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Exposição desvenda Portinari na Caixa Cultural Curitiba

A trajetória de um dos maiores nomes da arte brasileira, Cândido Portinari, desembarca em Curitiba a bordo de uma exposição inédita. “Portinari – A construção de uma obra” fica em cartaz na Caixa Cultural de 17 de janeiro até 18 de março de 2018. A mostra reúne trinta estudos do pintor, muralista e desenhista, que conquistou reconhecimento internacional retratando o cotidiano do país e a desigualdade social, com atualidade sempre surpreendente. Também fazem parte da montagem oito esculturas criadas pelo artista plástico Sérgio Campos, inspiradas em personagens de Portinari.
Com entrada franca, a exposição poderá ser visitada de terça-feira a sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 10h às 19h. A abertura oficial acontece no dia 16, às 19h, com presença do curador Luiz Fernando Dannemann.
Segundo o curador, os trabalhos reunidos mostram o processo criativo do artista, ilustrando sua trajetória. “É uma exposição específica da construção da obra de Portinari, que mostra estudos, esboços e desenhos de grandes obras do artista”, comenta Dannemann. “São pedaços preciosos de um artista singular, de quem buscou originalidade na própria poesia do homem”. Entre eles, há estudos para o painel Guerra e Paz, que Portinari criou para a sede da ONU, em Nova York, entre 1952 e 1956.
Um dos grandes temas da obra do artista é a desigualdade social, revelada no registro do cotidiano, como em “Grupo com homem doente” e “Menino morto”, por exemplo. “Portinari era um ‘cronista’ que, ao invés de escrever, pintava as desigualdades, as efemérides”, comenta o curador. “‘Os Retirantes’ é a realidade do Brasil, pessoas que iam para as grandes cidades buscando melhores oportunidades. E muitas dessas obras continuam atuais, a crítica, a crônica, porque ainda vivemos em um país de desigualdade social”.
Esculturas recriam personagens de quadros
As esculturas de Sérgio Campos contracenam com as obras de Portinari na mostra. Campos finalizou o planejamento do próprio artista plástico, que queria transformar suas figuras em esculturas. Curitiba recebe oito trabalhos, revelando uma tridimensionalidade da visão de Portinari. “Ele pretendia eternizar alguns de seus personagens em bronze. Como morreu prematuramente, aos 59 anos, não conseguiu concluir este projeto”, explica Dannemann. “Sérgio Campos, membro da família do pintor, decidiu finalizar a ideia, criando esculturas fidedignas em cada detalhe”.
Candido Portinari
O artista nasceu em 30 de dezembro de 1903, em Brodowski, interior de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, teve uma infância humilde. Recebeu apenas a instrução primária. Desde criança manifestou sua vocação artística, começando a pintar aos nove anos. Estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro e visitou países como a França e a Itália, onde concluiu os estudos. Em 1935, recebeu em Nova Iork um prêmio por sua obra “Café”, que o projetou para o mundo. Faleceu em 1962, tendo como causa aparente uma intoxicação causada por química presente nas tintas.
Sérgio Campos
Desenhista, pintor e escultor, é formado pela Escola de Belas Artes da UFMG. Desenvolveu técnica para a elaboração de esculturas em aço e cobre e executou monumentos públicos de grande porte. Estudou pintura mural e escultura em bronze com o italiano Franco Cerri. Seus desenhos, desde os primeiros, têm forte identidade com os personagens de Portinari.
Mais informações sobre a obra de Cândido Portinari: www.portinari.org.br/#/pagina/candido-portinari/apresentacao
Serviço
Artes Visuais: “Portinari – A construção de uma obra”
Local: CAIXA Cultural Curitiba – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR) – Galerias Térreo e Mezanino
Abertura: 16 de janeiro de 2018 (terça), às 19h.
Visitação: de 17 de janeiro (quarta) a 18 de março de 2018 (domingo).
Horário das galerias: terça a sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 10h às 19h.
Ingressos: Entrada franca
Informações: (41) 2118-5111
Classificação etária: Livre para todos os públicos