Pensando no desenvolvimento sustentável do Estado, a Assembleia Legislativa do Paraná iniciou nesta terça-feira (17) a discussão de investimentos em modais viáveis de energia limpa com a instalação da Frente Parlamentar dos Geradores de Energia Renováveis. O grupo de trabalho formado por deputados paranaenses quer debater com produtores, órgãos governamentais, empresas privadas, concessionárias públicas e associações modos de fomentar o segmento no Paraná. Para isso, o coordenador da Frente Parlamentar, deputado Alexandre Curi (PSD), explicou que o grupo vai debater assuntos como a segurança jurídica, a necessidade de redução de impostos e formas de avançar e incentivar a produção deste tipo de energia.
Durante o ato de instalação da Frente Parlamentar foi realizado o Fórum “Energias Renováveis: Oportunidades e Desafios”, contando com a participação de uma série de especialista que debateram o tema. Entre os assuntos discutidos estão a criação de alternativas econômicas viáveis, a adoção de tecnologias sustentáveis, a instituição de uma autonomia energética e a elaboração de formas para a redução de custos de produção.
Para isto o espaço foi criado, afirmou o deputado Alexandre Curi (PSD). “Estamos retomando essa Frente Parlamentar dos Geradores de Energia Renovável com um grupo de deputados que tem o objetivo de avançar. Nós temos hoje o estado mais sustentável do Brasil e ao mesmo tempo batendo todos os recordes na produção no agronegócio. Isso demonstra que nós podemos ter um agro com um Paraná sustentável. Então, este é o objetivo: discutir a geração de energia limpa, avançando para um Paraná mais sustentável. Estamos aqui para facilitar a vida dessas pessoas que querem investir em energia limpa. Vamos discutir a segurança jurídica, a necessidade de redução de impostos e avançar com o governo para incentivar quem quer investir”, explicou.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSD), também participou do evento e destacou a magnitude da iniciativa que transcende qualquer interesse de ordem política. “Estamos falando do momento em que o mundo vive, pensando em sustentabilidade. Este é um assunto que vem a calhar também com o pensamento do governo. Como presidente da Assembleia, reitero que vamos trabalhar em propostas viáveis para desenvolvimento do tema. Entendemos que este é o caminho, o da sustentabilidade. Precisamos desse olhar diferenciado. Portanto, a Assembleia assume a responsabilidade de abraçar todas as propostas no sentido de trabalhar para alicerçar políticas para avançarmos”, reforçou.
O diretor-presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), Rafael Lamastra, comentou a importância da discussão. “Acho importante a criação desta Frente Parlamentar porque há essa possibilidade de aglutinar os diversos movimentos que estão acontecendo no Estado em relação a isso, tanto no nível de órgãos governamentais, empresas privadas, concessionários públicos, que é o caso da Compagás, e associações. Eu acho que essa visão que a Assembleia pode proporcionar é muito bem-vinda porque você expõe e dá oportunidade para todos se integrarem e conversarem. Eu acho muito importante esse movimento”.
O superintendente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), João Arthur Mohr, lembrou a tradição paranaense na geração de energia limpa. “A importância de se existir uma Frente Parlamentar é que estamos no Estado campeão em geração de energia renovável. Nós começamos um ciclo há muitos anos atrás na parte das usinas hidroelétricas. Depois vieram as pequenas centrais hidroelétricas, a biomassa florestal, a indústria da cana com o bagaço gerando energia. Mais recentemente temos a energia fotovoltaica, eólica e o biogás. Então é fundamental o papel da Assembleia determinando uma legislação que atraia esse investimento, não só da geração, mas de toda a cadeia produtiva gerando emprego e renda”.
Segmentos
A presidente da Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), Renata Isfer, falou sobre a cadeia de biogás no Paraná e como a Frente Parlamentar pode auxiliar em seu desenvolvimento. “O biogás tem grande avanço no Paraná, já são mais de 200 plantas no Estado, por isso somos uma grande potência no biogás. No entanto, o número que temos hoje é pequeno perto do que podemos chegar. E o que falta para chegarmos nesse potencial? Precisamos avançar na questão da infraestrutura, como gasodutos. Outro ponto é que precisamos incentivar a oferta para ganharmos destaque. Além disso, o biogás pode substituir combustíveis que importamos, como diesel, gás de cozinha e gás natural, trazendo independência energética para o País”, explicou.
O vice-presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de PCHS e CGHS (ABRAPCH), Pedro Dias, ressaltou a importância de a Assembleia Legislativa unir poder público e a iniciativa privada em prol do desenvolvimento do segmento. “É fundamental enxergarmos todas as fontes de energias disponíveis. E elas têm de ser nossos rios, a biomassa, a energia solar, entre outras. Temos de unir esforços para explorar o potencial do Paraná. As empresas já estão aqui. Para isso, devemos pensar em estratégias de planejamento”, opinou.
O presidente do Conselho Administrativo da Associação Paranaense dos Geradores de Energia (APGE), Gustavo de Brito Ribas, elogiou o objetivo da Frente, que, segundo ele, propicia o desenvolvimento do Estado. “Podemos perceber a insegurança jurídica para as empresas, mas estamos unidos com associações para concentrar ideias subsidiadas por esta Casa de Leis para elaboração de políticas públicas”, disse.
Para o vice-presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, Rubens Hebert Aebi, o Paraná precisava de iniciativas como a da Frente Paralamentar. “O lixo que jogamos fora é um tesouro enorme para geração de energia. Hoje, as usinas estão presentes no mundo todo, menos na América Latina. Além de gerar energia, podemos melhorar as taxas de reciclagem. O Paraná está pronto para receber este tipo de iniciativa”.
Riomar Menino, membro da diretoria técnica da Associação Brasileira de Energia Eólica (EBEEÓLICA), lembrou o potencial paranaense para geração de energia eólica. “A energia eólica tem uma crescente no mundo, tanto pela questão do preço como por seu potencial de emissão de gás carbônico. No Brasil, temos uma predominância na região Nordeste. No entanto, o Paraná tem um potencial muito grande para a geração eólica. Segundo dados de 2007, o Estado pode gerar 3,4 gigawatts, o que representa 10% da capacidade atual do Brasil”, afirmou.
Coordenadora Estadual no Paraná da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltáica (Absolar), Liciany Ribeiro também destacou a necessidade da discussão. “Há muito lutamos para falar sobre a energia renovável e sua importância, além de trabalharmos para tornar a energia paranaense mais competitiva. Esta Frente Parlamentar pode ser um exemplo de sucesso para o País”, encerrou.
Presenças
Também participaram do encontro os deputados Luiz Claudio Romanelli (PSD), Evandro Araújo (PSD), Gilberto Ribeiro (PL) e Gugu Bueno (PSD). Além disso, estiveram presentes o secretário do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), Orlando Pessuti, o vice-presidente do movimento Pró-Paraná, Mário Pereira, o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Celso Kloss, o coordenador do Renova-PR, Herlon de Almeida, o diretor de licenciamento e outorga do Instituto Água e Terra (IAT), José Volnei Bisognin, e o superintendente do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), Irineu Colombo.
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