A Prefeitura de Curitiba abriu mais um hotel social para pessoas em situação de rua. A nova unidade, no Centro, tem 50 vagas para homens e mulheres que já recebem atendimento da Fundação de Ação Social (FAS).
A iniciativa amplia a rede de acolhimento da cidade, que agora passa a contar com 33 unidades, sendo cinco hotéis sociais, e um total de 1.790 vagas.
Em funcionamento desde outubro, o novo hotel é destinado a pessoas que precisam de acolhimento e estão em processo de promoção da autonomia e inserção social. Entre elas, estão aquelas que frequentam os Centros de Referência Especializados para a População em Situação de Rua (Centros POP), possuem emprego ou participam dos cursos de qualificação profissional e desenvolvimento pessoal do programa Liceu de Ofícios e Inovação, também da FAS.
Atualmente, dos 50 acolhidos, 57% estão trabalhando, 19% em processo de entrevistas para vagas de emprego e 24% estudam, fazem cursos de qualificação profissional ou estão na fase de organização dos documentos civis para busca de trabalho.
Estrutura
O novo hotel social possui quartos com capacidade para até cinco pessoas, além de recepção, refeitório, espaço de convivência, sala de TV e banheiros privativos. O horário de funcionamento é das 18h às 9h, com jantar servido entre 19h e 21h e café da manhã entre 6h e 9h.
Esse é o quinto hotel social de Curitiba, sendo quatro administrados pela FAS e um pela Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, totalizando 450 vagas. Entre eles, destaca-se o Eilat, o primeiro hotel social do Brasil dedicado exclusivamente a mulheres trans e travestis em situação de rua.
A diretora de Atenção à População em Situação de Rua da FAS, Grace Puchetti Ferreira, destaca que, sob a gestão do prefeito Rafael Greca, a Prefeitura ampliou em 145% no número de vagas para acolhimento de pessoas em situação de rua. No fim de 2016, Curitiba contava com dez unidades que ofertavam 693 vagas de acolhimento.
“Esse aumento reforça o compromisso desta gestão com as políticas públicas inclusivas e de apoio à população em situação de vulnerabilidade e risco social, oferecendo um caminho para a reintegração social e a construção de uma nova trajetória de vida”, diz Grace.
Oportunidade de recomeçar
Nascido em Santo Antônio da Platina, Norte do Paraná, Ari Galvão Koser é um dos acolhidos do novo hotel. Ele conta que já foi atendido em outras unidades da FAS, entre elas dois hotéis sociais, mas que o novo se destaca pela estrutura, atendimento e serviços. “Quando cheguei no endereço achei que tinha entrado no hotel errado de tão bonito que é. É organizado, limpo, com comida boa e uma equipe excelente”, conta.
Ari foi encaminhado para o novo hotel social porque trabalha e está em processo de alcançar a autonomia. Com a ajuda da FAS, ele conseguiu uma vaga de emprego em uma rede de supermercados, onde já foi promovido, e planeja alugar uma quitinete para morar.
A ligação de Ari e a FAS começou em 2001, quando ele ficou pela primeira vez em situação de rua, depois de passar por um divórcio. De lá para cá, com o apoio da fundação, arrumou empregos e conseguiu se estabilizar. Mas durante a pandemia da covid-19 teve problemas de saúde e acabou perdendo o emprego em uma metalúrgica, o que o fez pedir novamente ajuda do município.
Rede de atendimento
Curitiba oferece uma ampla Rede de Proteção Social voltada ao apoio e resgate às pessoas em situação de rua. Executado principalmente pela FAS, o trabalho vai desde a oferta de alimentação, atendimento técnico para encaminhamento para a rede, até pernoite em unidades de acolhimento ou hotéis sociais, oferta de cursos profissionalizantes, encaminhamento para o mercado de trabalho e atendimento de saúde nas praças.
“Nosso trabalho é baseado no respeito e dignidade humana provendo as pessoas em situação de rua acesso a uma ampla rede de atendimento articulada com as demais políticas públicas com vistas à superação dessa condição”, diz a diretora de Atenção à População em Situação de Rua, da FAS, Grace Puchetti Ferreira.
Abordagem social
A FAS mantém equipes nas ruas, que trabalham 24h por dia, para fazer abordagem social, ofertar serviços e encaminhar aqueles que aceitam atendimento para a rede de proteção. A Prefeitura conta hoje com 33 unidades, que ofertam atualmente 1.790 vagas de acolhimento.
Acesso
Para acessar os acolhimentos do município, a pessoa pode procurar espontaneamente as casas de passagem ou ser encaminhada pelas equipes técnicas da FAS.
A população de rua também é atendida em dez Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), três Centros de Referência Especializados para a População em Situação de Rua (Centros POP), na Central de Encaminhamento Social 24 horas (CES) e na Casa da Acolhida e do Regresso (CAR).
Mesa Solidária
Pessoas em situação de rua, desempregados e idosos em vulnerabilidade podem se alimentar nos Mesas Solidárias, que já distribuiu mais de 1,3 milhão de refeições gratuitas, desde 2019.
Consultório na Rua
O Consultório na Rua, da Secretaria Municipal da Saúde, percorre os bairros da cidade, levando atendimento para a população de rua. Aproximadamente 500 pessoas são atendidas mensalmente.
Qualificação profissional
Por meio do programa Liceu de Ofícios e Inovação, a FAS oferta cursos gratuitos para as pessoas em situação de rua. De 2017 a 10 de julho de 2024, foram ofertadas 9.615 vagas exclusivas para esse público.
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