Empreendedores de segmentos diversos, representantes de associações e federações de estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Tocantins, além da Região Sul, se reuniram nesta terça-feira (19) para o XXI Encontro Nacional da Micro e Pequena Empresa (Enampe), que teve como tema “Mercado e estratégias de vendas”. O evento foi realizado pela Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais do Paraná (Fampepar) com apoio de parceiros, na sede do Sebrae/PR, em Curitiba.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Ercílio Santinoni destacou a necessidade de mais políticas públicas federais para os pequenos negócios.
“Em todas as aberturas dos Encontros Nacionais da Micro e Pequena Empresa, ao longo de mais de duas décadas, sempre falei do passado, mostrando as conquistas dos pequenos negócios ao longo da história do País. Mas, hoje, quero falar do presente e do futuro. Os pequenos negócios do Brasil têm pressa. Precisamos de garantias nas transições da reforma tributária, que ofereçam as condições diferenciadas e simplificadas para as microempresas e os pequenos negócios”, afirmou.
Políticas públicas
Na sequência da abertura, a palestra “Políticas públicas da Secretaria de Industria, Comércio e Serviços do Paraná (Seic)” foi realizada por Ricardo Barros, secretário de Estado da Seic, destacando o crescimento de 7,8% do Paraná em 2023 e os mais de R$ 12 bilhões de investimentos pelo programa Paraná Competitivo.
“Buscamos uma política de resultados. Se o Paraná fosse um país, estaria melhor que a China hoje, que cresceu 5,5% em 2023. Geramos 15 mil empregos. Devemos isso à força do nosso agronegócio, mas também às políticas de incentivo aos negócios e à desburocratização. Somos, hoje, o segundo estado mais ágil no ranking nacional de abertura de empresas, com nove horas e 32 minutos, em dado de fevereiro de 2024. É o melhor resultado da nossa história. Com mais inovação e simplicidade, o Descomplica Paraná efetivou a dispensa de licenças e alvarás de mais de 770 atividades econômicas”, elencou o Barros.
Maurício Juvenal, secretário nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, apresentou o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (MEMP), representando o ministro Márcio França.
“O MEMP foi criado para representar e fortalecer as 35 milhões de empresas e pessoas: brasileiros que são donos de uma microempresa ou que são microempreendedores individuais (MEI). Do ponto de vista da capilaridade das oportunidades, podemos colaborar decisivamente com o Brasil. Atualmente, os pequenos negócios representam 99% das empresas do País, além de responder por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e gerar uma média mensal de 80% dos empregos formais”, pontuou Juvenal.
Empreendedorismo feminino e ESG
O empreendedorismo feminino foi abordado na palestra “Brilhe como empreendedora”, da jornalista Dani Mendes, mentora de carreira, negócios e comunicação.
Dani Mendes afirmou que de nada adianta a velocidade no seu negócio, se você não sabe onde deseja chegar.
“Empreender é muito desafiador. Ainda mais para as mulheres. Somos 10,1 milhões no Brasil e 537 mil no Paraná, segundo dados de 2023 do Sebrae, que revelam ainda que 68% começaram a empreender por conta da maternidade; 87% não têm colaboradores e que 32% trabalham, em média, de 40 a 45 horas por semana”, apontou.
A palestrante lembrou que foi a maternidade que a fez abrir a cabeça para novas oportunidades.
“É preciso ter clareza do seu objetivo e mentalidade empreendedora. Eu empreendo para impactar a vida de mulheres que desejam deixar sua marca no mundo”, enfatizou.
Fechando a programação da manhã, a “Agenda ESG para os pequenos negócios”, sobre ações de sustentabilidade, governança e impacto social, foi tema da palestra de César Rissete, diretor-técnico do Sebrae/PR.
“No Sebrae, estamos propagando essas práticas de ESG para os pequenos negócios, em uma jornada prática de acordo com a sua realidade. Cada vez mais temos que pensar sobre como o ESG impacta a minha viabilidade, minha destinação de resíduos, uso de recursos naturais, e sobre como impacta o meu consumidor”, explicou Rissete.
Painéis
O XXI Enampe recebeu ainda os painéis “Entre drones e dinossauros: dilemas do empreendedor”, mediado pelo consultor e jornalista José Nascimento, com os especialistas Adriana Cordeiro, Helena Merck, Karla Giacomet, Alexandre Conte e José Damigo Neto; sobre “Associativismo e Desenvolvimento”, com o advogado Marcelo Cordeiro Alvarenga, assessor jurídico da Conampe; sobre inteligência artificial, com o professor e advogado Rafael Lauria; e sobre liderança estratégica, com o jornalista Marçal Siqueira.
O encerramento foi marcado pelo painel “O crédito e a sobrevivência e o desenvolvimento dos pequenos negócios”, com Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), e Luiz Lemos Leite, fundador e presidente da Anfac; e com a palestra “A magia do empreendedorismo”, do professor e hipnólogo Rafael Baltresca, especialista em neurolinguística.
Também participaram no evento: Vitor Tioqueta, diretor-superintendente do Sebrae/PR; Evaldo Kosters, diretor da Fiep; Luciano Martins, gerente de mercado da Fomento Paraná; Eliane Bento, diretora da Fampepar; Sebastião Mota, vice-presidente da Junta Comercial do Paraná (Jucepar); e Luiz Lemos Leite, presidente da Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac).
Realização
O XXI Enampe é realizado pela Fampepar e pelo Sebrae/PR, com apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Fórum Paranaense da Micro e Pequena Empresa (Fopeme), Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços (Seic/PR), Fomento Paraná/Governo do Paraná, Fempipar, Instituto Monampe e Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac).
Deixe um comentário