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Empreendedoras do Vale do Pinhão aprendem sobre inovação em queijaria de Curitiba


Uma combinação aparentemente improvável, de queijos e inovação, foi o tema da capacitação Elas Inspiram, do Programa Empreendedora Curitibana, na tarde desta quinta-feira (20/7). O encontro reuniu mulheres que empreendem a conhecer a história da Queijaria Vaca Profana, na sede do empreendimento, em Santa Felicidade.

O objetivo do evento, parte das ações do Vale do Pinhão, foi oferecer uma capacitação de imersão para demonstrar a mulheres que o pensamento inovador leva a melhorias em todos os tipos de negócios.

Resgatar de tradições culinárias foi o toque de inovação que a proprietária do local, a queijeira Maristela Dalla Lasta, deu para fazer decolar seu negócio, criado em 2020. A visão de quem atuou 25 anos como publicitária e sabe que é necessário dar um toque à mais no seu produto também ajudou a alavancar o negócio que começou para “pagar as contas”, como ela disse.

“Queijos e inovação têm tudo a ver. Cada peça é uma inovação, resultado de uma combinação única de culturas para sua fermentação, sob condições de temperatura e umidade daquele momento. O que para a indústria seria um queijo fora do padrão, para o queijeiro é um novo produto”, explicou Maristela.

Além do resgate das técnicas tradicionais de produção artesanal – maturação em cave e em um porão de cedro e pinheiro, na sede da queijaria – a inovação está em todos as áreas da empresa, com uma boa dose de ousadia, a começar pela escolha do nome de seu empreendimento.

“Vaca profana” intitula a música de Caetano Veloso para Gal Costa e o nome caiu como uma luva para a queijaria: ressignifica o “vaca” quando usado como um adjetivo pejorativo ao reforçá-lo como substantivo feminino do animal que produz leite. O “profana” indica que a empresa quer romper com os padrões industriais, valorizando o caos da fermentação do produto.

Entre as empreendedoras que participaram do Elas Inspiram desta quinta-feira estavam as irmãs e sócias na empresa de treinamento corporativo Puzzle Room, Alessandra Back, 43 anos, e Cristiane Back, 45, instigadas em aprender mais com um case de sucesso de outra mulher. “Já tínhamos participado de outros eventos do Vale do Pinhão. Nos chamou a atenção esta palestra que também promove a interação com outras mulheres e seus negócios, em um lugar e com um tema tão descontraído”, disse Alessandra.

Inovação e prêmio

Maristela aprendeu a fazer queijo ao testar uma receita encontrada na internet. Isso foi em 2020, início da pandemia e ela sabia que perderia o emprego em uma plataforma de streaming musical que estava se reestruturando.

Obsessivamente, mergulhou no mundo das mudanças bioquímicas e microbiológicas do leite em diferentes tipos de queijo. Foram testes, tentativas e erros, conversas com outros queijeiros, pesquisas na internet e cursos de formação.

Com uma produção pequena, de 20 quilos semanais, desenvolveu versões de brie (o Breu, por exemplo, leva alho negro defumado e carvão vegetal e o Bicho do Paraná é lavado com cachaça de Morretes).

A grande estrela é o Divinas Tetas, também batizado a partir da música de Caetano e já premiado. É um queijo maturado feito em formato de mama, que ficou com o bronze no IV Prêmio Queijo Brasil , na categoria Queijos Finos.

Feito em homenagem às mulheres que precisaram retirar a mama por causa de alguma doença, concorreu com outros queijos assinados por grandes nomes da indústria. “Mostrei que é possível entrar nessa briga. Foi um bronze que para mim vale diamante”, contou a empreendedora.

Elas inspiram

Nos encontros Elas Inspiram do Programa Empreendedora Curitibana, as participantes não só conhecem uma história de empreendedorismo com lições parar que possam aplicar em seus próprios negócios como também participam de uma imersão empreendedora: a formação é realizada dentro do local de trabalho da palestrante.

“Criamos esse evento para falar das dores das empreendedoras, seja em finanças, em marketing, em gestão e também em inovação, a partir de mulheres que superaram esses desafios. São histórias de sucesso que, generosamente, elas se dispõem a contar como fizeram para chegar ao sucesso”, destaca a coordenadora do Programa Empreendedora Curitibana, Daniela Vitorio Del Puente.

O Programa Empreendedora Curitibana é o programa da Prefeitura de Curitiba e do Vale do Pinhão, gerenciado pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, para o incentivo ao protagonismo feminino no mundo dos negócios.

Além de uma agenda de capacitações, palestras, workshops e encontros durante todo o ano, o programa também realiza o Prêmio Empreendedora Curitibana, bianual.

A edição deste ano da premiação está em fase de seleção das mais de 300 inscritas, que também são convidadas a participar das capacitações para, além de alavancarem seus empreendimentos, estarem mais preparadas para as próximas etapas da disputa.



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