A partir desta quinta-feira (28/5), a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba incluirá os resultados dos chamados “testes rápidos” de farmácia nos boletins diários sobre a covid-19 da capital. Com isso haverá aumento nos números de casos confirmados e recuperados.
Neste primeiro dia, o boletim vai computar resultados de duas semanas de testes de farmácias. Portanto, os números de confirmados e recuperados da covid-19 darão um salto de quase 100 novos casos.
“Os aumentos não significam piora ou melhora em incidência de casos, mas ajudarão no mapeamento da circulação do vírus e nas medidas a respeito da pandemia na cidade”, fala Márcia Huçulak, secretária Municipal da Saúde de Curitiba.
A realização de testes sorológicos em farmácias foi autorizada há cerca de um mês pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em Curitiba, a Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal da Saúde fez os protocolos com as orientações desses testes, emissão de laudos e notificação dos resultados para que a Vigilância Epidemiológica faça as análises e inclusão dos dados nas estatísticas do município.
Os testes rápidos em farmácias são pagos e quem faz deve fornecer dados de identificação pessoal e também clínicos, pois a covid-19 é uma doença de notificação obrigatória.
Diferenças entre os testes
Atualmente existem dois tipos de testes para detectar se uma pessoa foi infectada pelo novo coronavírus: o molecular e o sorológico.
Curitiba já considerava os testes sorológicos nos boletins diários da covid-19. São testes feitos por amostras de sangue, realizados por laboratórios credenciados.
O teste molecular (RT-PCR), feito com amostra respiratória do nariz ou garganta do paciente e analisado em laboratório de biologia molecular, pode indicar ou descartar a presença do vírus.
“O PCR é o mais indicado para pacientes que apresentam sinais clínicos da covid, como febre, dor de garganta, tosse seca, alteração de olfato e paladar nos sete primeiros dias de sintomas”, diz Marion Burger, médica infectologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
IgM e IgG
O outro teste é sorológico (rápido), feito com amostras de sangue coletadas em clínicas, laboratórios e em farmácias. Esses testes detectam a presença de anticorpos para combater a covid-19.
Os testes sorológicos geralmente medem dois anticorpos, que são as defesas produzidas pelo organismo contra o vírus: O IgM e o IgG.
O IgM, é primeiro anticorpo que o organismo produz para combater o novo coronavírus. Como a chance de falso positivo para esse reagente é alta, o resultado só será computado nos dados estatísticos da secretaria quando vier acompanhado de quadro clínico associado (sintomas da doença) ou no caso de ter havido contato com pessoas com covid-19 confirmada.
O IgG é produzido após o 10º dia da doença, permanecendo no organismo por um longo período de tempo. O resultado reagente do IgG significa que a infecção provavelmente aconteceu há mais de duas semanas, portanto, será computado simultaneamente entre os casos confirmados e recuperados.
“O IgG significa que o organismo da pessoa infectada já desenvolveu imunidade há mais de duas semanas, ou seja, já passou a fase de transmissão do vírus, por isso ele entra como caso confirmado e automaticamente como recuperado”, explica Marion.