

Maria Teresinha Rodrigues Schonardino, 42 anos, moradora no Tatuquara, queria muito trabalhar como salgadeira, mas enfrentava um obstáculo.
Ela já sabia fazer bolos de festa, mas não dominava a técnica de fechar os salgados e para isso dependia de uma outra pessoa que ajudasse a cumprir as encomendas.
“Tinha que contar com a ajuda dessa salgadeira mais experiente, mas a situação complicou de vez quando ela não pôde mais me ajudar por força de outra atividade que ela exercia”, lembrou Maria Teresinha.
O jeito foi oferecer só o bolo para os clientes, mas ela logo teve problema de aceitação. “As pessoas querem o kit de festa completo (bolo e os salgados). É muito mais prático”, reconhece.
Foi então que ela soube do curso de preparo de salgados gratuito oferecido pela recém-inaugurada Escola de Segurança Alimentar Dom Bosco, no Campo de Santana.
O espaço, que é coordenado pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar (SMSAN), foi implantado em 10 de março de 2022 como parte do projeto Mesa Solidária, com o objetivo de ofertar cursos de capacitação e geração de renda e emprego.
Em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a escola disponibiliza cursos na área de empreendedorismo, aproveitamento integral de alimentos e gastronomia, panificação, boas práticas para manipulação de alimentos, entre outros.
Foi na Escola de Segurança Alimentar que Maria Teresinha aprendeu a trabalhar com massas, encontrar o ponto correto para enrolar os salgados e deixá-los prontos para o processo de fritura. O começo foi difícil, mas aos poucos, a região do Tatuquara ganhou mais uma salgadeira.
“Depois que eu fiz o curso eu ainda tive dificuldades para acertar o ponto dos salgados, mas eu fui conversando com o professor, ele me atendeu de muito boa vontade, e agora já consigo trabalhar com segurança, a clientela elogia muito”, comemorou Maria Teresinha.
Agora que domina a técnica do preparo de salgados, Maria Teresinha abriu uma loja virtual, a Bolos Mania, onde recebe encomendas de coxinha, pastéis, bolos, rissoles e todas as delícias oferecidas em festas.
Ela também não se acomodou e continua fazendo outros cursos na área de alimentação para se aprimorar cada vez mais.
“Todo curso que eu posso fazer não perco a oportunidade. É um conhecimento que abre portas e eu sou a prova viva disso. Além de ocupar a mente, ajuda na renda de casa, sem contar que dá para mimar a família”, diz a salgadeira, que teve no marido Mateus o grande incentivador, e nos filhos Rudson (15 anos) e Sara (6 anos), os maiores fãs dos quitutes da mãe.
No ano passado, a Escola de Segurança Alimentar Dom Bosco formou 121 pessoas que participaram de sete cursos: preparo de salgados, confeitaria para restaurantes, aproveitamento de alimentos, auxiliar de serviços de alimentação, boas práticas para manipulação de alimentos e auxiliar de serviços de panificação.
De acordo com Alessandra Laís Moreira, coordenadora técnica do espaço, a implantação da escola transformou a região.
“O que a gente percebe em contato com a comunidade é que este espaço faz a realmente a diferença na vida de todos que participam. As pessoas aprendem a trabalhar na área de gastronomia, desde os conceitos de higiene, até as dicas para tornar o alimento mais saboroso e isso faz grande diferença na vida profissional”, disse.
Este ano, até 31 de março, serão realizados quatro cursos. Dois deles já estão acontecendo: aproveitamento integral dos alimentos e boas práticas para manipulação de alimentos.
Marli Cordeiro de Oliveira, 41 anos, moradora no conjunto Santa Rita, trabalha na área de panificação e resolveu fazer o curso de boas práticas para manipulação de alimentos.
“Eu já tinha feito o curso, mas já faz algum tempo. Resolvi vir novamente para me atualizar e também para relembrar os principais fundamentos, como a higiene dos locais de trabalho para garantir o preparo de alimentos saudáveis”, disse.
Ronaldo Prestes Ribeiro, 54 anos, morador do Tatuquara, é proprietário de panificadora na Vila Pompéia e também estava atualizando conhecimentos.
“Eu repasso as informações aos funcionários para garantir a produção de alimentos saudáveis. O objetivo é sempre melhorar e trabalhar corretamente entregando um produto cada vez melhor”, justificou.
Além da Escola de Segurança Alimentar Dom Bosco, a Regional Tatuquara tem outras iniciativas da Prefeitura de apoio à comunidade na produção de alimentos saudáveis. São as hortas comunitárias.
“A Prefeitura tem se esforçado em contribuir com a melhoria do padrão nutricional e a valorização do alimento saudável com cursos e capacitações, mas principalmente para reduzir a insegurança alimentar de parte da população”, explicou o secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Gusi.
A região conta com 23 hortas implantadas, sendo 18 comunitárias, 3 escolares e 2 institucionais. Os hortelões recebem capacitação, acompanhamento técnico e insumos por um determinado período.
Atuam nas 23 hortas, 676 pessoas e 6.180 pessoas estão envolvidas indiretamente, totalizando 6.856 beneficiadas. A produção anual estimada é 980.566 kg de alimentos.
“Aqui eu planto couve, alface, acelga, cebola, cheiro verde, beterraba, repolho e almeirão. Além de abastecer a mesa, isso aqui é uma terapia e tanto. Na época da pandemia foi a nossa salvação”, disse Esther de Aquino da Silva, da Horta Comunitária Monteiro Lobato.
A Prefeitura prevê implantar mais três hortas na Regional Tatuquara. Duas delas serão para atender os moradores do Caximba (hortas comunitárias Caximba II e Bela Vista) e uma terceira que vai atender uma unidade escolar.
Desde 2017, a Prefeitura tem intensificado o apoio aos produtores das hortas através da Unidade de Agricultura Urbana da SMSAN.
A capital conta com 146 hortas urbanas com apoio da Prefeitura, que garantem alimentação saudável para cerca de 17,9 mil pessoas (entre produtores, familiares e comunidades) em bairros como Caximba, CIC, Pinheirinho, Alto Boqueirão, Cajuru, Rebouças, Santa Felicidade, Sítio Cercado, Uberaba, Guaíra e Tatuquara.
A região também vai ganhar um reforço importante na área de segurança alimentar. Trata-se de um restaurante popular modelo, com autossuficiência energética, áreas para o plantio de hortaliças e projetado para não gerar resíduos, atendendo aos Objetivos de Desenvolvimento Sunstentáveis (ODS).
No novo restaurante popular a comida chegará pronta para ser servida, nos moldes das demais unidades. A previsão inicial é a de servir 500 refeições por dia. A nova unidade terá 580 m² de área construída em um terreno de 2.600m² anexo à Rua da Cidadania.
A implantação de hortas urbanas na capital integra as ações do Curitiba Viva Bem, política pública de saúde e bem-estar do município. Curitiba Viva Bem é uma política pública e uma das principais agendas da gestão do prefeito Rafael Greca, assim como a mobilidade urbana, sustentabilidade, empreendedorismo de impacto, cultura da inovação como processo social e cidade educadora. A importância da saúde e bem-estar para os curitibanos motivou a Prefeitura a mobilizar todas as áreas da gestão pública, que estão ampliando as ações de forma conjunta através do Curitiba Viva Bem.
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Curitiba avança nos preparativos para o Congresso Internacional das Cidades Educadoras de 2024. A capital do Paraná será a anfitriã do evento, que será realizado no primeiro semestre. A última edição do congresso foi em 2002, na Coreia do Sul.
O comitê intersetorial da Prefeitura de Curitiba encarregado dos preparativos para o evento fez sua segunda reunião deste ano nesta terça-feira (28/2), na Assessoria de Relações Internacionais, no Palácio Solar 29 de Março.
Participaram representantes da secretarias municipais da Educação, da Saúde, de Defesa Social e Trânsito, do Esporte, Lazer e Juventude e do Meio Ambiente, do Instituto Municipal de Administração Pública (Imap), da Assessoria de Relações Internacionais da Prefeitura (Arin), do Instituto Municipal do Turismo e da Fundação Cultural de Curitiba.
“Este comitê é muito importante para sustentar o movimento das cidades educadoras, o comitê faz o movimento ter permeabilidade por todas as áreas da administração”, comentou a secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila.
O comitê faz reuniões mensais, desde o ano passado. A primeira de 2023 foi realizada no último dia 7, na Secretaria Municipal da Educação, no Alto da Glória.
Para o assessor-chefe de Relações Internacionais, Rodolpho Zannin Feijó, um evento do porte do congresso internacional representa uma grande oportunidade para a cidade mostrar suas ações.
“Isso é fruto do trabalho que Curitiba desenvolve em todas as áreas da administração pública, seus projetos e programas”, disse Rodolpho.
Coordenadora da Rede Brasileira de Cidades Educadoras (Rebrace), Curitiba articula o movimento em todo o país. Atualmente são 25 cidades na rede.
A capital do Paraná integra o rol de Cidades Educadoras desde 2019. Atualmente são 500 cidades associadas em 36 países. No ano passado, Curitiba participou do Congresso Internacional de Cidades Educadoras realizado em Andong, na Coreia do Sul.
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