servidores ativos, aposentados e pensionistas do Paraná já podem solicitar o Cartão de Benefício Consignado Credcesta. Sem cobrança de anuidade, o cartão ainda oferece diversas vantagens como: acesso ao “Saque Fácil”, para ser utilizado de acordo com as necessidades do dia a dia; cartão de crédito para compras em milhares de estabelecimentos físicos e online, no Brasil e exterior, com a credibilidade da bandeira Visa. E mais, possibilidade de pagamento em até 60 meses. Para solicitar ou ativar o cartão, basta ligar para Central de Atendimento no 0800 729 0660, ou acessar www.credcesta.com.br, para mais informações.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com