Um dos cartões-postais e importante atrativo turístico do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha, localizado em Ponta Grossa (Campos Gerais), foi um dos cenários fundamentais para a produção do documentário “Caminhos do Peabiru”. O curta-metragem resgata a importância das trilhas ancestrais utilizadas por povos originários, com uma extensa parte de seu trajeto no Paraná. O parque, com suas impressionantes formações rochosas e riqueza histórica, foi um ponto de referência importante para o caminho.
O percurso já é trabalhado pelo Governo do Estado, por meio do Programa Rota Turística Caminhos de Peabiru. A produção do documentário joga mais holofotes ao tema, resgatando a memória ancestral que ainda pode ser percebida nos traços geográficos e culturais da região, como o que acontece nas intermediações do Parque Vila Velha.
“Produções como esta são importantes, porque levam um tema atual e pertinente já trabalhado pelo Governo do Estado, a um público mais amplo. Esse trajeto tem grande potencial para fomentar o setor, por isso estamos trabalhando para que os municípios façam adesão ao programa e desenvolvam o caminho, entendendo a importância dele para a história e para o turismo do Paraná”, afirmou Marcio Nunes, secretário de Estado do Turismo.
O trecho do Caminho de Peabiru, no Brasil, tem aproximadamente 1,5 mil quilômetros de extensão. A trilha completa possuía cerca de 4 mil quilômetros e passava também pelos estados de São Paulo e Santa Catarina, estendendo-se até Bolívia e Peru. No Paraná, o trajeto passa por aproximadamente 84 municípios, incluindo Ponta Grossa, onde está o parque.
Anna Vargas, coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da Secretaria do Turismo (Setu-PR), explica que é importante exaltar Vila Velha, porque o local, além de compor a rota de povos antigos, também será importante para as iniciativas atuais do Governo do Estado.
“Na releitura atual, onde fazemos o resgate cultural dos Caminhos de Peabiru, Vila Velha é um dos principais atrativos turísticos do Estado por onde o caminho passava. Além da sua importância aos povos originários e ao trajeto em si, o parque também é um importante gerador de fluxo turístico, o que se relaciona com o perfil de visitante que percorrerá o caminho enquanto uma grande rota turística”, diz.
PRODUÇÃO – O filme, dirigido e roteirizado por Juliano De Paula e Bruna Steudel, foi contemplado pelo edital da Embratur “Brasil com S” e estreou na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, um dos mais relevantes festivais do País.
Para Bruna Steudel, que também assina a direção e o roteiro, o projeto tem um significado pessoal. “Na produção do roteiro, sabíamos que um local que não poderia deixar de ser gravado era o Vila Velha. Acreditamos na importância histórica do Peabiru, por isso o parque é relevante, porque reúne formações de milhares de anos. Estamos falando de um caminho milenar, pela ótica de povos originários, aliado ao turismo consciente, que cuida de nossos patrimônios”, explica.
ROTA TURÍSTICA – O Governo do Estado, por meio das Secretarias do Turismo, do Planejamento e de outras pastas – com apoio também da Rede Brasileira de Trilhas – já trabalha com o trajeto paranaense do caminho. A instituição da Rota Turística Caminhos de Peabiru aconteceu em novembro do ano passado, quando o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou o Decreto 8.025/2024, estabelecendo o programa.
Com o decreto, ficou definido que a Secretaria do Turismo (Setu-PR) coordene a execução do programa, com foco em viabilizar a iniciativa e promover a integração junto aos municípios paranaenses, Instâncias de Governança Regionais (IGRs), comunidades e outros representantes. A reunião mais recente, com foco na adesão dos municípios, aconteceu em janeiro.
Entre os objetivos específicos do Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru estão: estabelecer uma rede integrada de municípios para fortalecer o turismo, consolidando as trilhas de longo curso; fomentar o turismo nas comunidades, promovendo o desenvolvimento sustentável, criando oportunidades de trabalho e renda; e melhorar a conexão entre áreas naturais protegidas e os corredores ecológicos na conservação da biodiversidade.
VILA VELHA – Localizado a apenas uma hora de Curitiba, o local é o primeiro parque estadual criado no Paraná, em 1953, e atualmente é uma concessão do Governo do Estado do Paraná, por meio do Instituto Água e Terra, à Soul Vila Velha, uma empresa do Grupo Soul Parques.
O reconhecimento da importância do documentário para a valorização do parque também vem do próprio gestor do Parque Estadual de Vila Velha, Leandro Ribas.
“Projetos como o documentário ajudam a reforçar a relevância histórica e cultural do atrativo, conectando-o não apenas à sua importância geológica, mas também ao seu papel na história do Brasil e da América do Sul. O cinema é uma ferramenta poderosa para despertar a curiosidade e incentivar mais pessoas a conhecerem e valorizarem este patrimônio natural e cultural”, destaca.