No dia 20 de janeiro é comemorado o Dia Nacional do Fusca desde que a Volkswagen oficializou a data de 20 de janeiro de 1959, como o início da produção na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Mas no Paraná, a Lei estadual nº 20.654/2021, de autoria do ex-deputado Rodrigo Estacho, atualmente deputado federal, instituiu o dia 22 de junho como sendo a data comemorativa deste ícone automotivo.
A data foi escolhida porque no dia 22 de junho, em 1934, Ferdinand Porsche assinou contrato com a Associação Nacional da Indústria Alemã para desenvolver e apresentar o primeiro protótipo do Volkswagen (Carro do Povo). No Brasil o modelo foi fabricado de 1959 até 1986 e retornou a ser produzido em 1993 até 1996, quando a produção foi definitivamente encerrada.
A marca alemã colocou nas ruas brasileiras um automóvel com características únicas de design e que seria o modelo mais vendido do país por 24 anos ininterruptos, respondendo sozinho por cerca de 30% da frota nacional no seu ápice. Em março de 1972, o lendário modelo alcançou a marca de um milhão de exemplares vendidos. Até 1986, segundo os dados da montadora, esse número saltou para 3,1 milhões de unidades vendidas.
Quando do projeto de Lei para estabelecer o Dia Estadual do Fusca, o então deputado Rodrigo Estacho deu entrevista para a TV Assembleia contando que o “modelo sempre esteve presente na sua vida, desde criança já andava no fusca do seu pai e que até na campanha eleitoral utilizou o seu fusca verde na região de Guarapuava e Turvo”.
Histórias do Fusca
O servidor da Assembleia Legislativa, Rogério Machado é um apaixonado pelo modelo e possui um fusca azul há três anos que utiliza diariamente. “Eu sempre tive fusca, desde jovem e acabou virando uma paixão. Este fusca, por exemplo tem 48 anos e me atende para tudo, então o carinho que se cria pelo veículo, só quem tem um sabe. Hoje, se me perguntarem qual carro você gostaria de ter, eu respondo, quero um outro fusca ou uma kombi que é da mesma família. Este já é o meu décimo fusca, aprendi a dirigir em um fusca e sou um apaixonado pelo modelo, já tive várias ofertas para vendê-lo que até coloquei um adesivo no vidro traseiro com os dizeres: último dono”.
Na capital do Paraná dois são os eventos mais contundentes sobre o fusca, o Dia Nacional do Fusca (DNF) que acontece no Seminário São José, no bairro Orleans e o Curitiba Volksfest que, em 2024, acontecerá nos dias 04 e 05 de maio no Bosque São Cristóvão, em Santa Felicidade. Este evento entrou no calendário como um dos mais importantes do Brasil, pois nele é feito uma curadoria dos fuscas que vão estar em exposição, atraindo os colecionadores mais importantes do nosso país.
Jean Santos é um colecionador de fuscas e outros carros antigos, além de um dos organizadores do Curitiba Volksfest e contou um pouco sobre a sua paixão pelos Volkswagen. “A minha história com o fusca começou lá em meados de 2009 onde passei a frequentar encontros e eventos, partindo deste ponto comecei junto ao meu amigo Leandro a organizar passeios dos amigos com seus Volks, a organizar encontros no Armazém Santos, onde virou ponte de encontro para bate papos e trocas de informações sobre o querido fusca. Depois, em 2016, quando montei o Armazém Garagem, ampliamos os encontros e reuniões de amigos e seus fuscas”.
“Atualmente existem vários grupos de apaixonados por fuscas espalhados por Curitiba e por todo Paraná, mas desconheço clubes de fuscas que tem associados por todo estado, são sempre pequenos grupos de amigos, cada qual com seu clube. O fusca é um carro simpático e que ainda se encontra a preços populares, e como eu costumo dizer, acredito que não exista uma família brasileira que não teve um fusca na sua garagem, que não teve alguma história com o fusca”, explicou Jean Santos.
Curiosidades
Em 2018, foi realizado um levantamento em Curitiba e Região Metropolitana apontando cerca de 3.500 fuscas com placas pretas. A placa preta é uma distinção concedida a veículos considerados antigos, geralmente com mais de 30 anos de fabricação, que são classificados como automóveis de coleção. Esta placa especial é uma forma de reconhecer e preservar a importância histórica desses automóveis, que são mantidos, em sua maioria, em condições originais. Esta preservação não se refere somente à estrutura física do veículo, mas também à originalidade de suas peças e funcionalidades, que devem manter a maior proximidade possível com as condições de quando o carro saiu da fábrica.
O Fusca se tornou ícone mundial, pela sua simplicidade. É um carro de fácil manutenção que carrega o ditado: ‘para consertar um fusca, basta ter um alicate e um pedaço de arame’. Entrou para cultura pop, virou filme e participou de diversos acontecimentos mundiais, de desfiles até guerras. O Brasil detém o recorde de o maior desfile de carro de um mesmo modelo. Isso aconteceu 1995, em Interlagos, quando 2.728 fuscas desfilaram em homenagem a Ayrton Senna.
Existe uma história famosa sobre um Fusca que supostamente funcionou sem parar durante um teste realizado em 1963 no México. A Volkswagen organizou esse teste para demonstrar a durabilidade do Fusca. O carro foi colocado em uma pista oval no Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México. Durante 84 dias, o Fusca percorreu continuamente a pista, atingindo uma impressionante marca de cerca de 16.000 km sem apresentar grandes problemas mecânicos. Esse teste destacou a robustez e a confiabilidade do Fusca, fortalecendo sua reputação como um carro resistente e durável.
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