O aumento de registros de casos de violência contra pessoas idosas é preocupante e gera necessidades de ações do poder público.
O tema foi abordado nesta terça-feira (11/06) em discurso na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Paraná, por ocasião do Junho Violeta e do Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, estabelecido pela ONU (a Organização das Nações Unidas) para o 15/06.
A deputada lembrou que entre 2020 e 2023 houve 403 mil registros de agressão contra pessoas idosas no país, numa média de 1.100 por dia, de acordo com levantamento da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que compilou dados do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. No ano passado, foram 50 mil casos a mais do que no ano anterior.
No Paraná, o Disque Idoso recebeu 1.200 denúncias nos quatro primeiros meses do ano, segundo a Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa.
“É inaceitável”, afirmou, notando o bom trabalho realizado pelo estado em reduzir o problema. “E ocorre de formas variáveis: violência física, psicológica, patrimonial, sexual, além de abandono e discriminação.”
Novas políticas públicas
A deputada lembrou que o aumento da violência se insere no contexto de crescimento da longevidade, conforme ficou demonstrado no mais recente Censo.
A população com 60 anos ou mais teve crescimento recorde, chegando a 16% do total da população. São 32 milhões no Brasil e 1,9 milhão no Paraná.
“É muito bom que estejamos vivendo mais”, afirmou. “Mas não basta viver mais, é preciso viver melhor. O combate à violência é parte incontornável desse processo.”
A ampliação da longevidade tem impacto em vários setores da sociedade e exige novas políticas públicas – tema tratado em recente audiência pública promovida pela deputada (“Longevidade e Desafios para as Políticas Públicas”).
“Respeitar e defender a população idosa é honrar a vida e construir um futuro digno que todos merecem”, afirmou a deputada.