Arquivos

Carreira: arquitetura é profissão em alta e promete salários elevados

O mercado de trabalho para arquitetos vem retomando o crescimento desde o final de 2020, segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). O setor havia sido abalado pelas incertezas e restrições ao comércio impostas pela pandemia, que reduziram a demanda por obras e projetos de maneira significativa.

Ainda conforme o CAU, no último trimestre de 2020 o número de atividades registradas pelos arquitetos e urbanistas aumentou 12% em relação ao mesmo período em 2019.

Considerando-se 2020 ao todo, porém, houve uma queda de 6,3% quando comparado ao ano anterior.

Considerando o abalo drástico sofrido nos primeiros meses de 2020, o mercado de Arquitetura e Urbanismo mostrou um poder de reação importante para a retomada das atividades do setor.

Aumento da demanda do setor

De acordo com uma pesquisa feita pela Archademy, startup brasileira que oferece soluções para arquitetos, 80% dos profissionais de arquitetura tiveram alta na demanda de trabalho em 2021. O levantamento revelou que os clientes estão valorizando mais seus espaços e buscando adequá-los ao home office.

De todos os escritórios que participaram do estudo, 95,5% dos profissionais receberam demanda para reforma de ambientes domiciliares. Entre eles, 67,4% receberam pedidos de adequação do layout geral da casa, 65,8% para adaptabilidade do espaço ao trabalho remoto e 58,4% para modificar os ambientes de convivência.

Em entrevista à imprensa, o CEO da Archademy Raphael Tristão alertou que a necessidade de adequações diferentes no domicílio — que agora também é local de trabalho para parte das pessoas — teve contribuição no aquecimento do mercado de arquitetura mesmo num momento de retenção de gastos. A adaptabilidade ao home office foi adicionada às necessidades básicas dos projetos.

2º Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil

Realizado pelo CAU e com resultados tabulados pelo Instituto DataFolha, o 2º Censo das Arquitetas e Arquitetos e Urbanistas do Brasil revelou que a maioria dos profissionais do país é composta por jovens adultos, com idade média de 35 anos e interessados por atividades de atualização e formação profissional.

O grupo de participantes gosta da profissão escolhida e crê que o mercado pode crescer nos próximos anos. Cerca de 79%, no entanto, acreditam que um dos obstáculos para o seu exercício é a baixa valorização da profissão.

Quando comparado aos dados do 1º Censo (2012), praticamente dobrou a quantidade de arquitetos insatisfeitos com sua remuneração. A pesquisa mostra ainda que 35% não têm acesso ao mercado de trabalho.

Vale ressaltar que o levantamento foi feito no primeiro semestre de 2020, quando existiam cerca de 180 mil arquitetos e urbanistas ativos no país. Até dezembro de 2021, o CAU reunia aproximadamente 212 mil profissionais desse setor.

O que faz o profissional arquiteto

Com formação superior em Arquitetura ou Arquitetura e Urbanismo, o arquiteto é responsável por desenvolver projetos para casas e edifícios, gerenciar reformas, planejar e acompanhar obras de edificação — que podem ser de moradia, lazer ou qualquer outra categoria de espaço de convivência humana. Deve também estar sempre atento e pesquisar a resistência dos materiais com os quais pretende trabalhar.

Além disso, o profissional pode atuar em áreas como paisagismo, design de interiores, decoração e desenho de móveis sob medida.

O curso de Arquitetura e Urbanismo é um bacharelado com duração de cinco anos. Oferecida pelas principais instituições públicas e privadas do Brasil, a graduação está disponível somente no formato presencial. Mais de 400 instituições oferecem o curso em todo o território nacional.

É importante observar, porém, se a faculdade escolhida é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) para que o diploma tenha validade no mercado.

Quem deseja exercer a profissão de arquiteto deve obrigatoriamente ter o diploma e o registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).

Quanto recebe esse profissional

No Brasil, o CAU aponta que os valores salariais de um arquiteto são regulamentados pela Lei 4.950-A/66, que determina que o piso salarial desse profissional deve ser baseado no salário mínimo vigente e na jornada de trabalho. Sendo assim, uma jornada diária de seis horas renderia seis salários mínimos; sete horas, 7,25 salários mínimos; e oito horas, 8,5 salários mínimos.

De acordo com o 2º Censo do CAU , 35% dos arquitetos e urbanistas têm renda individual que varia entre um e três salários mínimos (R$ 998 a R$ 2.994). Outros 28% afirmam ganhar entre três e seis salários (R$ 2.994 a R$ 5.988) e 11% informaram que contam com recebimentos entre seis e nove salários (R$ 5.988 a R$ 8.982). Já 10% dos participantes disseram que recebem menos do que um salário mínimo, e outros 6%, por sua vez, não têm nenhuma renda.