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Entre lágrimas e sorrisos, Cohab sorteia 240 apartamentos no Tatuquara

Entre lágrimas e sorrisos, Cohab sorteia 240 apartamentos no Tatuquara. Curitiba, 15/03/2025. Foto: Rafael Silva/COHAB

O fim de uma espera que ultrapassa dez anos está perto de acontecer. Uma das missões mais emergenciais da nova gestão da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) ganhou um importante capítulo, neste sábado (15/3), com o sorteio que definiu a ocupação do Residencial Theo Aterino, conjunto de 240 apartamentos em fase de acabamento, no Tatuquara. 

Os contemplados e seus familiares compareceram em peso à Rua da Cidadania do Tatuquara, para participarem do sorteio que definiu o futuro lar de cada um dos 120 inscritos na fila da Cohab e dos 120 moradores que serão transferidos de áreas de risco social. A felicidade estampada nos rostos transformou o evento em uma manhã de festa, que contou com a presença do presidente da Cohab, André Baú; do administrador regional do Tatuquara, Marcelo Ferraz, técnicos da Cohab, da Regional e lideranças comunitárias. 

“Um dos objetivos da nossa gestão é entregar o Theo Aterino, uma obra que enfrentou problemas nos últimos anos causando longa espera às famílias. Fizemos uma força-tarefa com a Caixa Econômica e a Cohapar e conseguimos avançar para nos próximos meses entregarmos esses imóveis. Nosso propósito é trabalhar para que a habitação chegue a quem tem que chegar, conforme determinação do prefeito Eduardo Pimentel”, ressalta Baú.


Após a definição de qual imóvel fica para cada contemplado, as próximas etapas serão as assinaturas dos contratos de aquisição e em seguida a tão sonhada entrega das chaves.

Os moradores beneficiados fazem parte da faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida, que são as pessoas de renda mais baixa. O sorteio priorizou as unidades térreas para famílias que têm pessoas com deficiência e idosos. A primeira sorteada foi a dona de casa Vanessa Vicente, 45 anos, que tem um filho com uma rara doença genética que causa atraso motor e intelectual.

“Estou muito feliz, coração nem cabe no peito. Poder sair do aluguel vai aliviar demais nossa situação financeira. Só que tem um filho especial sabe o que passamos, todos os desafios”, diz ela, que atualmente paga aluguel para morar em um apartamento no Ganchinho, com dois filhos.

Lágrimas

A cena de pessoas que foram às lágrimas se repetiu algumas vezes durante o sábado. Uma delas foi a Maria Aparecida de Lima,  59 anos. Ao ouvir seu nome ser chamado ela não conteve a emoção e chorou de felicidade. Mãe da Elisa, que tem uma lesão cerebral, ela trabalha como diarista e paga aluguel de R$ 1.000 por mês. Como recebe Benefício de Prestação Continuada (BPC) por conta da doença da filha, pelas regras do programa Aparecida não vai precisar para prestações pelo imóvel.


“Estou chorando de alegria, são tantos anos esperando por esse dia e agora está cada vez mais perto. Vai ser maravilhoso para nós, deixar de pagar aluguel e pagar somente o condomínio de um apartamento que será meu. Minha filha é cadeirante, usa fraldas, ter essa tranquilidade do imóvel próprio vai me dar mais forças para cuidar dela cada vez melhor”, disse ela.

A aposentada Neusa Simão, 66 anos, também chorou bastante ao ter seu nome sorteado. Após anos morando de forma irregular no Parolin, ela precisou se mudar por conta das péssimas condições em que estava a casa e hoje paga aluguel de R$ 1.300 para viver com o filho no Sítio Cercado.

“Logo ele vai se casar, então esse apartamento não poderia vir em melhor hora, pois vou passar a viver sozinha. São tantos anos esperando, mas Deus sabe o momento certo das coisas. Eu nunca desisti, sempre tive fé e sei que logo estarei de casa nova”, comemora.

Ausentes

A Cohab fará uma segunda chamada do sorteio para os contemplados que estiveram ausentes por motivos de saúde, pendência documental, ou por não terem respondido aos contatos da Cohab.

Fala Curitiba

Quem esteve presente no sorteio, teve a oportunidade de participar do Fala Curitiba. O Instituto Municipal de Administração Pública (Imap) esteve no local com uma unidade móvel da consulta pública, por meio da qual os moradores podem sugerir à Prefeitura como investir parte dos recursos arrecadados para melhorar a vida da coletividade.