A Assembleia Legislativa do Paraná homenageou cerca de 100 mulheres que atuam nas Forças de Segurança do Estado durante solenidade realizada na manhã desta segunda-feira (18) no Plenarinho da Casa. Proposta pela deputada Flávia Francischini (União), a homenagem tem o objetivo de destacar o trabalho das profissionais que compõem os quadros das polícias Civil, Militar, Penal, Científica, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal. Somadas, as corporações contam com 4,5 mil mulheres disponíveis para o trabalho. As homenageadas receberam certificados de menção honrosa.
A deputada Flavia Francischini destacou a importância de se reconhecer o trabalho desempenhado pelas mulheres na segurança. “Como ex-policial Federal, sei da responsabilidade desta jornada, dos desafios que enfrentados para mostrar o trabalho, inserindo características femininas na salvaguarda da sociedade e na proteção de todos os paranaenses. É essencial reconhecer o papel fundamental que as mulheres desempenham na segurança pública, contribuindo com suas habilidades, perspectivas e empatia para tornar o nosso Paraná mais seguro. As profissionais da segurança pública representam a força e a determinação que caracterizam nossa dedicação a esse setor crucial”, disse.
A delegada de Polícia Especializada e mestre em Direito, Tathiana Guzella, afirmou que a participação feminina na área vem crescendo. “Temos de lembrar que, pela história da humanidade, a mulher sempre foi relacionada a situações que remetem à vida, ao belo, à alegria, à paciência, ao amor. E temos a vinculação enganosa de que as forças policiais são o oposto disso. Mas, mais do que nunca, diversas mulheres vêm se identificando com a carreira policial. Prova disso é que semana passada nós tivemos quase quinhentas formandas policiais militares femininas no contingente de dois mil formandos. Isso demonstra que cada vez mais mulheres vêm se interessando pela carreira”, avaliou.
Delegada Chefe da Divisão Policial de Curitiba e conselheira do Conselho Superior da Polícia Civil, Maritza Haisi recordou que a participação feminina na segurança é recente. “Dos 170 anos da Polícia Civil, as mulheres só tiveram direito de entrar na carreira nos últimos 50 anos. Hoje somos de cerca de 30% do efetivo. Ainda faltam 20% para ser a metade. Vamos chegar lá. Queremos ter as mesmas oportunidades, respeitando nossas diferenças”.
Já tenente coronel Letícia Chun Pei Pan analisou o crescimento da participação feminina na Polícia Civil. “Quando entrei na corporação, no início dos anos 2000, o efetivo era inexpressivo. Dos 16 mil policiais atualmente, as mulheres representam 16%. Esperamos chegar aos 50%”, completou.
A capitã do quadro de oficias dos Bombeiros Militares, Mariana Lorenzi, também explicou que o ambiente encontrado hoje a corporação é diferente de quando ingressou, em 2008. “Hoje eu já sinto que é outro ambiente. A gente é respeitada pelo nosso posto, pela nossa função, pelo trabalho que desempenha. Então, percebemos que a mentalidade mudou. Conseguimos comprovar para o que viemos”.
A chefe da Divisão de Polícia Especializada da Polícia Civil, Luciana Novaes, comentou que a presença feminina traz nova abordagem ao trabalho. “Temos muito para acolher. Este é um lado da segurança pública que muitos não enxergam. Por isso, temos de valorizar, por exemplo, as Delegacias da Mulher. Quanto mais mulheres, mais conseguiremos costurar uma grande colcha de acolhimento”, ponderou. “É uma imperiosa colaboração destas mulheres para o nosso trabalho. Sabemos que é uma tarefa árdua e necessária”, concluiu a desembargadora Rosmarie Pimpão, que representou o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TER-PR).
Reconhecimento
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, Desembargador Wellington de Moura, frisou a importância da colaboração feminina para manutenção da democracia no país. “Este é um merecido reconhecimento ao trabalho corajoso prestado por estas mulheres. Quero destacar a participação feminina na política e no processo eleitoral. O compromisso com a democracia não seria possível sem a colaboração destas 4,5 mil mulheres. Elas tornam o estado mais justo, seguro e democrático”, afirmou.
O secretário de Justiça e Cidadania do Paraná, Santin Roveda, reforçou o compromisso da pasta com a classe. “Estamos caminhando para a igualdade de gênero para melhorar a nossa sociedade”, lembrou.
Números
A Polícia Militar do Paraná tem o maior efetivo de mulheres dentre as cinco forças de segurança do Estado. São 2.725 policiais realizando policiamento ostensivo nas ruas, organizando e cumprindo operações, deliberando funções administrativas e participando de atividades de formação de novos praças.
A Polícia Civil do Paraná conta atualmente com 1.078 mulheres nas delegacias de todo o Estado. Entre elas, há 34 investigadoras e cinco delegadas. Na Polícia Científica do Paraná são 180 mulheres nas carreiras de perícia e de auxiliar de perícia.
Já a Polícia Penal do Paraná conta hoje com o trabalho de 324 mulheres que atuam nas cadeias públicas, penitenciárias, casas de custódia e outros estabelecimentos penais em todo o Estado. Na Guarda Municipal de Curitiba, há 114 mulheres.
Deixe um comentário