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Projeto Mãos Invisíveis abre processo seletivo para novos voluntários

Fevereiro começou com uma oportunidade fantástica para quem pretende se iniciar na prática do voluntariado: o Projeto Mãos Invisíveis, que trabalha com a população de rua do Centro de Curitiba e famílias em situação de alta vulnerabilidade, abriu seu primeiro processo seletivo de 2023.

A ONG existe desde 2018, levando dignidade e representatividade a uma população normalmente invisível para a sociedade. Dentre as atividades promovidas está o “Café Pretexto”, realizado semanalmente na praça Generoso Marques. Todo domingo, a ONG atende cerca de 300 pessoas distribuindo lanches e bebidas como um pretexto para aproximação com a população atendida e a abertura para o diálogo, ouvir o que os moradores de rua têm a dizer e, desta forma, compreender suas necessidades. 

Outra atividade é o Natal de Rua, uma grande festa com música, arte, comida natalina e distribuição de panetones e brinquedos para as crianças.

O Mãos também auxilia famílias em situação de extrema vulnerabilidade e atua no apoio a gestantes que vivem nas ruas, além de ser protagonista pela implantação no Brasil do conceito de “Moradia Primeiro”, política pública baseada na metodologia de atendimento à população em situação de rua com acesso imediato à moradia segura.

O Mãos foi fundado pela historiadora Vanessa Lima. Em 2018, ela decidiu passar o Natal nas ruas e começou uma busca por organizações que trabalhassem com essa população. “Nesse processo, eu não consegui encontrar nada que me ‘vestisse’. Me deparei com organizações que faziam uma exposição absurda da vulnerabilidade do outro, ou que faziam apenas uma entrega de comida automática, sem ter nada além disso para oferecer ou lutar”, conta.

Até que se deparou com o MNPR (Movimento Nacional da População de Rua), cujos integrantes do movimento têm algum histórico de trajetória na rua. Ali, descobriu uma vocação e entendeu exatamente o que queria fazer. “Passamos – eu, meu ex-marido e meus filhos – por um mês, indo todos os dias para a rua. Escutando, conversando, aprendendo. Planejei uma metodologia para estar sempre no mesmo horário, mesmo local e da mesma forma, com vários detalhes que servem tanto pra criar vínculo com a pessoa em situação de rua e falar sobre direitos, quanto para educar voluntários e pessoas interessadas na pauta”, conta.

UTILIDADE PÚBLICA – O reconhecimento do trabalho do Mãos veio com a aprovação, nesta terça-feira, do projeto de lei de iniciativa da vereadora Maria Leticia (PV) que declara de Utilidade Pública Municipal a Associação Mãos Invisíveis.

O documento significa o reconhecimento pelo Estado e permite à ONG inscrever-se em editais para financiar projetos com recursos públicos.

“Acompanho o Mãos Invisíveis desde o seu início, há 5 anos, e é um trabalho maravilhoso. É uma organização que sobrevive graças a doações e a voluntários, então é importante que estejam aptos a receber também verbas públicas. É um tratamento muito diferenciado que fazem; não se limitam apenas à entrega de alimentos ou um café, é um atendimento individual a cada pessoa que está vivendo nas ruas. É um olhar humanizado – e é isso que precisamos, fazer política com um olhar humanizado”, comentou a vereadora Maria Letícia após a votação.

COMO SE VOLUNTARIAR — Para participar, basta preencher o formulário no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeNPGcA2p0W7Twejb_PuvYvipQUb5O8KjxDAGmD67B6Btx-yA/viewform. O prazo para inscrição vai até o dia 13/02.

Depois, será enviado aos pretendentes um e-mail com o chamamento para a primeira reunião, no final de fevereiro (que faz parte do processo seletivo).

👉🏼 Mais informações: https://maosinvisiveis.com.br