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Revolução agrícola: Dia Nacional do Plantio Direto é comemorado em Mauá da Serra


Marco de uma das maiores revoluções agrícolas, que teve a introdução no território brasileiro a partir do Paraná, o sistema de plantio direto é comemorado nesta quarta-feira, 23 de outubro, que desde o ano passado foi declarado como Dia Nacional do Plantio Direto. A data foi lembrada em evento realizado em Mauá da Serra, na região Norte do Paraná, onde a técnica foi implantada em 1974.

O plantio direto foi trazido ao Paraná pelo agricultor Herbert Bartz, em 1972. Depois de observar chuvas fortes varrerem o cultivo que tinha em Rolândia, ele foi à procura de solução. Encontrou durante viagens internacionais a técnica de plantio sobre palhadas. De volta ao Brasil, experimentou e saiu em peregrinação para difundir.

“O plantio direto é patrimônio do Paraná e o Estado tem compromisso de zelar por isso. Queremos nos manter como o Estado mais sustentável do Brasil e queremos fazer isso garantindo competitividade para o nosso agricultor.” afirmou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza.

“Foi aqui no Paraná que nasceu o programa de microbacia, os programas de conservação de solos, o plantio direto. Se hoje somos o supermercado do mundo, isso se deve às inovações implantadas pelos nossos produtores, aos arranjos produtivos realizados”, afirmou o secretário no encontro, que aconteceu no Salão de Eventos Holandesa, em Mauá da Serra.

Segundo o presidente interino da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Eduardo Meneghetti, mais de 90% das lavouras paranaenses utilizam o sistema. “A técnica é fundamental para preservação do solo e dos recursos hídricos, e Mauá da Serra é exemplo da transformação de nossa agricultura”, disse. Para o produtor significa economia de recursos, maior eficiência e eficácia, além da sustentabilidade ambiental e produtiva.

SISTEMA – Cerca de 45 milhões de hectares utilizam o plantio direto atualmente no Brasil, de acordo com a Federação Brasileira do Plantio Direto. “Mas ainda há muita área sendo incorporada, o sistema plantio direto está em construção permanente e temos a responsabilidade de construir o futuro pelos próximos 50 anos”, salientou o presidente da entidade, Jônadan Ma.

No início, o objetivo era apenas eliminar a aração e a gradagem do solo, atividades comuns em cada ciclo de plantio. Por serem superintensivas, propiciavam a degradação do solo e a erosão. A evolução da técnica levou à implantação do Sistema Plantio Direto.

Jônadan Ma, explicou que, além do mínimo revolvimento do solo, o sistema comporta a manutenção de cobertura de palha que, após a decomposição, aumenta a matéria orgânica, reduz a erosão e facilita a infiltração de água no solo. Comporta, também, a rotação e diversificação de culturas, reduzindo impactos ambientais, incidência de doenças e pragas e inibindo aparecimento de ervas daninhas.

A chefe de Inovação e Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, Carina Rufino, destacou a importância das comemorações do plantio direto. “Foi uma transformação que criou um modelo único de agricultura no mundo. Estamos sequestrando carbono e preparando o Brasil para nova fase de agregação de valor na agricultura”, disse ela.

MUSEU –  O Sistema Plantio Direto é preservado não apenas nas centenas de propriedades que aplicam as técnicas pelo Brasil e pelo mundo, mas também no Museu do Plantio Direto, em Mauá da Serra. O espaço de 600 metros quadrados abriga dezenas de fotos e equipamentos. A ideia de criar o museu está completando 20 anos, embora ele tenha sido inaugurado em 2012. Entre as raridades está a primeira plantadeira utilizada no Brasil com essa finalidade. É uma Allis Clamers, de 1972, importada dos Estados Unidos.

O museu está aberto à visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, com entrada gratuita. Fica na Rua Catarina Aires da Silva, s/n.

ESTRADA – O prefeito de Mauá da Serra, Hermes Wicthoff, aproveitou a solenidade para anunciar a assinatura do contrato de pavimentação de estrada rural no município. As pedras irregulares vão cobrir 5 quilômetros da Estrada Colônia Novo Oriente. O investimento total é de pouco mais de R$ 3,1 milhões, dos quais R$ 2,6 milhões são do Estado.



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