Iniciativas focadas na inovação e transferências de tecnologia ganham força no Paraná. Um grupo de 120 participantes, composto por 77 pesquisadores e 43 empreendedores, deu início nesta semana à primeira etapa do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), edição de 2025. O programa, promovido pelo Governo do Estado, busca transformar resultados de pesquisas científicas em produtos e serviços que fomentem o desenvolvimento econômico.
Estrutura do Programa
A ação é coordenada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e conta com parcerias da Fundação Araucária e do Sebrae/PR. Durante os próximos três meses, os participantes receberão capacitação em áreas essenciais para a formação empreendedora, com workshops abordando validação de oportunidades e modelagem financeira, entre outros tópicos que unem pesquisa à prática mercadológica.
Os participantes também terão acesso a painéis denominados Papo de Mercado, onde serão debatidos temas como Inteligência Artificial, propriedade intelectual e oportunidades de financiamento com instituições federais, incluindo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A expectativa é que essas iniciativas resultem em patentes, startups e parcerias estratégicas entre o meio acadêmico e empresarial.
Inovações por Setor
As inovações deste ano estão majoritariamente distribuídas entre as áreas de biotecnologia e saúde, com 43 projetos, e agricultura e agronegócios, com 29 projetos. Essas duas áreas representam, respectivamente, 35,8% e 24,1% do total de propostas. Seguem na lista as áreas de energias renováveis e educação, economia e sociedade, cada uma com 19 projetos, totalizando 15,8%. Os dez projetos restantes, equivalentes a 8,3% do total, pertencem à categoria de cidades inteligentes.
Polo Nacional de Inovação
Conforme Sthefany Walber, assessora da Diretoria de Ciência e Tecnologia da Seti e responsável pela coordenação do Prime, o programa é fundamental para consolidar o Paraná como um polo de inovação no Brasil. “O Prime conecta pesquisas acadêmicas às demandas do mercado, criando uma ponte entre universidades, empresas e o governo, promovendo um ecossistema onde a produção científica se traduz em desenvolvimento econômico”, afirma.
A maior parte dos projetos inovadores, 78 no total, está em desenvolvimento nas universidades públicas. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) lideram esse número, com 28 e 16 projetos, respectivamente. Outras instituições, como a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), possuem oito projetos cada.
Participação Regional
A edição de 2025 conta com a inscrição de 64 participantes das regiões Metropolitana de Curitiba e Noroeste, que juntas representam 53,3% do total. Outras regiões, como Norte e Campos Gerais, somam 34 inscritos. O Oeste e o Vale do Ivaí contam com 10 e 5 participantes, respectivamente. As regiões Centro-Sul e Sudoeste possuem 2 inscritos cada, enquanto o Centro-Oeste e o Norte Pioneiro têm 1 participante a cada.
Dentre os inscritos, 96 participam pela primeira vez no programa. Um dos interessados é de fora do Paraná, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba. Além dos 120 participantes, os projetos estão envolvidos com mais 345 pessoas em equipes de pesquisa e desenvolvimento.
Próximas Etapas e Investimentos
Dos projetos desse ano, 30 já estão em estágio avançado de proteção intelectual, com patentes já concedidas ou em trâmite no INPI. Metade dessas iniciativas está vinculada a instituições de ensino superior paranaenses. A próxima fase do programa está prevista para começar em 13 de agosto, com mentoria e workshops focados na transformação de pesquisas em negócios.
Os participantes ainda têm até julho para estabelecer vínculos institucionais e concorrer à próxima etapa. Na fase final, em setembro, serão selecionados 10 finalistas que receberão investimento individual de R$ 200 mil do Estado, destinado à maturação tecnológica e à preparação para o mercado.
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