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Assembleia Legislativa celebra os 150 anos da Imigração Italiana no Brasil – De olho nos deputados


A sessão solene desta quarta-feira (21), realizada no Plenário da Assembleia Legislativa prestou homenagem aos 150 anos da Imigração Italiana ao Brasil. Por proposição do presidente da Assembleia, deputado estadual Ademar Traiano (PSD); da segunda-secretária, deputada estadual Maria Victoria (PP) e pelo deputado estadual, Luiz Claudio Romanelli (PSD), o evento contou com a parceria na organização do Consulado Geral da Itália para os estados do Paraná e Santa Catarina e entidades ligadas à comunidade italiana. 

O proponente da sessão solene e presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Luiz Traiano (PSD), abriu a cerimônia e destacou a importância dos imigrantes italianos na formação da identidade paranaense. “Pelas estatísticas da Embaixada Italiana no Brasil, somos cerca de 30 milhões de brasileiros descendentes de italianos chegados no país no período 1870 a 1960, período este que chegou o meu avô, na cidade de Garibaldi no Rio Grande do Sul. O Paraná tem cerca de 3 milhões e 700 mil descendentes de imigrantes, que representam 37% da população do estado. Estes números o colocam em segundo lugar no Brasil, em número de descentes atrás, apenas do estado de São Paulo com cerca de 13 milhões. No Paraná, em cada pedacinho de terra, existe também um pedacinho da Itália, pela importância que tem os italianos contexto econômico, social e cultural na formação do nosso estado. Por isso, em nome do Poder Legislativo, queremos agradecer a esses imigrantes por estarem aqui”. 

O governador em exercício, Darci Piana, disse que “todos nós paranaenses devemos muito aos italianos, eu também sou descendente de italianos, e é preciso ressaltar que o que essa gente trabalhou, o que essa gente ajudou desbravar o Paraná, não tem preço. Então, essa homenagem é muito merecida, são 150 anos que a gente vive com essa gente, e felizmente, em função deles, eu estou aqui também”.

A segunda-secretária e igualmente proponente da homenagem, deputada Maria Victória (PP), ressaltou que “a comemoração dos 150 anos de Imigração é um momento de comemoração, porém também é um momento de recordar os sacrifícios e as renúncias que acompanharam cada família. É impossível não sentir um profundo senso de admiração àqueles que deixaram tudo para trás para começar uma nova vida numa terra distante e desconhecida. Tenho um imenso orgulho das minhas origens italianas e de minha família: dos “Stievens” e dos “Borghettis”. Meus antepassados fazem parte dos milhares de italianos e italianas que desembarcaram na região Sul do Brasil movidos pela esperança de um futuro melhor para suas famílias, irmãos, filhos e netos. Esperança que logo foi substituída pelo trabalho árduo, criatividade, paixão, resiliência e bom gosto dentro das inúmeras características positivas dos italianos”.

Já o presidente da Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa e igualmente proponente da sessão solene, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD), declarou que com orgulho carrega a história dos avós “das famílias “Bellodi” e “Romanelli” que deixaram tudo para traz para construir uma nova vida em nosso país. Enfrentaram desafios, mas nos deixaram um legado de sabedoria, cultura e amor ao trabalho. Essa mesma história se repete em milhares de famílias italianas que por 150 anos contribuem para o desenvolvimento do Paraná. Sua presença impulsionou a agricultura, modernizou o comércio e instalou por aqui as primeiras indústrias. Enriqueceram a nossa cultura com culinária, as festas e os nossos costumes. Os italianos ajudaram a moldar a identidade paranaense”. 

A mesa de honra da cerimônia em homenagem aos 150 anos da Imigração Italiana ao Brasil no Plenário da Assembleia Legislativa foi composta pelo presidente da Assembleia Legislativa e proponente da sessão, deputado Ademar Traiano (PSD); pelo governador em exercício do estado do Paraná, Darci Piana; 2ª secretária da Assembleia Legislativa e proponente da sessão, deputada Maria Victória (PP); cônsul-geral da Itália no Paraná e Santa Catarina, Eugênia Tiziana Berti; presidente da Sociedade Garibaldi e ex-governadora do estado do Paraná, Cida Borghetti; vice-presidente do Movimento Pró-Paraná, secretário do Codesul/PR e ex-governador, Orlando Pessutti; deputado Tito Barichello (União Brasil); deputada Flávia Francischini (União Brasil); secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande; juíza federal do estado do Paraná, Luciane Merlin; membro do Comitê da Presidência do Conselho Geral dos Italianos no Exterior, Walter Petruzziello; vereadores de Curitiba, Mauro Ignácio e Píer Petruzziello e o chefe das Relações Internacionais da Prefeitura de Curitiba, representando o prefeito Rafael Greca, Rodolpho Zanin Feijó. 

Homenageados

A cônsul-geral da Itália no Paraná e Santa Catarina, Eugênia Tiziana Berti pontuou “estar muito agradecida a Assembleia Legislativa do Paraná por ser um momento importante de memória para as novas gerações. Isso nunca será um ponto final, mas de início para a ligação entre a velha geração e a nova geração de italianos e seus descendentes aqui no Brasil. Esta é uma ocasião única de firmar o tempo do presente, para o futuro, porque no passado muito já foi feito e agora é o momento de juntos construirmos o futuro e fortificarmos as relações entre a Itália e o estado do Paraná”. 

O representante do Comitê da Presidência do Conselho Geral dos Italianos no Exterior, Walter Petruzziello ressaltou o significado da homenagem recebida na Assembleia Legislativa. “É preciso registrar nosso agradecimento à Assembleia, na pessoa do presidente Traiano, da deputada maria Victória e no deputado Romanelli que são os autores dessa homenagem e a todos os deputados por marcarem essa data que vai ficar na história. No dia 22 de janeiro de 2024 eu completei 70 anos de imigrante italiano vindo nos braços da mamãe e assim como eu, essa homenagem atinge a todos aqueles que um dia tiveram a coragem de atravessar o oceano em situações nem sempre cômodas e que um dia tiveram a coragem de largar a nossa terra e vir para o Brasil, onde fomos muito bem recebidos”. 

Já a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande comentou que “os italianos são uma das etnias mais significativas na cultura paranaense. E falar da cultura italiana é falar de mim, porque eu sou descendente de italiana, eu sou também cidadã italiana. É uma honra estar aqui participando essa homenagem e representando o governo do estado que sempre esteve junto com a comunidade. O governador Ratinho Júnior faz questão de sempre prestigiar todos os povos que nos formaram. Isso é cuidar da nossa história, é reconhecer as nossas origens”. 

História

No Brasil, a Lei federal nº 11.687 de 2 de junho de 2008 instituiu o dia 21 de fevereiro como o “Dia Nacional do Imigrante Italiano no Brasil”, assim como no Paraná, a Lei estadual nº 19.416 de 01 de março de 2018 instituiu esta mesma data como o “Dia Estadual do Imigrante Italiano no Paraná”. A data faz referência a chegada do navio “La Sofia”, em 1874, com quase 400 italianos. Entre 1874 e 1889 vieram ao Brasil mais de 320.373 italianos. A herança italiana está presente em todo o Brasil e especialmente no Paraná, em Curitiba, a cultura lançou raízes no tradicional Bairro Santa Felicidade.

Os primeiros italianos a imigrar para o Paraná foram os vênetos, a parti de 1875 alocados em colônias próximas a cidade de Paranaguá, nas regiões de Morretes e Antonina. A colônia Alexandra e posteriormente a Colônia Nova Itália. Em 1900, já viviam no estado do Paraná mais de trinta mil italianos, espalhados por catorze colônias etnicamente italianas e outras vinte mistas. No início, a maior parte dos imigrantes trabalhou como colonos autônomos, porém, com o desenvolvimento do café, passaram a compor a mão-de-obra da região. 

As maiores colônias prosperaram na Região Metropolitana de Curitiba, sendo o município de Colombo localizado na Grande Curitiba) a maior colônia italiana do Paraná. A Colônia Alfredo Chaves (que posteriormente se tornaria a cidade de Colombo) foi uma das quatro onde se concentraram os primeiros italianos que chegaram ao estado. As outras são a Senador Dantas (que deu origem ao bairro curitibano Água Verde), a Santa Felicidade (atual polo gastronômico da capital paranaense) e a Colônia de Santa Maria do Tirol, localizada no município de Piraquara (na Grande Curitiba). A influência italiana se faz presente em todas as regiões do estado (como no norte do estado, com o vocábulo terra roxa, oriundo da confusão da língua italiana para a cor vermelha – “terra rossa”).

Em Curitiba chegaram a partir de 1872, estabelecendo-se como agricultores em vários núcleos coloniais da região, que posteriormente deram origem aos atuais bairros de Pilarzinho, Água Verde, Umbará e Santa Felicidade (tradicional bairro de cultura e gastronomia italiana da capital paranaense), por exemplo. Com o passar do tempo adotaram outras atividades, incluindo industriais e comerciais. Outras cidades receberam imigrantes italianos: além de municípios da Microrregião de Paranaguá (na Serra do Mar e litoral) e a capital, cidades da Grande Curitiba (como São José dos Pinhais, Araucária, Campo Largo, Piraquara, Cerro Azul e Colombo), assim como do interior receberam significativo número de imigrantes.

 



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