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Zelo pela saúde: Prefeitura mobiliza profissionais para ampliar cobertura vacinal em Curitiba


A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reuniu nesta terça-feira (19/9) mais de 300 profissionais no evento de mobilização para reconquista das altas coberturas vacinais em Curitiba. A capacitação das equipes das salas de vacina da SMS aconteceu de forma híbrida, presencial e on-line e faz parte do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas).

“As coberturas vacinais de Curitiba já são muito melhores que as do cenário global brasileiro e isso se deve ao trabalho incansável das nossas equipes”, disse a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella. Mas ela lembra que a imunização é uma estratégia coletiva.

“Nós temos que ir em busca de ter toda a comunidade vacinada, porque não adianta Curitiba ter bons índices de cobertura vacinal e o restante do país não, porque a mobilidade é muito grande e todos ficam expostos”, alertou.

Segundo a secretária, Curitiba se antecipou ao movimento nacional quando lançou em 2022 a campanha informativa Quem Ama Vacina, já percebendo o comportamento de menor adesão às ações de imunização que culminaram em baixas coberturas, como é o caso da vacina contra a gripe deste ano, que atingiu apenas 44,5% do público-alvo, e a vacina anticovid bivalente, com 27,54% de cobertura.

O diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides de Oliveira, apresentou a série histórica de cobertura vacinal do município e alertou para o risco de retorno de doenças que haviam deixado de circular no país, como é o caso do sarampo.

“Aquilo que deu certo e está funcionando, precisa ser aprimorado ao longo dos anos, porque surgem novos desafios”, destacou.

Segundo Alcides, as pessoas tiveram a falsa sensação de que não era necessário se vacinar porque não havia relato de novos casos. O sarampo, por exemplo, deixou de circular no país por causa das altas coberturas vacinais, mas desde 2018 são registrados novos casos da doença no Brasil, frutos da queda na imunização e da grande circulação de pessoas não imunizadas.

Números

A meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) é de 95% para a maioria dos imunizantes do calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2023, Curitiba superou esse patamar na BCG, com 97%, enquanto a porcentagem nacional está em apenas 48%.

Quanto à vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, Curitiba está abaixo da meta, com 81% de imunização, enquanto o índice nacional é de 54%.

Todas as demais vacinas do calendário vacinal das crianças menores de 1 anos estão abaixo dos 95% na capital paranaense, apesar de atingirem índices maiores do que os do país.

O calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde disponibiliza mais de 20 vacinas nas unidades de saúde de todo país, com recomendações e orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e indígenas. As equipes das salas de vacina necessitam de atualização permanente e agora contam com a estratégia de microplanejamento.

Microplanejamento

O Movimento Nacional está levando oficinas de Microplanejamento para Vacinação de Alta Qualidade a todo país. Em agosto, representantes da SMS participaram do encontro que reuniu profissionais ligados à área de imunização dos três estados do sul. Esses profissionais são multiplicadores da Metodologia de Gestão Produtiva dos Serviços de Saúde da Opas, que são: efetividade, homogeneidade, oportunidade, eficiência e simultaneidade.

Um dos pilares fundamentais para garantir o cumprimento de metas é que elas sejam geradas a partir do nível local/municipal, determinando as necessidades e disponibilidade de recursos para garantir o acesso à vacinação para a população, com ampla participação de líderes e comunidade.

“As equipes municipais terão a oportunidade de olhar para o seu território, analisar a situação de saúde dos moradores daquela área de abrangência e os motivos que os afastam da vacinação para propor alternativas a fim de melhorar os indicadores de cobertura vacinal”, explica a superintendente de gestão da SMS, Flávia Quadros.

Segundo ela, todo o trabalho das equipes e das secretarias da saúde será monitorado e toda contribuição e sugestões dos profissionais poderão ser compartilhados nacionalmente.

Em Curitiba, todas as unidades de Saúde vão realizar suas oficinas de microplanejamento durante o mês de outubro utilizando a metodologia ativa, baseada no conhecimento e experiências prévias dos profissionais. Todos deverão apresentar novas propostas para incrementar a vacinação em sua região, tendo em vista a realidade local da população atendida.

“A vacina é ciência em gotas. São anos e anos de pesquisa, ensaios e testes para garantir segurança e proteção para a população por meio da imunização” ressalta Beatriz Battistella. “Precisamos voltar a conquistar a confiança das pessoas nessa ciência em gotas”, finalizou



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