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Startup Veever, de Curitiba, traça novos rumos para tornar eventos mais acessíveis

Nascida em Curitiba com a proposta facilitar o deslocamento de pessoas com deficiência visual por meio de microlocalização, a startup de impacto social Veever já tornou mais inclusivos grandes eventos como Rock In Rio e o carnaval da Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Agora, uma sondagem do megaevento musical The Town, espécie de “primo” paulistano do Rock In Rio, provocou a Veever a “pivotar” (mudar o rumo do) seu negócio, para ofertar outras soluções em tecnologia que tornem o evento mais inclusivo.

A ideia de redirecionar o modelo de negócio ganhou impulso com a experiência que João Pedro Novochadlo, 31 anos, fundador remanescente da Veever, adquiriu durante o mestrado de Empreendedorismo Social na Universidade do Sul da Califórnia (USC), em Los Angeles (EUA). Para o mestrado, concluído em dezembro, contou com uma bolsa de estudos da Fundação Lemann, conquistada com apoio de cartas de indicação como a que o prefeito Rafael Greca assinou.

“Retornei ao Brasil tateando novas oportunidades. Uma é pivotar e transformar a Veever em uma plataforma que ofereça soluções tecnológicas diversas para acessibilidade conforme a necessidade de cada cliente. Pensar um mundo mais acessível, pensar novas soluções além das que tornaram a startup conhecida e premiada faz muito sentido”, diz o curitibano. 

Novochadlo, apelidado pelo prefeito de “Piá Chipado”, diz que a sondagem da organização do The Town está sendo estudada e interessou pela proposta: que a startup curitibana liste as necessidades e soluções tecnológicas para que as pessoas com deficiência possam participar evento com segurança e autonomia.

Pivotar é preciso

O presidente da Agência Curitiba de Inovação e Desenvolvimento e Inovação, Dario Paixão, elogiou a intenção da Veever, que mostra o potencial do ecossistema do Vale do Pinhão internacionalmente, e lembrou que promover melhorias constantemente é uma característica das startups.

“A Veever é um exemplo de jovens geniais com ideias que podem revolucionar por meio da tecnologia a vida das pessoas e das cidades. Além disso, exemplifica como as startups são adaptáveis a novas demandas. Nascem apresentando soluções para o mercado com o apoio da tecnologia, com agilidade para pivotar [mudar de direção] conforme as oportunidades aparecem”, destaca Paixão.

Microlocalização 

Nascida a partir de um hackathon em Curitiba, em 2015, a Veever ganhou mercado como uma ferramenta digital para facilitar os deslocamentos de pessoas com deficiência visual, a partir do mapeamento por microlocalização e inteligência artificial, em um aplicativo instalado no smartphone que se comunica com os beacons. 

Os beacons são pequenos dispositivos instalados em diversos pontos do ambiente mapeado que, por meio da tecnologia Bluetooth Low Energy (BLE), mandam sinais únicos para os smartphones próximos. Cada beacon da startup curitibana tem um texto, que é acionado quando o smartphone com o aplicativo se aproxima e informa ao usuário a existência de alguma barreira ou facilidade no caminho.

A solução da Veever recebeu diversas premiações como a vitória no Young Innovator Prize (Prêmio Jovem Inovador) oferecido pelo 6º Fórum de Jovens Cientistas do BRICS, em 2021.

Agradecimento

Atualmente, Novochadlo é o único fundador da startup. O médico desenvolvedor Leonardo Custódio e o analista de sistemas Lohann Coutinho, em outros empreendimentos, colaboram em alguns projetos.

Novochadlo esteve, em 21 de junho, no gabinete do prefeito para agradecer a carta de indicação, uma das que asseguram a bolsa de estudos da Fundação Lemann, que apoia talentos brasileiros em universidades norte-americanas e britânicas como Harvard, Teacher College, Stanford, MIT, Columbia , Oxford, USC e University of Illinois

“Além de ser aceito no mestrado, ter uma carta de indicação do prefeito Rafael Greca teve um peso bastante importante para mim, me acalenta de que estou no caminho certo. Agora, quero devolver ao meu país e a minha cidade as oportunidades que tive”, disse Novochadlo.

Piá chipado

O apelido de “Piá Chipado” foi dado pelo prefeito Rafael Greca quando foi apresentado ao empreendedor e conheceu o trabalho da startup.

Isso porque Novochadlo, publicitário por formação e um fascinado por tecnologia, implantou em sua mão dois chips que transmitem informações de saúde ao seu smartphone e permitem até abrir a porta de casa sem chave. 

A implantação foi um experimento durante seu trainee na Apple, para auxiliar na identificação das pessoas. Também foi diretor de Inovação do Athletico Paranaense e atualmente é head de Marketing no Brasil da Socios.com.


Leia a matéria no site da Prefeitura de Curitiba