Muito antes de ser eleito como o novo líder da Igreja Católica nesta quinta-feira (8), o agora papa Leão XIV — nascido Robert Francis Prevost — conheceu de perto a fé vivida por comunidades do Paraná. Nos anos 2000, ele esteve em Curitiba, Ponta Grossa e Rolândia durante uma visita oficial como prior-geral da Ordem de Santo Agostinho. Sua passagem por solo paranaense deixou lembranças marcantes entre seminaristas, padres e fiéis que conviveram com ele de maneira próxima e acolhedora.
A visita aconteceu como parte de uma Visita Canônica Geral, prática comum na Igreja Católica para acompanhar a vida fraterna das comunidades religiosas. No caso de Prevost, que liderava a ordem agostiniana mundialmente, o objetivo era entender a realidade das casas brasileiras — e o Paraná teve papel importante nesse roteiro.
Em Curitiba, dias de convivência e partilha com seminaristas
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no estado, o atual Prior Provincial da Província Agostiniana do Brasil, Frei Maurício Manosso, contou como foi a convivência com o então Frei Robert Prevost no Seminário de Santo Agostinho, em Curitiba.
“Ele conviveu conosco durante alguns dias, participando das refeições e celebrando. Era um homem de fácil convivência. Também fez uma reunião com os seminaristas e conversou pessoalmente com cada padre”, relembrou Manosso, que na época era seminarista.
A presença de Prevost no seminário ficou registrada na memória de muitos religiosos pela sua escuta atenta, espiritualidade serena e proximidade com os jovens em formação sacerdotal.
Ponta Grossa e Rolândia também fizeram parte do roteiro
Após os dias em Curitiba, Robert Prevost seguiu para outras cidades paranaenses. Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, ele participou de encontros com comunidades católicas locais. Já em Rolândia, no norte do estado, esteve em celebrações e reuniões com padres da região. Em ambas as cidades, sua postura discreta e acolhedora cativou quem teve contato com ele.

“Foi um momento muito especial para todos nós. Ninguém imaginava que aquele frei que falava com tanta simplicidade e ternura seria um dia papa. Mas hoje, olhando para trás, faz muito sentido”, comentou um dos religiosos da Pascom de Rolândia, que registrou a visita em fotos de acervo pessoal.
Um papa que conhece o Brasil profundo
A eleição de Leão XIV representa uma mudança significativa no comando da Igreja Católica e traz uma simbologia especial para os brasileiros — especialmente para os paranaenses que o receberam anos atrás. A experiência em terras sul-americanas, marcada por encontros com comunidades locais, reforça a imagem de um papa próximo, sensível às realidades fora dos grandes centros da Europa.
Além do Paraná, Prevost também esteve em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte e Mario Campos (MG), em visitas pastorais e participações em eventos religiosos. Em 2013, ele participou da Jornada Mundial da Juventude, no Rio, um dos marcos da atuação da Igreja no continente.
Agora como líder máximo do Vaticano, Leão XIV carrega consigo vivências que atravessam continentes — e que começaram, em parte, pelas ruas de Curitiba e pelos salões de seminários do interior do Paraná.
Quem é o Papa Leão XIV?
Nascido em 1955 nos Estados Unidos, Robert Francis Prevost ingressou ainda jovem na Ordem de Santo Agostinho e foi missionário no Peru por quase duas décadas. Com forte atuação pastoral e acadêmica, tornou-se uma das principais lideranças da ordem no mundo, chegando ao posto de prior-geral entre 2001 e 2013. Em 2014, foi nomeado bispo pelo papa Francisco e, posteriormente, promovido a arcebispo e cardeal, assumindo cargos de destaque na Cúria Romana.
Com um perfil discreto, conciliador e atento às realidades sociais, Leão XIV representa uma continuidade da linha pastoral do papa Francisco, mas com sua própria marca: espiritualidade enraizada na vida comunitária e forte ligação com o clero de base.
Ele é o 267º papa da Igreja Católica e, ao escolher o nome Leão XIV, faz referência a uma linhagem de pontífices historicamente marcada pela defesa da fé e pela articulação com os desafios do mundo moderno.
Sua eleição foi recebida com entusiasmo por comunidades católicas da América Latina — especialmente no Brasil, país que ele visitou diversas vezes e com o qual mantém uma conexão pessoal e afetiva.
Informações do G1
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